terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A atualidade do velho diálogo machadiano: o vazio-pleno da linguagem

Maria Heloísa Martins Dias
Unesp/Ibilce - São José do Rio Preto


Imagino um leitor de fins do século XIX diante de um "texto" como este:

O velho diálogo de Adão e Eva1
Brás Cubas

. . . ?
Virgília
. . . . .
Brás Cubas
. . . . . . . . . . . . .
. . . . . .
Virgília
. . . . . !
Brás Cubas
. . . . . .
Virgília
. . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . ! . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . .
Brás Cubas
. . . . . . . . .
Virgília
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Brás Cubas
. . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . ! . .
. . ! . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . !
Virgília
. . . . . . . . . . . . . ?
Brás Cubas
. . . . . !
Virgília
. . . . . !

Trata-se do capítulo LV do romance Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), de Machado de Assis, como muitos já conhecem e vêm lendo, com o mesmo espanto, talvez, de quem o leu há mais de cem anos. Interessante seria traçar as diferentes formas de recepção do texto e reação dos leitores, ao longo do tempo, diante do texto machadiano, mas esse trabalho foge aos nossos objetivos. Não é muito difícil imaginar essas reações, no entanto, se analisarmos essa curiosa "narrativa" que o autor do Realismo brasileiro oferece para deleite e alimento "ao verme" que roerá "as frias carnes" de seu texto. Pelo menos é esta a dedicatória que Machado nos deixa.

Embora em muitas passagens de seus romances Machado drible o interesse do leitor, despistando-o ou desencorajando-o de se fixar em seu relato, com afirmações do tipo "pule o próximo capítulo", "decida o leitor se quer continuar", "este livro é enfadonho e cheira a sepulcro", "o maior defeito deste livro és tu, leitor", apesar desses aconselhamentos, é impossível passar por cima desse insólito capítulo. Nosso desejo de corroer a obra, não escatologicamente como propõe seu autor, é mais forte do que o abandono, e acaba revelando uma vida que pulsa e irradia sentidos, ao contrário do sepulcro e do tédio anunciados.

A tentação de considerarmos esse capítulo em sua autonomia não deve ser maior que a necessidade de contextualizá-lo, já que sua relação com o conjunto da obra ajuda a iluminar melhor a função e o significado desse momento específico. Ainda mais no caso de Memórias póstumas..., em que os capítulos são "puxados" por um fio de contigüidade montado estrategicamente pelo Autor - processo que, em si mesmo, já mereceria uma bela análise.

Se voltarmos ao capítulo imediatamente anterior ("A Pêndula"), veremos que ele finaliza com a observação do narrador de que seu pensamento, "ardiloso e traquinas" (p.70), voara em direção à casa de Virgília, em cujo peitoril da janela encontrou-se com o pensamento dela com quem ficou a conversar, ambos "a repetirem o velho diálogo de Adão e Eva". Se o leitor espera encontrar a seguir esse diálogo, o que passa a ler é um não-diálogo ou um diálogo que chama a atenção pela singularidade de sua construção. Além do desarme de uma expectativa criada anteriormente no leitor, o capítulo se oferece como excelente exemplo do processo de desautomatização, inerente ao fato artístico, tal como sugeriu Chklóvski em seu famoso ensaio2.

Desautomatizar significa desacomodar os hábitos de condicionamento do sujeito e de percepção do objeto, instaurando novos arranjos e soluções construtivas que perturbem, estranhem ou desfamiliarizem o instituído, o conhecido. Ora, se o ato de leitura se caracteriza por promover o encontro entre paradigmas herdados, assegurados pela tradição e por referências culturais, e novos paradigmas que a obra oferece com sua realização específica, então o "texto" machadiano intensifica o próprio ato de leitura, na medida em que nos estimula a enfrentar esse novo paradigma posto em jogo por sua linguagem. Mas trata-se de um texto não-familiar, portanto, que se desvia dos padrões convencionais ou previsíveis presentes no ato discursivo enquanto tal, para assumir outra forma de atualização. Que forma é essa e como se realiza, provocando efeitos desautomatizadores, é o que veremos agora.

A alusão às figuras bíblicas - Adão e Eva - corresponde à técnica intertextual de Machado, em trazer para seu universo ficcional inúmeras referências culturais (pensadores, filósofos, personagens literárias, escritores etc) que, em Memórias póstumas, mais que nos outros romances talvez, intensifica-se como processo. Mas tal intersecção de fontes diversas não significa erudição ou a confirmação de um saber que se sacraliza, e sim um jogo lúcido com a alteridade, de modo que a presença desses outros incorporados em seu discurso ajuda a construir uma dimensão própria dos sentidos que a obra vai gerando com sua visão múltipla. É a partir daí que Adão e Eva devem ser lidos, como signos colocados dentro de uma nova moldura, na qual a afirmação da fonte se tranforma em negação ou esvaziamento. Se há algo comum entre o par bíblico e as duas personagens machadianas ( a tentação de um amor que se alimenta da interdição, a aproximação feita de distância, culpas e pecados), o próprio vazio da página em que figuram acaba por desfazer.

A colocação dos nomes Brás Cubas e Virgília, intercalados pelos pontos, interrogações e exclamações, sem nenhum suporte discursivo para consubstanciar o diálogo entre eles, enfim, a estranha configuração do texto, é uma falta que se ergue como recusa do instituído. É preciso, portanto, que o leitor saiba redimensionar esse vazio, saiba ler novos sentidos gerados a partir da ausência. Se os interlocutores aparecem destituídos de falas, esse não-dizer iconiza ou constrói a imagem mesma da impossibilidade de entendimento, e o vazio significa a rejeição de dizeres previsíveis e desgastados, que nada acrescentariam à real situação vivida pelas personagens.

Entre Brás Cubas e Virgília o que existe são movimentos constantes de (des)encontros, hesitações, sentimentos contraditórios, entrega e recusa. Digamos que entre eles se constrói um caminho da diferença, que o próprio narrador reconhece, no capítulo LVI, que vem imediatamente após o desse "velho diálogo" que não se realiza. A história entre Brás Cubas e Virgília se resume a encontros, tratos, rompimento de tratos, novos encontros, enfim, oportunidade e acaso testando a maturidade (ou imaturidade?) de ambos: "se nenhum de nós estava verde para o amor, ambos o estávamos para o nosso amor" (p.71). Eis aí a diferença, que não só as frases assinalam (e explicitam mais adiante) como também aquele diálogo inexistente concretiza, de maneira exemplar, por meio de seus vazios. O momento oportuno para ambos, em que se conjugassem desejo e consumação, projeto e realização, emocionalidade e pragmatismo, enfim, esse momento não existe, ou melhor, não pode existir. E essa não-existência concretiza-se, figurativamente, no diálogo construído de maneira tão criativa por Machado.

Brás Cubas e Virgília estão separados por esse espaço que desnarrativiza sua história (pois o discurso é desconstruído), como se impedindo que uma história comum se construa entre eles. Tal procedimento estético, de natureza estrutural, existe em homologia com a situação de ilegalidade que os envolve; é só lembrarmos que Virgília se casara com Lobo Neves, destino que intensifica o amor proibido ("Agora, que todas as leis sociais no-lo impediam, agora é que nos amávamos deveras." - p.72). Portanto, esse impedimento tramado pela história, no plano do enunciado, recebe uma configuração pela trama artística da enunciação proposta com o diálogo interdito.

Mas a alusão à esfera bíblica também é motivada por outos aspectos, internos e externos ao romance machadiano. Sabemos o quanto, para o autor brasileiro, atitudes como desestabilizar valores codificados, relativizar posições absolutas, burlar o sagrado, enfim, tratar ironicamente as convenções, são fundamentais para seu projeto artístico. Desse modo, se Machado desmistifica a própria fonte de que se apropria, ao esvaziá-la de suporte e conteúdo, que são substituídos por uma pontuação intrigante (e vacilante), essa atitude parece vir ao encontro da posição dúbia e rebelde da própria personagem Virgília em relação à religião. Religiosa, mas sem muita convicção, entregue a comportamentos contraditórios que afirmam e negam sua crença, ela parece demonstrar "certo vexame de crer", segundo o narrador Brás Cubas. O fetichismo inconfesso de Virgília (mantinha em sua alcova um oratoriozinho com imagens que jamais comentara com as amigas) e sua crítica às beatas a quem tachava de religiosas, são sinais de uma relação ambígua com a tradição, na qual se confundem autenticidade e fingimento, apego e desapego. Não estará o pseudo diálogo de Adão e Eva, construído por Machado, reproduzindo essa tensão entre falsidade e verdade, crença e descrença, traços do jogo amoroso entre as duas personagens? O não-diálogo funciona como simulacro desse espaço suspenso onde reina a (des)crença.

Por outro lado, se Machado manipula assim lúcida e ludicamente a tradição, resgatando e ao mesmo tempo apagando a fonte de que se serve, como entender o adjetivo "velho" que figura no título do capítulo? Ao se referir ao "velho diálogo de Adão e Eva", Machado parece criar no leitor a expectativa de encontrar um "texto" ou história já conhecida, familiar, isto é, aquela já escrita pelas sagradas escrituras, conseqüentemente, portadora de valores e significados convencionalizados. Mas é aí que o horizonte de expectativa se desfaz, justamente para emancipar3 o leitor ou liberá-lo de sua habitual postura em relação ao objeto apresentado. O "velho" é uma pista falsa, que só existe como ponto de partida para um percurso que será marcado pelo seu contrário, por um percurso que só se justifica na medida em que invalida o conhecido para que ele ressurja reconstruído por uma nova focalização. A nova construção que Machado lhe confere "provoca" o leitor exatamente por se oferecer, não como um acréscimo ou preenchimento de algo, mas como um vácuo, como um não-sentido, como uma perda, um espaço vazio para os sentidos serem colocados, enfim, como uma margem a ser preenchida. Se quisermos aproveitar as colocações de Roland Barthes, poderemos dizer que se trata de uma "margem subversiva" que acentua o "prazer" do texto, já que este atua como um "fading que se apodera do sujeito no imo da fruição."4 É essa falta que estimula a leitura e, no caso do texto em questão, graficamente criada e solicitando um suplemento que possa dar conta das possibilidades não reveladas ou desconstruídas. E se quiséssemos ir mais adiante nesse nosso percurso crítico de leitura, não seria forçado desembocarmos em outro conceito visível nessa estratégia de construção encenada por Machado. Trata-se da desconstrução. Sem entrarmos nas complicadas (e por vezes infrutíferas) discussões acerca dessa noção pós-moderna defendida por Jacques Derrida, podemos apenas recolher traços que nos interessam para a análise, mesmo porque é sempre arriscado aproximar objetos tão distintos como a obra machadiana e a teoria derridaneana.

Na verdade, Machado apaga os sentidos por essa espécie de descarte do verbal e é isso que chama a atenção do leitor, pelo menos daquele leitor atento, para quem uma obra significa em todos os seus movimentos e processos de feitura, ou seja, o leitor que não tem pressa em ir adiante só para ver o que acontece com a história, mas ao contrário, pára e demora-se em observar o que não acontece ou o que se mostra vazio.

Se olharmos assim para o capítulo LV de Memórias póstumas, veremos que o estranhamento de sua construção, ou melhor, de sua desconstrução, é revelador, afinal, de uma concepção de obra de que talvez nem mesmo Machado de Assis tenha se dado conta. Parece que essa encenação com as margens, então libertas de conteúdos pré-fixados, quer mostrar uma obra que não se faz como reflexo do mundo ou resposta a ele, mas como uma pergunta sempre formulada, como inquietações que não se preenchem plena ou imediatamente. O "diálogo" já não é apenas entre Adão e Eva ou Brás Cubas e Virgília, mas também entre autor e obra, e mais ainda, texto e leitor. Um diálogo que não se cumpre nos moldes ideais (nem tradicionais) porque a consciência crítica, numa lucidez permanentemente zombeteira e desconfiada, não se conforma com o dado ou já visto. Mais do que respostas ou soluções, há um percurso de busca que se satisfaz com a distância e a ausência, não para desistir dos resultados, mas para inscrevê-los num devir que os transforma constantemente.

Notas

1. Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, São Paulo, Ática, 1981, 8ª ed, p. 71

2. "A arte como procedimento", Teoria da literatura: formalistas russos, Porto Alegre, Globo, 1973, pp. 39-56.

3. Refiro-me às noções propostas por Hans Robert Jauss, em seus estudos centrados na estética da recepção.

4. O prazer do texto, São Paulo: Perspectiva, 1977, p. 13.


Fonte: http://www.geocities.com/ail_br/aatualidadedovelhodialogomachadiano.htm

Acessado em 25 de dezembro de 2007

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Frases Machadianas - Memórias Póstumas de Brás Cubas

-Suporta-se com paciência a cólica do próximo.

-Matamos o tempo; o tempo nos enterra.

-Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto da carruagem seria diminuto, se todos andassem de carruagem.

-Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.

-Não se compreende que um botocudo fure o beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta reflexão é de um joalheiro.

-Não te irrites se te pagarem mal um benefício: antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.

Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas
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Frases e livros disponíveis do escritor Machado de Assis
Acesse:
http://www.fuvest.br/default.asp
http://pulgaria.blogspot.com/2007/11/leituras-machadianas.html
http://pulgaria.blogspot.com/

sábado, 22 de dezembro de 2007

A arte da digressão

Por Braulio Tavares
jornal da Paraíba

Uma das críticas mais injustas que se pode fazer a um romance é censurar ao autor o uso de digressões. Uma digressão é um afastamento do assunto principal para contar uma história secundária, refletir sobre algum aspecto da vida ou do mundo, ou explicar algum detalhe acessório da narrativa enquanto a história principal fica esperando.


Como tudo o mais na esfera da arte, tem gente que gosta e gente que não gosta. Eu sou dos que gostam, e vou explicar por quê.Primeiro, uma pequena digressão. Quando eu tinha dezesseis anos, vi dois caras conversando sobre um curso de Leitura Dinâmica anunciado no jornal.

Um deles perguntou qual era a vantagem de ler cinco ou dez vezes mais depressa (era o que o curso prometia). O outro retrucou: “Quando você está lendo um livro, qual é a coisa que você mais quer saber?” O outro embatucou. Eu, que escutava ali por perto, também. O primeiro respondeu: “Ora, você quer saber o fim, quer saber como o livro acaba. E com a Leitura Dinâmica o livro acaba mais depressa”.

A digressão desagrada esse pessoal: os que querem que o livro acabe depressa. Esse tipo de leitor (a que eu chamo, quando estou de mau humor, “leitor americanizado”) tem uma visão utilitária da leitura, e quer maximizar a eficiência do ato leitoral. Quer ler cada vez mais depressa, consumindo cada vez mais palavras por minuto. E exige do autor que não fique enrolando, vá direto ao ponto, conte a história em linha reta, como uma seta em vôo instantâneo rumo à palavra “Fim”.Cada um lê do jeito que lhe apraz, e não sou eu quem irá ensinar aos outros como viver. Mas os leitores como eu não querem que o livro acabe logo, não querem saber já como é o fim, a não ser quando a leitura é feita por obrigação profissional, para publicar uma resenha na semana que vem.

Quando lemos por interesse próprio ou por prazer, não estamos disputando uma corrida de cem metros rasos. Avançamos no interior do livro como alguém que passeia numa cidade onde deverá passar os próximos dias: sabendo que não vai dar para ver tudo, sem pressa de conhecer todos os detalhes, caminhando meio ao acaso, sem lugar específico para ir e sem hora para lá chegar.

As digressões são como mudanças de rumo provocadas pelo impulso súbito de pegar um ônibus que parou ao nosso lado, ou de entrar por uma galeria de lojas que surgiu à nossa direita, ou de saltar do metrô numa estação desconhecida para saber o que existe ali em volta.

Não há necessidade de caminhar em linha reta, rumo a um objetivo, porque tudo ali nos interessa igualmente. A digressão serve para abrir janelas, links de hipertexto, notas de pé de página. Traz temperos e sabores diferentes ao prato principal.

O rei da digressão, Laurence Sterne, dizia que as digressões são “a luz do sol”. Elas não são a história que estamos lendo, não são a paisagem onde viajamos, são a luz que ilumina tudo aquilo e os torna reais aos nossos olhos.

A palavra vadia

Por Airton Monte
jornal O Povo

Não importa o que você pensa, diga ou faça, a vida continua a rodar em cima de trilhos incertos, seguindo rotas inesperadas. Sim, claro que você tem todo o sagrado direito de espernear, esbravejar, rebelar-se contra as armadilhas que o destino lhe prepara, emboscado nas esquinas do tempo e você está mais do que cansado de saber que o tempo sempre urge e regorgita seus entulhos. Bem que o poeta Homero acreditava piamente no que dizia quando dizia: "que é somente em mim que ocorre o bem e o mal".

Por vezes, penso que nada do que escrevo carece de alguma importância e que nem literatura verdadeiramente é. Meus romances, minhas novelas, meus contos, meus poemas, minhas crônicas me parecem de uma banalidade, de uma vulgaridade ímpares e que, para ser mais realista, eu bem que os poderia ter escrito em rolos de papel higiênico. Pelo menos, isso lhes daria a perfeita dimensão de que são dotados e o real porte de meu talento como escritor. Sim, eu devo, por uma questão de honestidade, ser realista, pragmático ao menos uma vez na vida.

De nada vai me adiantar por panos mornos nessa questão literária, posto que literatura trata-se de uma coisa muito séria, não é negócio para amadores. Literatura é destinada somente aos grandes gênios incompreendidos feito o Carlos Emílio Correia Lima e o Gilmar de Carvalho. Eu devo, acima de tudo, inclusive do bem e do mal e da minha vaidade pessoal, recolher-me a minha atroz insignificância.

E afinal, para que mentir a esta altura de meu existir, quando estou prestes a dobrar o cabo da boa esperança? Não passo de um mero, de um reles escrevinhador de croniquetas comezinhas, despidas do mais remoto brilho ou fulgor de inteligência. Escrever é coisa muito séria e amadores devem, para o seu próprio bem, passar ao largo desse terrível ofício.

Comungo com a poeta Olga Orozco quando ela fala pela boca de um anjo: "ser poeta é sentir-se incompleto, limitado e prisioneiro neste eu e nesta realidade tangível, frente a um universo desconhecido que nos excede". E eu nunca me senti assim.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

LEITURA: só quinze minutos

Por Luiz Carlos Prates

Por que, Senhor, por que fico tão irritado com bobagens? Bobagens, sim. Não há dúvida de que o mundo está sendo regido pela moeda falsa da frivolidade. Difícil é achar alguém falando sério, dizendo alguma coisa que valha a pena.

Até já me disseram que se alguém vier com uma proposta dessa qualidade ficará falando sozinho, ninguém lhe vai emprestar os ouvidos. Será? Olhe, leitora, não agüento mais ouvir gente conversando, entrevistando ou sendo entrevistada na televisão sobre "entrar em forma" para o Verão. Néscios dos dois sexos, mais elas que eles, falando em entrar em forma e querendo com isso dizer perder peso, ficar "elegante", poder entrar num bom biquíni, exibir-se como um bicho de exposição nas passarelas de areia suja.

E são sujas todas as areias das nossas praias. Entrar em forma no corpo físico virou loucura coletiva, mas ninguém fala, e é por isso que fico irritado, em entrar em forma na mente, na cabeça, fortalecendo os neurônios da memória, os recursos da inteligência e da proficiência profissional. Não, isso não ouço. Entrar em forma nas linhas do corpo parece ser obsessão dos levianos, ou seria mais das levianas? Será que essa gente pensa que "estar em forma" conduz à felicidade ou a casamentos felizes e longevos? Se alguém pensa assim, vai cair feio do cavalo da vida. O que nos dá felicidade, o que nos faz admiráveis no trabalho, o que nos empresta encanto nas relações interpessoais é o "estar em forma na mente".

Na televisão, vivo ouvindo comerciais de produtos de ginástica com apresentadores dizendo que bastam 15 minutos por dia para você perder a barriga, basta um pequeno esforço e lá se vão as celulites, as estrias, as rugas somem com o creme tal e tal e por aí segue o festival de tolices e mentiras.

Nada disso funciona, nada. E se alguém me quiser desafiar, coloco-me como cobaia. Continuarei comendo o que como, fazendo as caretas que faço e quero ver os caras acabarem com a minha barriga ou com as rugas no canto da boca, quero ver. - Ah, mas tu tens que fazer uma dieta para ajudar... Bom, se eu fizer uma dieta não serão os tais aparelhos que me vão fazer ficar em forma, será a minha dieta, bolas... O que incomoda e que ninguém sugere 15 minutos por dia para entrarmos em forma na cabeça, só 15 minutos. Nada. O que sugerem é a boa forma no corpo, coitados dos que ouvem essas mensagens. Vão gastar dinheiro, nada lhes vai mudar e suas cabeças vazias ficarão ainda mais na miséria. E podiam ficar ricas, só com 15 minutos de leitura... por dia.

domingo, 9 de dezembro de 2007

CINEMA - TROPA DE ELITE

Dois textos sobre o polêmico filme Tropa de Elite.
O primeiro texto, de Rodrigo Gomes Guimarães, apresenta os vários olhares da opinião pública e a irritação com a realidade que o filme provoca. Gustavo Henrique Ferreira, autor do segundo texto, se espanta com a popularidade das "máximas falaciosas".


Tropa de Elite, outras tropas e tropos


Mais uma vez um filme que retrata a violência no Brasil provoca comoção. Somos invadidos por e-mails (nós que temos o privilégio ou a falta de escolha de participar de “listas de discussão” eletrônicas) que reclamam para si a “verdade” sobre o filme, ou então sobre o que este não contém de “verdade”. As mídias também são invadidas por comentários, o diretor do filme é entrevistado diversas vezes e tem que responder às mesmas perguntas. A maioria dos comentários sobre o filme Tropa de Elite, lançado em outubro nos cinemas, e visto muito antes, talvez, por milhões de pessoas por meio de cópias piratas compradas ou baixadas na internet, não se contentam em julgar se o filme é bom, interessante, ruim ou péssimo. Afinal, não se trata de um filme sobre gangues em New York, é a imagem que fazemos de nós mesmos que está em jogo aqui. Assim, quem está retratado quer responder, e quem sempre fez as suas imagens sobre a favela, o tráfico, o trabalho dos policiais, quer ver estas imagens reproduzidas na tela poderosa. Rapidamente, tal como o filme Cidade de Deus, tudo cairá no esquecimento da grande maioria, pois os comentários dominantes não saem do senso comum e do inconsciente coletivo nacional; tudo que cai na rede – o inconsciente coletivo nacional - é peixe, é a mesma coisa, portanto esquecida, por não guardar seu diferencial.

O que os comentários todos revelam é múltiplo, obviamente não pode ser tratado aqui de forma integral, mesmo que o espaço fosse vasto. São milhares de olhares, cada um de um lugar, uma classe social, um gênero, um desejo. No entanto, há enunciados que destoam porque se repetem, seja nos comentários, seja nas perguntas levantadas sobre o que é, o que representa, o que deseja inclusive, o filme Tropa de Elite, como se esta “coisa” pudesse falar e representar a si própria. No meio dos comentários, sobressai a vontade de muitos de que um filme dê conta da “realidade”, que demonstre qual é “O” problema da violência no Rio de Janeiro, como se esta realidade pudesse ser completamente conhecida. Pois se temos este conhecimento – e os discursos predominantes revelam que este saber é considerado implícito à realidade – temos também a chave, mágica, de descobrir o que está acontecendo e a solução que vem depois. Sabemos a chave da violência, sua causa e sua solução - este é o inconsciente coletivo brasileiro se apresentando; contra isso o diretor do filme, José Padilha, se irrita dizendo: “Às vezes, escuto essa coisa maluca que é a idéia de que um filme tem que resolver todos os problemas do Brasil” (Gazeta do Povo online, 11/10/2007).

Para as pessoas que acreditam que o problema da violência tem uma Causa, seja ela única ou uma Rede ou Sistema que precisa ser deflagrado pelo conhecimento, como se este fosse total, arrebatador, inexoravelmente impecável em nos direcionar a vida, um filme deveria falar de “tudo”, mostrar “tudo” o que se relaciona com a violência urbana no Rio. Isto não só é impossível, como também a esperança de que haverá uma mudança total e radical de todas as diferentes e divergentes situações que envolvem a questão da violência; é a espera do conhecimento correto para a ação modificadora do mundo – e quanta espera! É a espera pelo “filme final”, ou pelo “conhecimento final” sobre a violência. É a Paz tida como esperança. Mas este não virá, e enquanto isso muita gente vai morrer se a ação não vem primeira. Fazer um filme bem feito sobre a violência é uma forma de ação, não tanto de conhecimento do fim das coisas.

Obviamente, para alguns ao menos, um filme tem várias interpretações possíveis. Não só um filme, como qualquer ação humana. Cada um interpreta a realidade a partir da sua experiência e com base nas capacidades que adquire em sua vida, o que por sua vez é sempre relacionado à sua história pessoal, social, cultural. Não há possibilidade, então, de qualquer interpretação de bens culturais com base, exclusivamente, num filme, ser a interpretação final. O autor de um trabalho cultural não pode ter pleno controle das interpretações dadas à sua obra. Talvez todas as pessoas sejam realmente incapazes de reter uma única perspectiva sobre as coisas, como afirmou Bakhtin. * As opiniões de uma mesma pessoa sobre o filme e sobre outros aspectos da violência em relação à vida podem não se compatibilizar. Teremos certamente aqueles que se identificam com a polícia no filme, com seu aspecto brutal, mas ainda assim reservam críticas a este mesmo aspecto.

Várias foram as condenações do filme como “fascista”, de “direita”, de “esquerda”, inclusive de não ser esquerdista o bastante, por não mostrar “tudo” que precisaria ser mostrado. Elucubrações sobre o Estado (ou a falta dele) e seu papel, entre outras fazem parte das reclamações. Outros esperavam que o filme mostrasse o “outro lado” (o bom?) da história, ou que carregasse “antídotos” contra a sua violência crua. Os que o condenam como “fascista” ou de “direita”, por seu lado, acreditam na reprodução implacável da violência pelo filme, ou mais ainda, na apologia ao crime, alguns até acusando o diretor como fazendo parte de uma conspiração pela violência. A muitos faltou dizer que a culpa pela violência é de quem fala sobre ela. Não aceitam que um filme possa ser feito para mostrar situações, sem que isto signifique dizer que tais situações são perfeitamente justificáveis. Comenta Muniz Sodré: “Fascismo não é um termo esclarecedor do comportamento dos personagens, apesar de sabermos o quanto o perigo do totalitarismo ronda as exceções da lei. O que há mesmo é a realidade de uma guerra cotidiana não formalmente declarada e não suficientemente ponderada pelas elites pensantes” (Observatório da Imprensa online, 09/10/2007). Quando os jovens aplaudem a violência do filme nos cinemas, muitos também torcem por “um lado” e representam a si mesmos como homens de batalha. A guerra existe.

Os brasileiros em grande parte, pela sua longa história cristã, não conseguem receber uma representação qualquer da realidade sem automaticamente julgá-la moralmente. No caso da prática da violência, pouco se consegue empreender ou conversar com as pessoas que escape a julgamentos morais. Assim, logo se procura a explicação das coisas na moralidade. Na situação retratada no filme, portanto, deve haver “bons” e “maus” sujeitos. Se o filme é feito a partir da visão de mundo do “mau” sujeito (e esta seria um interpretação reducionista do personagem Nascimento), só pode ser porque se quer apoiar o mal – interpretam os moralistas. Esta interpretação que condena a apologia à violência no filme, é a mesma que acredita que existem “maus” sujeitos que precisam ser detidos ou exterminados. Como explicação maior da violência é ela própria reprodutora da violência, pois todo discurso é uma prática social viva e atrelada a ações respectivas. Os discursos sobre os “maus” sujeitos como explicação para a violência são uma das múltiplas causas da violência.

O filme não existe num vácuo de interpretação, de história e cultura. As pessoas que estão assistindo são as mesmas, com exceções, que votaram SIM às armas no último plebiscito, e grande parte acredita na violência como um mal a combater principalmente pela violência (sobre isto José Arbex Jr. já nos alertava na Caros Amigos). José Padilha está certo quando teme por uma cultura que acredita que a violência urbana é resolvida pela violência. Ele apostou na inteligência das pessoas fazendo um filme inteligente, porque não aponta “causas” ou “soluções”; deixa-nos pensar, o que poucos cineastas têm conseguido fazer (assim como ele também conseguiu em Ônibus 174, documentário que também mostra como as pessoas acham que a violência contra “bandidos” resolve e é justificada, quando o Sandro é atacado pelos transeuntes enfurecidos). “O filme mostra que as regras atuais e as condições sociais de nossa sociedade nos condenam a repetir continuamente um processo de corrupção e violência policial inaceitável.” - disse Padilha numa entrevista. Se os espectadores preferem torcer pelo “mocinho” ou pelo “bandido”, ou aguardar que o filme mostre um caminho (mesmo quando não sabemos nem como chegamos até aqui), que isto nos faça agir então para transformar estas interpretações reducionistas do mundo em uma gama de ações necessárias para melhorar a vida de todos em relação à violência. Mudar a consciência social dominante sobre a violência, o senso comum que divide a população entre “bons” e “maus”, ao mesmo tempo em que se questiona explicações finais, são ações que podem modificar nossa relação com a violência, incluindo um fator muito importante: a sua naturalização. Não é fechando os olhos que vamos resolver alguma coisa, mas também não é achando que já sabemos o que tem que ser feito. Há muito que fazer, por isto eu agradeço Tropa de Elite por nos irritar mais uma vez com esta realidade. Temos muito por resolver sim. Esperar demais de um filme, no entanto, é o tamanho da alienação e é a distância que separa os comentaristas de filmes das favelas.

Rodrigo Gomes Guimarães é antropólogo, professor da Universidade Estadual Paulista. Não é “mocinho” nem “bandido”.


Sobre a Tropa da Elite

Sim, sem ter as mãos trêmulas, admito que em muito me espanta a popularidade crescente daquele que, como implantado por uns e outros, tem sido classificado como “o filme mais comentado e mais polêmico dos últimos tempos”; ou seja, a tal “Tropa de Elite” (seja o filme; seja o livro: “Elite da Tropa”); e me espanto tanto com o tom vazio, na maioria dos casos, em que são propostos e conduzidos os pretensos debates; quanto com a pérfida ignorância reforçada pelos discursos construídos (entre desmoralizantes tapas na cara, asfixiantes sacos plásticos na cabeça, esquemas lodaçais de corrupção e incontáveis atestados contundentes da inoperância das instituições estatais e para-estatais – e aqui me refiro tanto ‘às polícias’ quanto ‘aos tais comandos’); além das demais desgraças elencadas nas referidas produções. Mas, para clarear o tom das linhas, em nada me espantam os quesitos: ‘violência institucional’, ‘barbárie uniformizada’, ‘caos social’, ‘estado de guerra-civil não declarada’, ‘hierarquia militar forjada à base de torturas físicas, psicológicas e das demais violências simbólicas e materiais’; pois, não de hoje, temos notícias de como as tais estruturas (sejam ‘as militares’, sejam ‘as sociais e urbanas’) vêm sendo moldadas e depreciadas pelos bem sabidos agentes envolvidos (quais sejam, ‘nós mesmos’, ou a tal ‘sociedade organizada’!). E, de fato, o que torna a fita (ou o livro) passível de embrulhos estomacais e desesperantes enxaquecas são as máximas falaciosas (além das anedotas e repetições massificadoras) que foram e vêm sendo forjadas muito mais na (não)interpretação do grande público, do que na construção da narrativa.

A começarmos pelo absurdo de se “chamar (o tal) Capitão Nascimento” para solucionar qualquer problema, a todo e qualquer momento. Algo que bem pode ser o nascimento de um pretenso substituto (tão efêmero quanto regionalista) para frases vazias como: “Valha-me Nossa Senhora” ou “Deus me ajude”. E, além do mais, em muito me assustou a absurda repetição generalizada de que o referido filme havia sido ‘censurado’. Quando, em verdade, o que ocorreu (antes da estréia do mesmo) foi que uma versão (não oficial) do tal “Tropa de Elite” começou a circular na rede mundial de computadores, muito antes da sua estréia nas salas de exibição ao público. E, assim, a ação de piratas em furar a estréia do tal filme virou, na boca do povo, caso de censura para com a referida fita.

Todavia, o pior de tudo recai, também, sobre a idéia empurrada goela à baixo, na contra-mão do bom-senso e da realidade, transferindo para os usuários de entorpecentes a responsabilidade, exclusiva (ou majoritária), pela violência urbana consolidada (ao longo de séculos) no seio da (mal)dita sociedade de mercado. Diz-se, no filme (o que, há tempos, é reforçado com senso comum e com discursos de panfletagem jornalística, ou melhor, com implantes de opinião pública); e repete-se cada vez mais, desde que escolheram o tal filme como algo semelhante à profecia da solução contra o crime organizado e a violência urbana; que: “os usuários de entorpecentes são financiadores da violência”. Pois, o dinheiro arrecadado com o tráfico é investido na aquisição de armamento de guerra e, por conseqüência, para uns, quem mata na tal guerra-civil não declarada não são as balas (dos policias ou dos soldados dos comandos), mas sim as notas de Real, que circulam no referido comércio (ilegal). E sem tecer maiores comentários sobre a legalização de certos entorpecentes (Lei 11.343/06); sem tratar do submundo lucrativo das mais distintas e bem relacionadas mercadorias (sejam lícitas ou ilícitas; sejam armas, pessoas – inteiras ou em partes – ou drogas) e sem tratar das parecerias necessárias entre o comércio ilegal, a lavagem de dinheiro e as instituições financeiras; neste sentido, repetir que “quem financia o tráfico patrocina a violência” é quase a mesma coisa que endossar máximas (falaciosas e absurdas) tais quais: “só com guerra se alcança a paz” e “a guerra contra o terror é o único modo de se combater o terrorismo no mundo”. E Israel, com suas seis décadas de ‘guerra preventiva’ e de ‘combate ao terror’; bem como o caos instaurado no Iraque após a invasão estadunidense, em 2003; e, não menos, as décadas de continuísmos na ingerência do caos social e urbano que alcançou o Rio de Janeiro, há tempos, e que também foi um dos maiores responsáveis pela mudança da capital da república para o interior do território nacional; todos esses eventos, e outras ocorrências similares, são provas cabais de como violência institucional, seja esta explícita e militar ou velada e econômica, não combate, a contento, o caos social.

E, assim sendo, dizer que os usuários de drogas são os agentes assassinos de crianças ou adultos, mortos na guerra-civil (não declarada) em que vivemos, é a mesma coisa que dizer que “quem tem algo a ser roubado (ou furtado) é quem financia e fomenta a violência; e são os (únicos ou maiores) responsáveis pela existência do número absurdo de furtos e assaltos”. E, no mais, se não fossem tão rentáveis as atividades dos narcotraficantes, por certo, o número de assaltos, furtos e seqüestros seriam ainda maiores; posto que, as incursões policiais nas referidas comunidades formadas por “populações em situação de risco” não estão atreladas ao (aquecimento ou resfriamento do) comércio (legal ou ilegal) de narcóticos. Destarte, e inegavelmente, o dinheiro para armar os tais comandos viriam de outras atividades econômicas, licitas ou não. Provavelmente, ou mais possivelmente, seriam sim atividades econômicas ilícitas, mas, de fato, não por conta de mau-caratismo ou de bandidagem inerente, necessária e relativa às tais comunidades em situação de risco; pois, afinal de contas, as atividades ilegais (mesmo de mercadorias que têm sua circulação, há séculos, legalizada) são (inegavelmente) as mais rentáveis (por não serem tão severamente oneradas pelas bem sabidas cargas tributárias; tão temidas e tão combatidas por certos e bem conhecidos setores). E quanto ao caos social, a violência institucional e as demais seqüelas, rapidamente, aqui ventiladas: “Quase dois irmãos”, outro filme nacional, (junto com “Cidade de Deus”, “O prisioneiro da grade de ferro”, “O senhor das armas”, “A Corporação” entre outros, brasileiros ou não) também tem sua parcela de contribuição para dar na construção de uma crítica mais esclarecida sobre ‘instituições estatais ou para-estatais’, ‘guerra-civil não declarada’, ‘caos social’, ‘violência urbana’ e, também, sobre algo mais do que aqui foi dito e que, à torto e à direito, tem sido distorcido frenética e repetidamente, de modo vazio e irresponsável; em detrimento da razão-crítica, do esclarecimento dos fatos e da construção da verdade.

E se insistem uns em atestar que o quê mata na guerra-civil são as notas de Real; alerto (em máxima redundância) para o fato de que nas ditas comunidades de situação de risco não morrem (adultos e crianças) somente por conta de ferimentos causados por disparos de armas de fogo. Não. A miséria, a fome, a ausência das devidas condições e a inexistência, ou a precariedade, do acesso necessário às redes de educação, saúde, lazer, bem estar social e infra-estruturas como água, esgoto, energia elétrica; entre todas as demais e sempre bem lembradas dificuldades; todas essas foices mortais (presenciadas no cotidiano das ditas comunidades que vivem, e não exclusivamente no Brasil, em situação de risco) matam independentemente de tiros. Em silêncio e sem sensacionalismo. E, esse silêncio e toda essa omissão miserável, matam muito mais que os disparos realizados nas trocas de tiros, disparados por bandidos (com ou sem fardas) e atribuídos às notas de Reais acrescidas aos lucros do comércio de drogas (realizados em mansões ou em favelas); notas de Real que chegam também aos lucros (mais que astronômicos) do setor financeiro, no bem conhecido processo de lavagem de dinheiro; quando, costumeiramente, dinheiro sujo, de origem duvidosa ou desconhecida (ou desconsiderada!) é (re)investido em bancos, bolsas de valores e nas demais instituições (tão assassinas quanto) financeiras. Representantes legítimas da Tropa da Elite Social; setores que ainda são os detentores dos meios de implante de opinião no público e dos demais monopólios que reforçam cotidianamente o caos e os abismos sociais.

Gustavo Henrique Ferreira é cientista do direito.

Fonte: revista Caros Amigos. Acesso em 09/12/2007
http://carosamigos.terra.com.br/

* Mikhail Mikhailovich Bakhtin
* (1895 - 1975)- lingüista russo. Saiba mais (inglês).
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

SAUDADE esperança VIVER

57

José Maria Machado Araújo

Não foste a minha metade,
pois, jamais me deste um "sim",
mas fizeste que a saudade
fosse metade de mim.

56

Marisol

Posso dizer que a esperança
que a vida faz renascer,
é um mito que não se alcança,
mas como ajuda a viver...

CARINHO amor SONHO coração

55

Heloisa Zanconato

À espera de algum carinho,
na estrada que o amor percorre,
a gente morre um pouquinho
cada vez que o sonho morre.


54

Jaime Pina da Silveira

Se o coração de quem ama
fosse capaz de compor
o eletrocardiograma
seria um hino de amor...

Manhã SOL sonho

53

Edmar Japiassú Maia

Manhã...o sol vem nascendo...
e na montanha orvalhada,
vejo os seus raios varrendo
os restos da madrugada!...

52

Ferreira Gullar

Muitas vezes, embebido
em cismas, tenho sonhado
que a vida é um sonho comprido
que a gente sonha acordado!

sábado, 10 de novembro de 2007

Beijo - Tempo

51

Colombina


Da frase que não disseste,
que tanto tempo esperei,
do beijo que não me deste,
eu jamais esquecerei!

Tempo - Saudade

50

Carolina Ramos

Fiz da saudade que aquece
a solidão dos meus dias,
a mensagem que enternece
minhas horas tão vazias.

Vontade

49

Amália Max

Se me deixas por vontade...
se vais para não voltar...
o que é que eu digo à saudade
quando amanhã acordar?

Ansiedade - Peito

48

Aloísio Alves da Costa

Não vens...e a minha ansiedade,
num tique-taque perfeito,
mede as horas da saudade
no relógio do meu peito!

Deus - Mundo

47

Alfredo de Castro

Eu creio em Deus com profundo
sentido de lucidez,
mas no deus que fez o mundo,
não no deus que o mundo fez!

O amor fascina

46

A A de assis

Ah, o amor...o amor fascina,
quando na cama o combate
triunfalmente termina
num belo e gostoso empate!

Posso jurar

45

Waldir Neves

Posso jurar de mãos postas,
pesando o que já passei,
que as mais difíceis respostas
foi no silêncio que eu dei...

Viver em demasia

44

Sérgio Bernardo

Vive o agora em demasia,
que a vida, no seu afã,
não dá qualquer garantia
de estar contigo amanhã!

Loucura não tem idade

43

Rodolpho Abbud

Na vida, a bem da verdade,
quando se trata de amor,
loucura não tem idade,
sexo, raça, credo ou cor!...

Não tem jeito esta loucura

42

Nadia Huguenin

Não tem jeito esta loucura...
nosso amor inconseqüente
faz de mim, mulher madura,
uma eterna adolescente...

Deus brincando

41

Marcelo Zanconato

Imaginei Deus brincando
e ousei dizer, no meu verso,
que a terra é um pião girando
na calçada do universo!

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Incluir esta trova na fala do persongem "Boca linda"

Angústia

40

Luiz Otávio

Nestas angústias que oprimem,
que levam à dor e ao pranto,
há gritos que nada exprimem,
silêncios que dizem tanto!

Desfile na madrugada

39

Leda Costa Lima

Desfilei na madrugada
vestida de riso e pranto
alegria em quase nada
mas tristeza em cada canto!...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A Arte de recomeçar

Por João Pereira Coutinho
Jornal Folha de S. Paulo. 24/10/2007

Nobreza humana não está na coragem com que recebemos o infortúnio, mas na nossa capacidade de prosseguir.

OS PESADELOS acontecem. Uns tempos atrás, um conhecido escritor português contava-me que, chegando ao aeroporto de Caracas, o seu laptop foi roubado sem deixar rastro. Mas o pior não foi o laptop. Nunca é. O pior foi o conteúdo do laptop: um romance original, ou uma parte generosa dele, que só existia no computador. Nenhuma cópia de segurança em casa.

Nenhum manuscrito. Nada de nada capaz de compensar a perda absoluta. Meses de trabalho, anos de trabalho, perdidos em segundos.


Thomas Carlyle

Foto:Wikipédia

Ouvi o infortúnio com certo horror e fascínio. E depois recordei a mais bela história intelectual da Inglaterra do século 19, que sinceramente me comove até às lágrimas. Aconteceu com Thomas Carlyle, o notável historiador escocês, tal como ele a relata nas suas memórias. Durante anos de intenso labor e habitando uma pobreza excessiva, Carlyle completara o primeiro volume da sua história da Revolução Francesa. Contara com a ajuda do filósofo John Stuart Mill, que emprestara livros e dinheiro. E quando Stuart Mill, no final da odisséia, pediu de empréstimo o único manuscrito do trabalho para ler, aquele manuscrito que consumira a saúde e a juventude de Carlyle, este o emprestou, grato e honrado.

Foi uma hora funesta. No dia seguinte, Mill regressava, branco como um fantasma, para comunicar que o manuscrito fora acidentalmente consumido pelas chamas.

A descrição que Carlyle nos deixou nas "Reminiscences" ainda hoje emociona qualquer cristão: o estoicismo com que a notícia é recebida, apesar da mortificação interior; as três horas de conversa esforçadamente banal, como se fosse Mill a necessitar de consolo; e quando este deixou finalmente a casa do historiador, para infinito alívio do casal, a mulher de Carlyle, incapaz de fingir normalidade, abraçando um homem destroçado e chorando com o dramatismo que apenas concedemos às óperas clássicas. E as palavras de Carlyle, finalizando a cena, dirigidas a um Deus em que ele, para tragédia sua, não acreditava.

Mas a história não acaba aqui. A história acaba na minha estante, quando folheio, com uma reverência absoluta, a sua história da Revolução Francesa. Porque, depois da notícia das chamas, Carlyle sentou-se à mesa e recomeçou a partir das cinzas. Cada palavra, cada linha. Cada página.

Hoje, quando releio esse monumento de erudição, paixão e estilo, não encontro apenas um dos mais poderosos relatos sobre a glória e a miséria de 1789: as aspirações igualitárias e libertadoras da Bastilha que terminaram, como usualmente terminam, no terror das guilhotinas.

Encontro a evidência de que a nobreza do espírito humano não está na coragem com que recebemos o infortúnio. Mas na forma como o recebemos e, apesar de tudo, somos capazes de continuar. Mesmo quando o mundo nos parece perdido.

Livros de auto-ajuda? Sim, leitores; afinal, eles existem. Nas minhas piores horas, olho para esse volume aparentemente anônimo entre tantos volumes anônimos e há uma gratidão silenciosa e interior que me faz, tantas vezes, recomeçar.

sábado, 20 de outubro de 2007

Monólogo - Dom Casmurro

Airton Soares

HOJE TIREI O DIA
para ensaiar um monólogo sobre Machado de Assis. Ainda não tem título. Seis meses de ensaio, presumo.

O FOCO SERÁ O ÚLTIMO
livro de sua trilogia: Dom Casmurro. Tenciono apresentá-lo em setembro. Por que somente em setembro? Em setembro, comemora-se o centenário de sua morte. Mas sabe de uma coisa, nada impede que seja apresentado no mês de abril, ou antes. Estando pronto...

SOU SUSPEITO,
mas a meu ver tá ficando bem `legalzin´. Tudo que é feito com paixão dificilmente sai errado. E, se sai, sai um errado certo.

“UMA NOITE DESTAS,
vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei no trem da Central” (...) quem está ao pé de mim (machado repete muito esta expressão e esta: “em favor do cabimento”) não agüenta mais as falas e os meus trejeitos.

INTERESSANTE É QUE,
sem perceber, vou me envolvendo... envolvendo... e, quando dar-se fé, é como se eu estivesse vendo Capitu, com seus olhos de ressaca, matando Bentinho pela dúvida do ciúme... "Oh, vida! Oh, dor!"

MUITO TRABALHOSO!
Muito mais prazeroso! Rimou e é verdade. "Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo..."

retomada


volto a escrever pelo pedido que você me fez
pedido calado, velado, inaudível
retomo a tocar a caneta tinteiro no papel
a mesma que prometi não mais carregar
só para poder sentir a felicidade em seu íntimo

não quero que ache que não sou confiável
é, eu costumo quebrar as promessas que faço a mim mesmo
e essa, mesmo que fosse classificada de inquebrável
não resistiu a força do recado que sua alma enviou à minha
e por teima ou teimosia, nunca te privarei de ter alegria

e concordo que não haveria tempo melhor
já que nesse momento volto a ter paz na vida
depois de muitos dias de batalhas duras e incessantes
hoje sinto você mais perto e vejo que tudo valeu a pena
e a cativo para que não fuja, na espera que o amor surja

wanderson uchoa



"a amizade é um amor que nunca morre" mário quintana

Frase

A vida é a infância da imortalidade"
Goethe



Marcel Marceau e a "Arte do Silêncio"


Marcel Mangel, mais conhecido como Marcel Marceau ou Mime Marceau, (Estrasburgo, 22 de março de 1923 — Cahors, 22 de setembro de 2007) foi um dos mais populares mímicos de todo o mundo. Foi o responsável em reviver esta arte no período pós-guerra.
Saiba + ( clicar )

domingo, 14 de outubro de 2007

Marcel Proust

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust (Auteuil, 10 de Julho de 1871 — Paris, 18 de Novembro de 1922) foi um escritor francês.

Filho de Adrien Proust, um célebre professor de medicina, e Jeanne Weil, alsaciana de origem judaica, Marcel Proust nasceu numa família rica que lhe assegurou uma vida tranqüila e lhe permitiu freqüentar os salões da alta sociedade da época.

Após estudos no liceu Condorcet, prestou serviço militar em 1889. Devolvido à vida civil, assistiu na École libre des sciences politiques os cursos de Albert Sorel e Anatole Leroy-Beaulieu; e na Sorbonne os de Henri Bergson cuja influência sobre a sua obra será essencial.

Em 1900, efectua uma viagem à Veneza e se dedica as questões de estética. Publica várias traduções do crítico de arte inglesa John Ruskin (1904). Paralelamente a artigos que relatam a vida mundana publicados nos grandes jornais (entre os quais Le Figaro), escreve "Jean Santeuil", uma grande novela deixada incompleta e que continuará a ser inédito, e publica "Os Prazeres e os Dias" (Les Plaisirs et les Jours), uma reunião de contos e poemas.

Após a morte dos seus pais, a sua saúde já frágil deteriora-se mais. Ele vive recluso e esgota-se no trabalho. A sua obra principal, "Em busca do tempo perdido" (À la recherche du temps perdu), é publicada entre 1913 e 1927, o primeiro volume editado à custa do autor na pequena editora Grasset ainda que muito rapidamente as edições Gallimard recuem na sua recusa e aceitem o segundo volume "À Sombra das Raparigas em Flor" pela qual recebe em 1919 o prêmio Goncourt.

A homossexualidade é latente na sua obra principalmente em "Sodoma e Gomorra" e nos volumes subseqüentes. Trabalha sem repouso à escrita dos seis livros seguintes de "Em Busca do Tempo Perdido", até 1922. Morre esgotado, atingido por uma bronquite mal cuidada.
.
Fonte: Wikipédia

sábado, 13 de outubro de 2007

Mnemônica








memorização dos meses do ano pelos punhos.
Os meses com 31 dias são representados pelas elevações, e vice-versa.


Uma mnemônica é um auxiliar de memória. São frases utilizadas para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construcções, baseados no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caráter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente.


Astronomia
*"Minha velha, traga meu jantar: sopa, uva e nozes."
"Minha velha, traga meu jornal semanal (com as) últimas notícias"
- Planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Biologia
"Led Zeppelin Duplamente Doido."
- Fases da meiose: Leptóteno, Zigóteno, Paquíteno, Diplóteno, Diacinese.

"Prometa a Ana telefonar."
- Fases da divisão celular: Prófase, metáfase, anáfase e telófase

"Agnaldo Timóteo e Gal Costa"
"Acontece com Gê (A com T, C com G)
- "Bases azotadas: adenina, timina, guanina, citosina"

"Água púrica."
- Bases púricas: adenina e guanina.
"Ana Tinha Calça Grande"
- Bases do DNA: Adenina - Timina, Guanina - Citosina
"Rita Foi Comer Ontem Faltou Galinha no Espeto"
"Rita Filha de Cássia Obteve Fecundas Graças Espirituais"
"O Rei Filósofo Classificou de Ordinária a Família do General Espanhol"
- Divisão dos Seres Vivos: Reino - Filo - Classe - Ordem - Família - Gênero - Espécie

Física
"Sorvete"
"Suzana Sortuda Você é Tesuda"
- Fórmula S=So+vt (Função horária do espaço do M.R.U.)

"Vovô alfaiate"
"Vampiro Voador Ataca"
"Vi o Vovô mais A Titia"
"Vi vó atrás do toco"
"Vovô ateu"
- Fórmula V=Vo+at (Função horária da velocidade do M.R.U.V.)

"Vovô Quadrado e Vovó Quadrado deram Duas Atrás do Sofá"

- Fórmula V²=Vo²+2aS (Função horária da velocidade do M.R.U.V.)
"Uma fimose é igual a um pênis mais uma pelinha"
- Fórmula 1 / f = (1 / p) + (1 / p') (óptica)

"Deus vê tudo"
- d=vt (Distancia = Velocidade vezes Tempo)
"Sorvete mais meia torta quadrada"
- S=So+Vot+1/2t²a

"Soninha, só você tem aquilo tudo ao quadrado para dividir por nós dois."
- S=So+Vot+at²/2
"Vem lamber ferida!"
- V=λf (Velocidade de uma onda)

Geometria
"Vamos fazer amor a dois."
- Fórmula V + F = A + 2 (Vértices mais Faces igual Arestas mais dois)

Matemática
"Um Dia Vi Um Velho Vestido De Uniforme"
"Um Dia Vi Uma Vaca, sem rabo, Vestida De Uniforme"
- Fórmula do método de integração por partes:
"Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá
Seno A Cosseno B, Seno B Cosseno A"
-"Fórmula para calcular Seno da soma de dois ângulos: sen(a+b)=sen a.cos b + sen b.cos a (no ritmo do poema Canção do Exílio)
"Senta no A, coça no B; senta no B, coça no A"
-"Fórmula para calcular Seno da soma de dois ângulos: sen(a+b)=sen a.cos b + sen b.cos a
"Tem gente que ama, tem gente que beija... Huummm, mais tem gente que ama e beija"
-"Fórmula para calcular Tangente da diferença de dois ângulos: tg (a-b) = (tg a - tg b)/(1 + tg a.tg b)
Soh-cah-toa
-Fórmular para decorar as relações de seno, cosseno e tangente. (Seno = Cateto Oposto / Hipotenusa; Cosseno = Cateto Adjacente / Hipotenusa; Tangente = Cateto Oposto / Cateto Adjacente)

Química
"Hoje li na caras roubaram Cesar Franco"
"Hoje li na Cama Robinson Crusoé Francês"
"Hoje Lina quer roubar cesta de frutas"
- Família 1A da Tabela Periódica: H, Li, Na, K, Rb, Cs, Fr

"Bela Magrela Casou com Senhor Barão Rabugento*"
"Bela Magrela Casou com Senhor Barata Raquítica*"
"Bebi Leite de Magnésia, Caguei Seriamente, o Banheiro Rachou*"
"Beijei Margarida na Casa do Senhor Barão Raposo*"
"Bela Magrela Casou com Senhor Barata*"
- Família 2A: Be Mg Ca Sr Ba Ra

"Bom Almirante Ganhou Inúmeros Títulos"
"Bem, Algum Gato Invadiu o Telhado"
"Bom Aluno GArante INteligência e TaLento"
"Bozo, alegria da garotada e inimigos dos trapalhões"
"Baleias alagadas gastam inúmeras toalhas"
- Família 3A: B Al Ga In Tl
"Comi Siri Gelado Sem Problemas"
"Comi Siri Gelado no Sanitário Público"
"Com silêncio geral sanamos problemas"
- Família 4A: C Si Ge Sn Pb

"Nunca Pude Assistir Suruba de Bicha"
"Nunca Pude Assistir Sabrina Bisteca"
"Não Pude Assistir Sábado Biologia"
"Não posso assimilar substâncias biológicas"
"Não Posso Assinar Sobre a Bíblia"
- Família 5A: N P As Sb Bi
"Os sete Polacos"
"OS Sete Porquinhos"
"Os Seus Seios Tem Pontinhos"
- Família 6A: O S Se Te Po

"Fracos Calouros Burros Idiotas Atrasados"
"Folclore Brasileiro Irmão do Ateneu"
"Fica Claro que a Brahma Imita a Antártica"
"Flamengo Clube Brasileiro Incompetente no Ataque"
"Fui claro, breve I atencioso"
- Família: 7A: F Cl Br I At

"Hélio Negou Ardentemente Cravar a Xe... da Renilda"
"Helio Negão Arregaçou Kruelmente a Xereca da Renata"
"Hélio Negou Arma a Kruger, Xerife dos Renegados"
"Hélio, Nélio e Arnaldo Kréu na Xereca da Rainha"
"Hércules Nenhum Arranca Kriptonita de Xerife Ruim"
- Família 8A ou 0 (Gases Nobres): H Ne Ar Kr Xe Rn
"HINO Brasileiro Forte e Claro"
- Elementos diatômicos H, I, N, O, Br, F, Cl
"Passaram a Vara no Rabo do (qualquer nome com a letra T)"
"Puta Velha Não Rejeita Tarado"
"Para o Vestibular, Nunca Ralei Tanto"
- Equação de Clapeyron: PV=nRT

"'Sopa de Feijão"
- S, P, D, F (subníveis da camada de elétrons)

"'Mel É Para os Bons'"
-Prefixos dos Hidrocarbonetos: Metil, Etil, Propil, Butil
"mosquITO teimOSO, te mATO, te pICO, te mETO no vIDRICO"
"IDRICO não me mETO com o teimOSO mosquITO no bICO do pATO"
"bICO de pATO, formOSO periquITO, com ácido clorÍDRICO não me mETO"
"gostOSO e bonITO, eu fICO no ATO"
- Nomenclatura dos Sais: Ídrico ---> Eto, Oso ---> Ito, Ico ---> Ato

"Caramba! 1000 Delinquentes Tarados Molestaram a Minha Mãe!
- C = 1000 . d . T = M . MM (Relações entre as Concentrações - Só são usados os membros necessários à resolução do problema)

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.

Nascimento - 16 de outubro

1854 - Oscar Wilde, escritor irlandês (m. 1900).
1907 - Roger Vailland, escritor francês (m. 1965).
1912 - Karl Ristikivi, escritor estoniano (m. 1977).
1927 - Günter Grass, intelectual e escritor alemão.

Nascimento - 15 de outubro

1844 - Friedrich Nietzsche, filósofo (m. 1900)
1878 - Alcides Maya, escritor e político brasileiro e membro da ABL (m. 1944)
1911 - Manuel da Fonseca, escritor português (m. 1993)
1915 - Antônio Houaiss, escritor, tradutor, crítico, filólogo, lexicógrafo e ensaísta brasileiro (m. 1999)
1922 - Agustina Bessa-Luís, escritora portuguesa

Nascimento - 14 de outubro

1894 - E. E. Cummings, poeta estado-unidense.

Nascimento - 12 de outubro

1810 - Nísia Floresta, educadora, escritora e poetisa brasileira (m. 1885)
1923 - Fernando Sabino, escritor e jornalista brasileiro (m. 2004)
1938 - Anne Perry, escritora policial britânica

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Esnobação


Desisto. Já que não adianta ser boazinha
serei herege.
Depois, me sentarei a teus pés
e contarei meus pecados.
Quero te ver tremer. Só de ouvir.
Teus gestos hão de ficar parados
no ar. Estátua de pedra modelada
pela minha indiferença.
O teu momento terá passado.
Ai, como vou te esnobar!!!



Maria Olimpia Alves de Melo
Publicado no Recanto das Letras em 13/09/2007
Código do texto: T650810

NASCIMENTO - 11 de outubro

1616 - Andreas Gryphius, escritor alemão. (m. 1664).
1675 - Samuel Clarke, filósofo inglês.
1885 - François Mauriac, escritor francês.
1896 - Roman Jakobson, linguista russo (m. 1982).
1908 - Cartola, compositor brasileiro (m. 1980).
1936 - Tom Zé, compositor brasileiro.
1957 - Lobão, músico brasileiro.
1968 - Jorge Vercilo, cantor brasileiro.

DORIS LESSING - Nobel de literatura 2007

Escritora britânica Doris Lessing ganha Nobel de Literatura


Estocolmo, 11 out (EFE).- A escritora britânica Doris Lessing,
cuja obra contém influências africanas, feminismo e compromisso
político, foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura 2007,
anunciou hoje a Academia Sueca.

A autora receberá o prêmio por transmitir a "experiência épica
feminina", que descreveu "com ceticismo, paixão e força visionária"
a divisão da civilização.

"Trata-se de uma das decisões mais meditadas que já tomamos",
disse o diretor da Academia, Horace Engdahl, após divulgar o
veredicto.

Academia Sueca transforma Lessing na 11ª mulher a receber o prêmio Nobel
COMO FUNCIONA O PRÊMIO
ORHAN PAMUK VENCE NOBEL 2006

A autora estava entre os favoritos ao Nobel há décadas, embora
ultimamente seu nome tenha desaparecido das listas, exatamente
devido ao longo tempo em que seu nome aparecia entre os candidatos.

Com esta decisão, a Academia Sueca transforma Lessing na 11ª
mulher a receber o prêmio. A última mulher a receber o Nobel de
Literatura foi a austríaca Elfriede Jelinek, em 2004, e a primeira
foi a chilena Gabriela Mistral, em 1945.

Nascida em 22 de outubro de 1919 em Kermanshah (atual Irã), filha
de britânicos, Lessing é uma escritora que levou boa parte de sua
experiência autobiográfica africana a suas obras.

Assim fez em "The Grass is Singing", publicada em 1950, e em boa
parte de suas obras posteriores, impregnadas pelas essências do
continente africano, onde passou parte de sua vida.

Em 1962 Lessing publicou o romance que a tornou famosa, "The
Golden Notebook", e depois consolidou sua fama com uma série de
títulos de temática africana.

Seu compromisso político a levou a criticar abertamente os
Governos racistas de Rodésia (atual Zimbábue) e da África do Sul,
sendo impedida de entrar nestes países.

Sua última obra, publicada este ano, é "The Cleft".

O Nobel de Literatura do ano passado foi para o turco Orhan
Pamuk.

O Nobel de Literatura concede 10 milhões de coroas suecas (US$
1,5 milhão) e será entregue junto aos outros prêmios em 10 de
dezembro, aniversário da morte de seu fundador, Alfred Nobel.
Fonte: Folha Online


quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Biografias de escritores brasileiros

Biografias dos maiores autores de nossa língua

A
Abgar Renault
Adelino Fontoura
Adelmar Tavares
Adolfo Caminha
Adonias Filho
Afonso Arinos
Afonso Celso
Afonso d'Escragnolle Taunay
Afonso Pena Junior
Afrânio Coutinho
Afrânio Peixoto
Alberto de Oliveira
Alberto Faria
Alberto Venâncio Filho
Alcântara Machado
Alceu Amoroso Lima
Alcides Maia
Alcindo Guanabara
Alfredo Pujol
Aloísio de Castro
Aluísio Azevedo
Álvares de Azevedo
Álvaro Lins
Álvaro Moreyra
Amadeu Amaral
Américo Jacobina Lacombe
Aníbal Freire da Fonseca
Antônio Austregésilo
Antonio Callado
Antonio Houaiss
Antonio Olinto
Antônio Pereira da Silva
Araripe Júnior
Araújo Porto Alegre
Ariano Suassuna
Arnaldo Niskier
Artur Azevedo
Artur de Oliveira
Artur Jaceguai
Artur Orlando da Silva
Assis Chateaubriand
Ataulfo de Paiva
Augusto de Lima
Augusto Meyer
Aurélio Buarque de Holanda
Aurélio de Lyra Tavares
Austregésilo de Athayde


B
Barão do Rio Branco
Barão Homem de Melo0
Barbosa Lima Sobrinho
Basílio da Gama
Bernardo Élis
Bernardo Guimarães

C
Candido Mendes
Cândido Mota Filho
Carlos Castello Branco
Carlos Chagas Filho
Carlos de Laet
Carlos Magalhães de Azeredo
Carlos Nejar
Carneiro Leão
Casimiro de Abreu
Cassiano Ricardo
Castro Alves
Celso Cunha
Celso Furtado
Celso Vieira
Cláudio de Souza
Cláudio Manoel da Costa
Clementino Fraga
Clóvis Beviláqua
Coelho Netto
Constâncio Alves
Cyro dos Anjos


D
Dantas Barreto
Darcy Ribeiro
Deolindo Couto
Dias Gomes
Dinah Silveira de Queiroz
Dom Aquino Correia
Dom Lucas Moreira Neves
Dom Marcos Barbosa
Dom Silvério Gomes Pimenta
Domício da Gama

E
E. Roquette-Pinto
Eduardo Portella
Eduardo Prado
Eduardo Ramos
Elmano Cardim
Emílio de Menezes
Euclides da Cunha
Evaristo da Veiga
Evaristo de Moraes Filho

F
Fagundes Varela
Félix Pacheco
Fernando de Azevedo
Fernando Magalhães
Filinto de Almeida
França Junior
Francisco Adolfo de Varnhagen
Francisco de Assis Barbosa
Francisco de Castro
Francisco Otaviano
Franklin Dória
Franklin Távora

G
Garcia Redondo
Genolino Amado
Geraldo França de Lima
Getúlio Vargas
Gilberto Amado
Gonçalves de Magalhães
Gonçalves Dias
Goulart de Andrade
Graça Aranha
Gregório da Fonseca
Gregório de Matos
Guilherme de Almeida
Guimarães Passos
Guimarães Rosa
Gustavo Barroso

H
Hélio Lobo
Heráclito Graça
Herberto Sales
Hermes Lima
Hipólito da Costa
Humberto de Campos

I
Inglês de Souza
Ivan Lins
Ivo Pitanguy

J
J.C. Macedo Soares
João Cabral de Melo Neto
João de Scantimburgo
João Francisco Lisboa
João Luis Alves
João Neves da Fontoura
João Ribeiro
João Ubaldo Ribeiro
Joaquim Caetano da Silva
Joaquim Manuel de Macedo
Joaquim Nabuco
Joraci Camargo
Jorge Amado
José Américo de Almeida
José Bonifácio
José Cândido de Carvalho
José de Alencar
José do Patrocínio
José Guilherme Merquior
José Honório Rodrigues
José Lins do Rego
José Sarney
José Veríssimo
Josué Montello
Júlia Lopes de Almeida
Júlio Ribeiro
Junqueira Freire

L
Lafayette Rodrigues Pereira
Laudelino Freire
Laurindo Rabelo
Lauro Müller
Ledo Ivo
Levi Carneiro
Lúcio de Mendonça
Luís Carlos
Luís Edmundo
Luís Guimarães Filho
Luís Guimarães Júnior
Luís Murat
Luís Viana Filho
Lygia Fagundes Telles


M
Machado de Assis
Maciel Monteiro
Magalhães Júnior
Manuel Antônio de Almeida
Manuel Bandeira
Manuel de Oliveira Lima
Marcos Almir Madeira
Marcos Vilaça
Mário de Alencar
Mário Palmério
Marques Rebelo
Martins Júnior
Martins Pena
Maurício de Medeiros
Mauro Mota
Medeiros e Albuquerque
Menotti del Picchia
Miguel Couto
Miguel Osório de Almeida
Miguel Reale
Múcio Leão
Murilo Melo Filho

N
Nelida Piñon

O
Odylo Costa Filho
Olavo Bilac
Olegário Mariano
Oliveira Lima
Oliveira Viana
Orígenes Lessa
Oscar Dias Corrêa
Osório Duque Estrada
Osvaldo Cruz
Osvaldo Orico
Otávio de Faria
Otávio Mangabeira
Otto Lara Resende

P
Pardal Mallet
Paulo Barreto (João do Rio)
Paulo Carneiro
Paulo Setúbal
Pedro Calmon
Pedro Lessa
Pedro Luís
Pedro Rabelo
Peregrino Jínior
Pereira da Silva
Pontes de Miranda
Porto Alegre

R
Rachel de Queiroz
Raimundo Correia
Ramiz Galvão
Raul Pompéia
Ribeiro Couto
Roberto Marinho
Roberto Simonsen
Rocha Pombo
Rodolfo Garcia
Rodrigo Octávio
Rodrigo Octavio Filho
Rui Barbosa

S
Sábato Magaldi
Salvador de Mendonça
Santos Dumont
Sérgio Corrêa da Costa
Sérgio Paulo Rouanet
Silva Melo
Silva Ramos
Sílvio Romero
Sousa Bandeira
Sousa Caldas

T
Tarcisio Padilha
Tavares Bastos
Teixeira de Melo
Teófilo Dias
Tobias Barreto
Tomás Antônio Gonzaga

U
Urbano Duarte

V
Valentim Magalhães
Vianna Moog
Vicente de Carvalho
Viriato Correia
Visconde de Taunay
Visconde do Rio Branco
Vitor Viana

X
Xavier Marques