sexta-feira, 31 de agosto de 2007

O conceito da trova

Miguel Russowsky
21
a trova emite um conceito,
com tal engenho e primor,
que deixa o autor satisfeito,
e muito mais o leitor.

Mentiras de amor

Maria Nascimento
20
não deixe as cartas que eu mando
sem resposta, por favor,
porque é bom de vez em quando
reler mentiras de amor.

Sabor de pecado

Maria Lua
19
tinha sabor de pecado
no namoro adolescente,
aquele abraço acanhado...
aquele beijo inocente...

Ah se eu pudesse saber

Magdalena Lea
18
ah se eu pudesse saber
qual a mulher que ele quer...
que não iria eu fazer
para ser essa mulher!?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

tristeza

líria porto

as lágrimas secaram
chorei sal
aquele foi um mal irreparável
tal como se o mar se evaporasse
e eu tivesse que remar
tocar o barco

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Que figura fantástica. Parece que estou vendo pedras de sal grudadas na tristeza.
Clique aqui e reme no mundo poético de Líria Porto. AS

O mar é monstro sagrado

17
José Lucas de Barros

o mar é monstro sagrado,
mas fragilmente desmaia,
quando beija apaixonado
os lábios quentes da praia!

Instantes de saudade

16
João Paulo Ouverney

os instantes de saudade
são, em nosso ir e vir,
pedaços de eternidade
que o tempo deixou cair...

Feliz na meia-idade

15
João Freire Filho

sou feliz na meia-idade,
revivendo, persistente,
os sonhos da mocidade,
nos sonhos do meu presente.

Versos soltos

14
Joamir Medeiros

versos soltos ou fragmentos
são as trovas que componho
que amenizam meus tormentos
e dão mais vida ao meu sonho!

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Lembrança

13
Humberto del Maestro

tudo se foi da lembrança...
e do nosso antigo enredo
nem mais a marca da aliança
se acha gravada em meu dedo.

Horas dolorosas

12
Carolina Ramos

nas horas mais dolorosas,
teimosos, no seu lirismo,
há poetas semeando rosas
entre as rochas de um abismo!

Versos à cara

11
Antonio Aleixo

sem ter chicote nem vara,
manda-me a minha razão
atirar versos à cara
dos que me roubam o pão!

domingo, 19 de agosto de 2007

A mulher, minha amiga

10
Rezava Adão: "— Meu Senhor,
a mulher, a minha amiga,
quer tentar-me. Por favor,
fazei com que ela... prossiga!"

Bastos Tigre

sábado, 18 de agosto de 2007

Alma ansiosa

9
partiu a jangada airosa
na praia ficou maria,
pedindo, de alma ansiosa,
que ela volte ao fim do dia.

Amália Max

Esperança

8
esperança é o sol aberto
que meu destino conduz:
deixando o sonho mais perto,
bem menos pesada a cruz.

Alonso Rocha

Feitiço

7
ao teu "fogo" sou submisso
(mesmo sabendo quem és)
e me basta esse "feitiço"
para que eu viva aos teus pés.

Alonso Rocha

A cidade do sol - Entrevista

Novo livro do autor de "O Caçador de Pipas" já é nº 1
"A Cidade do Sol", de Khaled Hosseini, está em primeiro entre mais vendidos

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Tiragem inicial no Brasil foi de 300 mil cópias; para se ter uma idéia, sexto "Harry Potter", fadado a best-seller, saiu em 2005 com 350 mil

EDUARDO SIMÕES

DA REPORTAGEM LOCAL

A barbada era esperada. Lançado no Brasil na semana passada, o segundo romance de Khaled Hosseini, 42, autor do best-seller "O Caçador de Pipas", já está em primeiro lugar nas listas de mais vendidos.

A tiragem inicial de 300 mil exemplares de "A Cidade do Sol" já foi toda distribuída e a editora Nova Fronteira vai imprimir outras 100 mil cópias. Para se ter uma idéia do feito, "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", sexto volume da série de J.K. Rowling, fadado a ser bst-seller, foi lançado em 2005 com 350 mil exemplares.

Médico, afegão radicado nos Estados Unidos desde 1980, Hosseini disse à Folha que, apesar de o novo livro ter o Afeganistão como pano de fundo, e cobrir praticamente o mesmo período de tempo do romance anterior, não se deve esperar uma mera seqüência de "O Caçador de Pipas". Leia a seguir entrevista com o autor.

FOLHA - "A Cidade do Sol" conta a história da amizade entre duas mulheres e tem como cenário o Afeganistão em meio a conflitos. O leitor lerá uma espécie de seqüência de "O Caçador de Pipas"?

HOSSEINI - O romance não é uma continuação de "O Caçador de Pipas". Ele se passa no Afeganistão e lida com um segmento da população que não era relevante no primeiro livro: as mulheres afegãs. Dito isso, este romance também é, na essência, uma história de amor, como "O Caçador de Pipas". Enquanto o primeiro romance era sobre o amor entre homens, irmãos, pais e filhos, "A Cidade do Sol" é uma história sobre a maternidade e o amor entre mães e filhas. O romance também fala como o amor pode ajudar uma pessoa a transcender seus próprios limites e fraquezas. E, como no primeiro livro, talvez até mais, "A Cidade do Sol" é uma crônica dos eventos que aconteceram no Afeganistão nos últimos 30 anos. Com foco no modo como a invasão soviética, a guerra civil, o Talebã e seu extremismo, afetaram as mulheres.

FOLHA - Como foi a pressão para escrever o segundo romance?

KHALED HOSSEINI - Boa parte da pressão foi feita por mim mesmo. Meu agente e editores não me apressaram. Eu queria muito contar a história de Laila e Mariam, e a pressão consistia em achar o caminho. A história foi ficando ambiciosa e houve dias em que eu pensei que o livro ia morrer. Nesses dias a pressão era palpável. Mas a história adquiriu vida própria e quando eu estava completamente imerso no mundo dessas mulheres ela evaporou.

FOLHA - Onde buscou estas vozes femininas?

HOSSEINI - Havia toda uma faceta da sociedade afegã que eu não havia abordado no primeiro livro. Uma paisagem fértil em termos de idéias para histórias. Afinal, tanta coisa aconteceu com as mulheres afegãs nos últimos 30 anos, especialmente depois que os soviéticos saíram e os conflitos entre facções começaram. Com a guerra civil, elas foram sujeitas a abusos de direitos humanos, desde casamentos forçados até estupros. Foram raptadas e vendidas para a prostituição. Quando os Talebãs chegaram, eles impuseram restrições às mulheres, limitando seu movimento, expressão, impedindo que trabalhassem ou se educassem, assediando-as, humilhando-as.

Na primavera de 2003, eu fui a Cabul e vi umas mulheres vestidas de burca, sentadas nas esquinas, com quatro, cinco, seis crianças, implorando por mudança. Eu as observei andando aos pares na rua, seguidas de seus filhos maltrapilhos, e fiquei pensando como a vida as conduziu até aquele estágio.

Quais eram seus sonhos, esperanças, desejos? Quem eram seus maridos? O que e quem elas haviam perdido nas guerras que haviam flagelado o Afeganistão por duas décadas?Eu conversei com muitas delas. Suas histórias de vida eram de cortar o coração. Uma delas, mãe de seis crianças, disse-me que o marido dela, um policial de trânsito, não recebia salário há seis meses.

Ela havia pedido dinheiro a amigos e parentes, mas como não podia pagar, eles pararam de emprestar. Soube de uma viúva que, diante da expectativa de passar fome, pôs veneno de rato em migalhas de pão e deu aos filhos, antes de comer também. Quando comecei a escrever "A Cidade do Sol", me peguei pensando nessas mulheres resistentes. Embora nenhuma delas tenha inspirado Laila ou Mariam, suas vozes, rostos e incríveis histórias de sobrevivência estavam sempre comigo. Seu espírito coletivo é o embrião do livro.

A cidade do sol - Sinopse


Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a Rasheed, um sapateiro de 45 anos.

Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. É filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos.

Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós.

E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, uma outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.
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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Batendo contra a vidraça

6
sempre que eu sonho na vida
sou, numa luta sem jaça,
borboleta enlouquecida
batendo contra a vidraça.


Alonso Rocha

Humanidade esquisita

5
humanidade esquisita
cada vez mais, deus, esquece,
as estrelas já visita,
e a si própria não conhece.


Alceu Gouveia

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A TROVA 5 - Humanidade esquisita, me fez lembrar uma frase que diz assim: "O homem inventa deus aos montes, mas não sabe como é feito o bicho do queijo." Ôrra! AS.

Tecendo um ninho

4
sedenta do teu carinho,
imagino em sonhos vãos,
tuas mãos tecendo um ninho
para aninhar minhas mãos...

Adélia Victória Ferreira

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O pessimismo de Augusto dos Anjos

Caros Internautas,
Anuncia-se para amanhã, no Teatro José de Alencar, a "Mostra Brasileira de Teatro Transcendental", com a peça "A Dança da Psiqué de Augusto dos Anjos". Poeta maldito, de um pessimismo exacerbado, o homenageado marcou sua passagem pela literatura brasileira com um único livro: "Eu", onde destila toda sua amargura com o mundo e com os homens. Abaixo, o mais famoso de seus sonetos:

VERSOS ÍNTIMOS

Vês ?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável !

Acostuma-te à lama que te espera !
O Homem que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro !
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija !

Um abraço a todos,
Cláudio César

Extraído do site da AFAI - Associação dos Filhos e Amigos do Ipu.

Água da fonte

03
Bravura é da água da fonte
que, aos tropeços vem, contente,
vencendo as pedras do monte,
matar a sede da gente!

Lilinha Fernandes

Morreu na guerra

02
Morreu na guerra. Que brilho!
Tem mais um herói na história.
E a mãe, chorando o seu filho,
amaldiçoa essa glória.

Lilinha Fernandes (1891 - 1980)

Quem sabe...

01
Aquilo que a gente ignora
Gera medo e nos agita,
Mas "quem sabe faz a hora"
Não espera nem hesita. ........ Airton Soares

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Raquel de Queiroz


Arte: Kim
RACHEL DE QUEIROZ
17 de novembro de 1910
04 de novembro de 2003

No dia 3 de agosto de 1977, a escritora Rachel de Queiroz quebrou um tabu quase secular e tornou-se a primeira mulher a ser admitida na Academia Brasileira de Letras. Até então, a casa de Machado de Assis era reduto exclusivo masculino. A façanha da consagrada escritora cearense abriu portas para que anos mais tarde, Nélida Piñon presidisse a ABL.

Fonte: Ademir Bacca

A Menina que Roubava Livros

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Autor de "A Menina que Roubava Livros" virá ao Brasil


O escritor australiano Markus Zusak, 30, autor de "A Menina que Roubava Livros", virá ao Brasil para participar da 13ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 13 e 23 de setembro.

"A Menina que Roubava Livros" transformou Zusak em fenômeno literário mundial, tendo sido lançado em países como França, Itália, Alemanha, Rússia, Reino Unido, China, Índia e Japão. No Brasil, o título foi publicado em março e já foram distribuídas 150 mil cópias.

O romance conta a história de Liesel Meminger, menina abandonada pela mãe e entregue a um casal alemão para escapar dos nazistas.A editora Intrínseca lança em outubro o primeiro romance de Zusak, "I'm the Messenger" (Eu sou o mensageiro). Também já foram comprados os direitos de seu novo livro, "Ponte de Argila".

Folha de São Paulo, 07/08/2007