quinta-feira, 26 de junho de 2008

Amor nos três pavimentos

Sempre Vinicius
19/10/1913



Eu não sei tocar, mas se você pedir
Eu toco violino fagote trombone saxofone.
Eu não sei cantar, mas se você pedir
Dou um beijo na lua, bebo mel himeto
Pra cantar melhor.
Se você pedir eu mato o papa, eu tomo cicuta
Eu faço tudo que você quiser.

Você querendo, você me pede, um brinco, um namorado
Que eu te arranjo logo.
Você quer fazer verso? É tão simples!... você assina
Ninguém vai saber.
Se você me pedir, eu trabalho dobrado
Só pra te agradar.

Se você quisesse!... até na morte eu ia
Descobrir poesia.
Te recitava as Pombas, tirava modinhas
Pra te adormecer.
Até um gurizinho, se você deixar
Eu dou pra você...


in Novos Poemas
in Poesia completa e prosa: "A saudade do cotidiano"

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Leituras Educadoras

Em seu novo livro, o lingüista Tzvetan Todorov defende que a literatura deve estar mais próxima da busca de sentidos para a vida do que da análise das estruturas textuais

Gabriel Perissé



O livro La littérature en péril (A literatura em perigo, ainda sem tradução no Brasil), de Tzvetan Todorov (Editora Flammarion, 2007), vem encontrando acolhida inusitada. Suas aparentemente modestas 94 páginas escondem, e revelam, grandes pretensões. Ou pelo menos uma grande e louvável pretensão: salvar a literatura!

Nesse ensaio fascinante, de tranqüila lucidez, Todorov (nascido na Bulgária em 1939) defende uma única idéia: precisamos aprender com a literatura, redescobrir sua força didática, didática no melhor sentido da palavra. Um romance, um poema, um conto ajudam-nos a descobrir facetas ignoradas do nosso entorno. Como discurso interpretativo carregado de sentido, faz-nos compreender melhor quem somos, para onde vamos, de onde viemos.

Quando era estudante e jovem pesquisador universitário, porém, vivendo num país do bloco comunista, Todorov sabia ser arriscado abordar a literatura do ponto de vista de seu conteúdo explosivo.

Era grande o risco de cair em "heresias", ferir a ideologia reinante, expor-se à desconfiança do sistema de dogmas dominante. Por isso a opção formalista, a preocupação com a estrutura das obras literárias, a busca de certa neutralidade. Ficassem as idéias e sensações subversivas para outro dia qualquer, ou para quando viesse outro regime.

Mais tarde, em 1963, Todorov foi trabalhar na França, tornando-se em alguns anos referência acadêmica obrigatória. Seu nome, ao lado de gigantes como Barthes, Genette e Jakobson, ficou para sempre associado ao estudo do funcionamento do texto literário. No contexto das faculdades de Letras do Brasil, o recurso vinha a calhar. Também nas nossas décadas de 60 e 70 era perigoso falar de literatura nua e crua. Sejamos, portanto, estruturalistas!

Retorno à condição humana

Passaram-se quatro décadas. Todorov está hoje mais preocupado com o sangue e as entranhas da literatura do que com seus mecanismos. A literatura, em sua pungência, em sua beleza, nos ajuda a viver, faz com que imaginemos novas formas de conceber e configurar o mundo. Mais do que objeto de estudo para um grupo seleto, nos permite a todos vislumbrar a condição humana, com suas contradições e loucuras - nossas contradições, nossas loucuras. Quixote, Gregor Samsa, Fausto são personagens mais vivos do que as pessoas que nos rodeiam. Mais vivos, e instigantes. Inesquecíveis "professores" da existência.

Todorov faz o alerta: a literatura corre sérios riscos. A escola e a universidade tornaram a literatura um pretexto, um trampolim para estudar os textos enquanto textos, e somente enquanto textos. Colocaram-na no tubo de ensaio. Sobre ela está o microscópio. Por força das análises estruturais, atentas à obra literária em si, atentas aos elementos internos da obra, abstraindo-se de sua relação com o mundo, com as pessoas comuns, com os grandes temas da vida... essas obras perderam seu ferrão, digamos assim. Aos nossos olhos, sobretudo aos olhos de quem estudou literatura e fez desse estudo a sua profissão... eis um belo objeto de análise. E os eficientes instrumentos de análise passam a ser mais importantes e mais belos do que o objeto analisado!

O perigo está em deixar a literatura em segundo plano, em último plano, enaltecendo as teorias literárias à custa do poema, do conto, das histórias que este ou aquele autor veio nos contar... O teórico não se emociona com as histórias, não se deixa envolver por seu encanto, não permite que se misturem às biografias reais das pessoas reais. Sua principal função como teórico é analisar, separar, distinguir, virar o objeto do avesso, fazer considerações sobre a metalinguagem, equacionar a literariedade do poemático, investigar os actantes presentes na textua­lidade do romance...

A letra, o sentido e os valores

Sem abandonar a letra, Todorov no entanto quer afastar-se desse mundo de especialistas que ele mesmo ajudou a criar. Em vez de nos esfalfarmos tanto para detectar o modo como os livros foram construídos, em vez de nos debruçarmos tão-somente sobre a materialidade do texto pensando em suas formas lingüísticas, atentemos para o que os livros falam, e para o impacto que produzem em nós... Os livros não são objetos fechados e absolutos. Na realidade, a literatura é perigosa porque põe em xeque nossas concepções de mundo, porque abre portas e janelas, desencadeia a memória, cutuca a imaginação, provoca abalos em nossas certezas, propõe valores, questiona outros, oferece a chance de pensarmos no sentido da vida.

Todorov está, perigosamente, lembrando aos professores, críticos literários e aos próprios escritores que todos devemos ser leitores comuns, gente como a gente cuja secreta ambição é procurar na literatura algo mais do que um "artefato" que possua em si mesmo sua justificativa, ou que sirva como pretexto para produzir teses acadêmicas ou ensaios eruditos para eruditos leitores.

O leitor comum, mesmo que não o expresse, procura na literatura o não-acadêmico, o não-sofisticado. Procura, para dizer de um modo positivo, as questões humanas tratadas de modo vivo e apaixonante, procura a aventura, os dilemas, as paixões, os dramas, as surpresas, quer sofrer e alegrar-se ao longo da leitura, fugir, como dizia o poeta Mario Quintana... para a realidade! A realidade paradoxal do texto ficcional. O leitor comum não possui técnicas de leitura e análise, mas é a este leitor que o escritor se dirige... e não aos críticos especializados.

Molière, por exemplo, lia suas peças para o cozinheiro, vendo neste o seu crítico mais exigente. O pensador romeno Emil Cioran, num dos seus amargos (mas inteligentes) aforismos, disse: "Gosto de ler como o porteiro de um prédio lê: identificando-me com o autor e com o livro. Qualquer outra atitude me faz pensar num despedaçador de cadáveres". A percepção está correta. O leitor pode até vir a ser um crítico literário, mas a leitura para valer implica essa identificação que, aos olhos dos mais pedantes, é coisa de gente despreparada.

Para salvar a literatura do perigo que corre, o perigo de tornar-se desinteressante, cadáver dissecado, enterrado e esquecido nas estantes, temos de reaver a sua capacidade (perigosa capacidade!) de ser experiência viva, e experiência ensinante. Grandes autores como Guimarães Rosa, Dante, Nelson Rodrigues, Thomas Mann e Kafka nos ensinam, ao seu modo, ao modo poético, teatral, dramático, ao modo ficcional, o que antropólogos, sociólogos e filósofos também procuram nos dizer empregando a terminologia filosófica, sociológica, antropológica...

A escola e a universidade pecam se exigem dos alunos que conheçam não tanto a obra literária em sua beleza, em sua contundência, mas aquilo que a enquadra de modo mais ou menos rígido: classificações, métodos e categorias de análise, referenciais teóricos... ou seja, o que vive da literatura mas não é literatura, não provoca, não apaixona, não transforma o leitor.

Mestres de vida

Todorov faz uma proposta simples e revolucionária. Ir ao encontro da literatura para ter aulas existenciais com Shakespeare e Sófocles, Baudelaire e Balzac, Dostoievski e Proust. Um ensino excepcional!

Afastar-se da dissecação científica do texto literário não significa, porém, entregar-se ao puro prazer da leitura, sem critérios ou objetivos. O leitor comum precisa aprender a ler melhor para melhor aprender com o que lê. Pensar com rigor, como diz o pensador espanhol Alfonso López Quintás, que há muitas décadas, à margem das modas, tem se dedicado a estudar a experiência estética e seu poder formativo.

Em seu livro Cómo formarse en ética a traves de la literatura (Ediciones Rialp, 1994), López Quintás propõe um método de leitura acessível, mas nem por isso menos eficiente. Autores como Hemingway, Samuel Beckett, García Lorca e Herman Hesse são lidos como mestres de vida, cujas obras nos apresentam a condição humana em sua ambigüidade, em sua desconcertante realidade. Não se trata de "didatizar" a literatura, mas descobrir na trama de um romance, nas imagens de um poema, na força expressiva de um texto diagnósticos profundos do homem de ontem, que, afinal, não é tão diferente do de hoje.

A leitura de obras literárias pode contribuir para o nosso aperfeiçoamento como seres humanos? Pode nos ajudar a repensar nossa maneira de viver? Pode ser, em suma, uma leitura educadora?

Combinando a proposta de López Quintás com o alerta de Todorov, é possível responder que sim. Ressuscitar o gosto da leitura, não tanto pela busca do prazer e da distração, mas como atividade intelectual rica de possibilidades, intuições e descobertas existenciais.

* Gabriel Perissé é doutor em Filosofia da Educação (USP) e professor do Programa de Mestrado da Universidade Nove de Julho (SP). www.perisse.com.br

http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12444

AGRADECIMENTO :: IRACEMA, a virgem dos...

- - - - - - - - - - - - letrAS nº 79

Segunda-feira, 23 de junho de 2008 - 08h01min

. . . . . . . AGRADEÇO comentário - bem urdido e `enzimático´- do nosso MOTIVADO e acadêmico jpMourão acerca da minha palestra NOSSA VIDA SE RESUME EM TEXTO, ministrada sábado, 14, - Reunião AILCA - Fortaleza. Próxima palestra: Com o professor Valdemir Mourão em Ipu.

= = = = = = = = = = = = = = = = = =

"E IRACEMA DE JOSÉ DE ALENCAR,
vocês leram? Zé, o precursor do indianismo – de índios agora sendo cercados por grileiros e legislações –, criou essa mítica Iracema, extraordinária índia tabajara.

O ESCRITOR CEARENSE
exibe-a como maravilhoso símbolo sensual primitivo do século XVII, eternizando-a como a virgem dos lábios de mel."

E TODO MUNDO PASSOU
a repetir o epíteto. Mas nós, do Pasquim, estudiosos de modos e costumes, achamos pouco. Avançada pro seu tempo. Iracema era mais do que sensual, era sexual. E passamos a chamá-la de a virgem dos grandes lábios de mel. "

Millôr Fernandes na Revista VEJA - 18/06/2008.

Veja imagem no blog LI POR AÍ
http://airton.soares.zip.net

domingo, 22 de junho de 2008

MACHADO DE ASSIS :: BRASILEIRO SEM MEMÓRIA

. . . . . . . . . . . . . letrAS nº 78


Sábado, dia de feira, 21 de junho de 2008 < 12h01min
.
.
Tintin!
MACHADO DE ASSIS
(Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado um dos mais importantes nomes da literatura desse país e identificado, pelo crítico Harold Bloom, como o maior escritor afro-descendente de todos os tempos.

= = = = = = = = = = = =

Ano 09 - nº 401 - 02/06/2008
www.consultexto.com.br

Em entrevista, na última quinta-feira, ao jornal Folha de S.Paulo, o neurocientista brasileiro Ivan Izquierdo voltou a afirmar que a leitura é o mais completo exercício para a memória.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --
“Quando lemos, fazemos um
scanner do universo inteiro que
o cérebro conhece.
Não há nenhuma outra atividade
cerebral que chegue perto disso.”
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --

Por ironia, o jornal estampa, na mesma edição, os resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope/Instituto Pró-Livro. O “retrato” continua feio.

A leitura aparece como quinta opção para o tempo livre e, pior, 45% dizem simplesmente que não gostam de ler.

Etimologia <> DETERMINAÇÃO

. . . . . . . LetrArte nº 77

Quarta- feira ,18 de junho de 2008 - 20h25min

etimologia
DETERMINAÇÃO
Uma ação junto do término < DE+ TERMIN + AÇÃO

- - - - - - - - - - Pai! Afasta de mim esse `cale- se´
- - - - - - - - - - - - Como é difícil
- - - - - - - - - - - - - -Acordar calado
- - - - - - - - - - - - - - Se na calada da noite
- - - - - - - - - - - - - - - - Eu me dano

“Calar-me não vou - enquanto as placas não forem apostas, por esta ou por outra
administração municipal, vou continuar lembrando, cobrando, e depois que elas
forem colocadas, vou agradecer. Alegremente!”.
.
.
Nome: JOÃO PEREIRA MOURÃO
Assunto: Telefonema maligno - 18/06/2008

terça-feira, 17 de junho de 2008

Língua Portuguesa

Reforma ortográfica da Língua Portuguesa: sou contra e tenho boas razões para isso.../ Armando Alexandre dos Santos


Está em curso, presentemente, a efetivação da primeira reforma ortográfica da Língua Portuguesa deste século e deste milênio. Nos últimos cem anos, houve duas grandes reformas ortográficas de nosso idioma no Brasil, e três em Portugal, sem contar outros pequenos ajustes, em ambos os países. Resumidamente, a ortografia de nossa língua teve várias fases.

Primeira fase - puramente fonética

Inicialmente, era inteiramente fonética, ou seja, cada qual escrevia como falava e como ouvia. Daí decorria, é claro, uma grande variedade de grafias, de modo que não se podia falar em modo de escrever oficial e não se podia, portanto, falar propriamente em ortografia (etimologicamente, escrita correta, do grego orto, certo e graphos, escrita). Cada qual escrevia como bem entendia. Fenômeno similar ocorria em todas as línguas, não só no português, e se devia ao fato de serem relativamente poucas as pessoas alfabetizadas e serem muito menos numerosos do que hoje os documentos escritos.
Com a invenção da imprensa, por Guttenberg (século XV), generalizaram-se os livros impressos, e também se generalizaram a escrita e a leitura, que deixaram de ser privilégio de poucos letrados. Antes disso, pessoas cultas e influentes havia... que não sabiam ler! Isso pode parecer estranho hoje em dia, mas era assim.
Ler e escrever, durante muito tempo, não foi considerado algo importante para o exercício de funções públicas ou de liderança. O grande imperador Carlos Magno, por exemplo, consta que somente aprendeu a ler depois de adulto, depois de ter durante vários anos exercido a realeza e até participado, com opiniões teológicas muito ajustadas, de concílios regionais de bispos.
Nessa primeira fase, cada qual escrevia à vontade, inexistindo de todo uma norma de grafia. A palavra sapato, por exemplo, tanto poderia ser grafada como hoje o fazemos, como poderia ser ssapato ou çapato, ao arbítrio de quem escrevia.

Segunda fase - ortografia etimológica

Com a Renascença e a difusão dos incunábulos, tornou-se cada vez maior a influência dos legistas na cultura européia, especialmente a partir da célebre Universidade de Bolonha. Estudou em Bolonha o famoso Doutor João das Regras, que teve grande influência na corte do Rei D. João I, de Portugal, e dali haveria de marcar a cultura portuguesa.
Os intelectuais dessa corrente, entusiastas da velha civilização greco-romana desaparecida havia um milênio, começaram a prestigiar uma nova forma de escrever, mais fiel aos radicais originários gregos e latinos. Nos séculos seguintes, prolongou-se a influência dessa corrente na língua, predominando a idéia de que a grafia de uma palavra não deve se limitar a exprimir o seu som, mas deve também fornecer elementos que permitam, à pessoa culta, distinguir as raízes originárias da palavra e, assim, identificar o seu sentido.

E, diga-se de passagem, não deixavam de ter certa razão. Um exemplo, entre milhares de outros: lendo que Deus é "omnisciente", a pessoa culta imediatamente dividia, em sua mente, a palavra em duas partes: omni (forma latina de omnis, omne, que significa tudo) e sciente (que vem do verbo scio, no infinitivo scire, que significa saber). Assim, omnisciente é aquele que sabe tudo. A própria grafia fornecia elementos para a intelecção do significado da palavra.
Chegou-se, entretanto, a abusos verdadeiramente caricatos. Por exemplo, o verbo aborrecer grafava-se abhorrescer (de ab-horreo). E, como não podia deixar de ser, havia grafias divergentes: filosofia, philosophia, filosophia, philosofia... sempre ao gosto e ao arbítrio de quem escrevia.
Não havia, pois, uma regra fixa, geralmente aceita e reconhecida como normativa.

Terceira fase - ortografia fonética

Na segunda metade do século XIX e em princípios do século XX, houve grandes polêmicas, em Portugal e no Brasil, sobre o critério que deveria determinar a forma correta de grafar as palavras. Dois grandes dicionaristas lusos marcam bem as duas posições principais.
Em primeiro lugar, Caldas Aulete, autor do "Diccionario Contemporaneo da Lingua Portugueza" (1ª edição, Lisboa, 1881), era francamente favorável à escrita etimológica. Transcrevamos suas palavras, tiradas da introdução da obra, na ortografia própria:

"Adoptâmos a orthographia etymologica para os termos de origem erudita e historica, e para as palavras populares a fórma popular. Todavia a tendencia moderna é ir substituindo o elemento popular pelo etymologico. Hoje, geralmente, escreve-se egreja em vez de igreja; egual em vez de igual; similhante em vez de semelhante; logar em vez de lugar, não obstante este uso contrariar as leis da nossa morphologia.

"O systema que se funda na imitação do som, denominado orthographia phonetica, não tem outro principio regulador senão o capricho individual, e as suas regras pertencem ao dominio da imaginação. Hoje os grandes philologos não se occupam d'ella. Os phonetistas, em face da actual sciencia linguistica, representam o papel dos alchimistas da edade media em busca da transformação dos metaes.

"O fim secundario da orthographia é pintar os sons, o primario é dar-nos a conhecer a palavra, dizer-nos a sua origem e a sua historia.

"A orthographia phonetica trata de pintar, e mal, os sons que necessariamente se modificam de dia para dia, e concorre para a instabilidade das linguas; a orthographia etymologica tende ao contrario a fixal-as e a determinal-as" (op. cit., t. I, p. XIX).

O texto que acabamos de citar é de 1881. Dezoito anos depois, em 1899, Candido de Figueiredo lançava a primeira edição de seu "Novo Diccionário da Língua Portuguesa" (Lisboa, 2 vols.), no qual tomava explicitamente a defesa da ortografia fonética e simplificada, que acabou prevalecendo ─ para o bem da Língua, dizem uns, para o empobrecimento dela, sustentam ainda hoje outros.

Reformas ortográficas

Desde as primeiras décadas do século XX, gizaram-se acordos ortográficos entre os dois países ─ Portugal e Brasil ─ com vistas ao estabelecimento de um acordo unificador. Essas tratativas eram feitas em duas esferas, na cultural e na política.

Culturalmente, os estudos eram conduzidos por lingüistas lusos e brasileiros, ligados, respectivamente, à Academia Portuguesa (sucessora da Real Academia de Lisboa, fundada no século XVIII por D. João V) e à Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897, no Rio de Janeiro. Politicamente, eram os governos de Portugal e do Brasil que chamavam a si a atribuição de legislar na matéria, ouvidos os especialistas acadêmicos, aos quais se atribuía o dever de zelar pela integridade e pureza do idioma.

Não vamos resumir, neste trabalho, as idas e vindas dos trabalhos, os vários projetos que se sucederam nas primeiras décadas do século XX.
Apenas recordamos aqui um episódio engraçado, que mostra bem as incertezas e hesitações da época.

Na década de 1920, o velho jornalista Júlio Mesquita foi passar uma temporada de repouso na Europa, e por recomendação médica ficou algum tempo sem ler jornais, até mesmo sem ler o seu jornal, "O Estado de S. Paulo". Ao partir, deixou, na direção da folha, seu primogênito Júlio de Mesquita Filho, auxiliado pelo seu irmão Francisco.

Enquanto seu pai tomava águas medicinais em Vichy, os jovens Julinho e Chiquinho, como eram chamados, ardorosos e impetuosos, resolveram aderir a um projeto de ortografia simplificada, numa das versões então debatidas acaloradamente. Como diretores interinos do jornal, assim o determinaram. Para surpresa geral, e também com enorme escândalo, o tradicional e sisudo "Estadão" começou a usar aquela ortografia revolucionária.

O fato produziu grande comoção no Brasil. Alguns jornais aderiram, outros se puseram contra, estabeleceu-se uma polêmica na imprensa e nos meios cultos. E os jovens diretores, contentíssimos, se viam no centro do debate. Era um lançamento mais do que promissor para dois jovens jornalistas.

Mas aconteceu o que eles não esperavam. Na França, o velho pai, tendo melhorado, sentiu curiosidade de ver como é que estava andando o jornal nas mãos dos filhos... e teve a maior decepção da vida! Quase morreu de susto, vendo seu velho jornal transformado numa folícula revolucionária e vanguardista de um sistema novo que, no íntimo do seu ser, lhe causava horror. E passou um telegrama "puxando as orelhas" dos meninos e dando ordens peremptórias para se acabar a brincadeira e retornar ao velho estilo.

Muito sem jeito, Julinho e Chiquinho tiveram que obedecer ao pai e acabou a sua festa. Anos depois, quando assumiram a direção do jornal, já estavam mais maduros e não se aventuraram a novas experiências do gênero.

Finalmente, depois de muitos percalços, a Academia Brasileira de Letras, em histórica sessão de 12 de agosto de 1943, aprovou a mudança ortográfica global da língua portuguesa falada no Brasil, imitando análoga decisão tomada poucos anos antes pelos portugueses. Foi uma reforma de grande amplitude, modificando radicalmente o modo de escrever a língua.

A introdução da nova ortografia foi muito discutida. A abolição das letras consideradas supérfluas ensejou a introdução de numerosos acentos diferenciais, o que, naturalmente, exasperou muita gente. As polêmicas prosseguiram pelas décadas seguintes.

O autor deste trabalho, nascido 11 anos após a entrada em vigor da nova ortografia, recorda-se bem de que se zombava muito, por exemplo, do acento circunflexo no advérbio "tôda", para diferenciá-lo do substantivo feminino "toda", com “o” aberto. Dizia-se que "toda", sem acento, era um passarinho da Austrália que os zoólogos, e até mesmo os zoólogos australianos, desconheciam completamente, mas que os gramáticos brasileiros conheciam muito bem...
Nessa fase das discussões que a nova ortografia produziu, certa vez Mário de Andrade, já muito doente e de mau humor, declarou em entrevista ao jornalista Francisco de Assis Barbosa:

"Não me interessa discutir se esta ou aquela é a ortografia que presta ou não. O essencial é termos uma ortografia. Que se mande escrever cavalo com três eles, isso não tem importância. Precisamos é de acabar com a bagunça. Não compreendo por que a palavra right se escreve com g-h-t. No entanto assim é que está certo. Escrever de outra forma na Inglaterra ou nos Estados Unidos é diploma de ignorância. Aqui, não. Todo mundo escreve como bem entende.

O Estado da Bahia tem h. A baía de Guanabara não tem. Acredito que a questão ortográfica tem contribuído muitíssimo para a desordem mental no Brasil" (entrevista publicada pela revista "Diretrizes", de 6-1-1944, reproduzida pelo "Jornal da ABI", órgão oficial da Associação Brasileira de Imprensa, de janeiro de 2008).

Um grande crítico da reforma ortográfica de 1943 foi o Prof. Napoleão Mendes de Almeida, autor da respeitada "Gramática Metódica da Língua Portuguesa". De acordo com ele, essa reforma nem seguiu a ortografia fonética, nem a etimológica, nem mesmo se pode dizer que foi uma reforma mista. Foi, na sua opinião, algo desastroso e ilógico.

Em 18-12-1971, entrou em vigor no Brasil nova reforma ortográfica, instituída pela lei 5.765, abolindo os acentos diferenciais (com algumas poucas exceções) e abolindo também o acento grave em palavras como cafèzinho e sòmente. Foi bem menor que a anterior, mas causou transtornos e dificuldades de adaptação em inúmeras pessoas já habituadas ao sistema anterior. A principal crítica que se fez à reforma é que seus benefícios, se é que os houve, foram muito menores do que os transtornos que causou.

Já em 1980 começaram tratativas para nova mudança ortográfica, desta vez com a finalidade explícita de unificar a ortografia de todas as nações lusófonas do mundo. Em 1971, havia apenas dois países lusófonos no mundo, Portugal e Brasil. Em 1980, com a desintegração do império ultramarino português, se haviam formado novas nações que falavam a língua de Camões: Angola, Moçambique, Guiné, São Tomé e Príncipe, Timor Leste. E começou a se propugnar uma unificação ortográfica, que permitisse a utilização de um dicionário comum.

O grande artífice, pelo lado brasileiro, dessa nova reforma, foi o lingüista e dicionarista Antônio Houaiss, contra o qual se levantaram numerosos críticos. Entre outros, manifestou-se contra ele o já citado Prof. Napoleão Mendes de Almeida, respeitado em todo o Brasil e em Portugal como o maior gramático vivo da época. Em entrevista a "Veja", publicada na edição de 24-2-1993 da revista, sob o título "Chega de asnices!", assim se exprimiu ele:

"VEJA - O que o senhor acha das reformas ortográficas feitas periodicamente no português?
ALMEIDA - Vejo como uma forma de comércio. O interesse das reformas ortográficas é financeiro, não intelectual ou prático. Tem por fim o lucro, seja da Academia Brasileira de Letras, seja de alguma editora, seja de algum rato de ministério, como é o caso atualmente no Planalto. Certa vez o Cláudio de Souza, então presidente da ABL, esteve no meu escritório, antes da reforma de 1943, e me perguntou por que eu era contra a reforma ortográfica. Ele me explicou que a Academia tinha despesas com a impressão do vocabulário. Eu disse: meu caro, não acha que a sua resposta deve ser substituída pela reflexão de que o interesse da reforma ortográfica é de caixa, e não de ensino? O escritor interessado quer modificar a ortografia, mas o livro dele, sua gramática, com a nova ortografia, já está pronto. Em 1949, quando saiu um decretinho no Diário Oficial introduzindo a nomenclatura gramatical brasileira, um dos tratantes da comissão já estava com o livro dele, incluindo as modificações, na terceira edição.

VEJA - O acordo de unificação ortográfica entre o português do Brasil e o de Portugal, negociado atualmente pelo ministro da Cultura, Antônio Houaiss, encaixa-se nesse caso?
ALMEIDA - Faço minhas as palavras do jornalista Paulo Francis, num artigo recente. O bom dessa rusga diplomática que está ocorrendo entre Brasil e Portugal é que ela matou o acordo ortográfico do Antônio Houaiss. O Houaiss não é bobo, já admitiu que o acordo foi arquivado por tempo indeterminado. Isso porque ele é editor, paga imposto de renda pelo que edita. Qual seria o seu interesse na reforma senão ser o primeiro a dizer: "O que foi decretado ontem já está em forma de livro?" Vernáculo não é política para viver de alternativas, para alimentar-se de amizades e confrarias. O vernáculo vive de escritores, e estes não se impõem pela quantidade, senão pela qualidade de obras que expressem o belo sem protuberâncias vocabulares nem manifestação de desnutrição, de doenças gramaticais.

VEJA - A unificação da ortografia usada no Brasil e em Portugal, prevista pela reforma, não seria desejável?
ALMEIDA - Que unificação? Não existem duas línguas, apenas uma.
VEJA - Mas muitas palavras são usadas ou grafadas de forma diferente nos dois países.
ALMEIDA - E no Brasil não acontece o mesmo, de região para região? Não há diferenças prosódicas e de significação? Isso não prejudica o idioma de forma alguma. Tome-se, para efeito de comparação, o dicionário Webster da língua inglesa. Para certas palavras ele dá quatro pronúncias diferentes. Outras são mostradas com três grafias diversas. Isso é motivo para um espertalhão querer introduzir uma lei que determine uma só forma ortográfica, uma só pronúncia da palavra?
VEJA - O acordo ortográfico prevê a eliminação de vários acentos nas palavras. Isso não tornaria mais fácil a tarefa de quem escreve, lê ou estuda o português?
ALMEIDA - A acentuação no português é um horror. A ortografia de 1943 está errada, mas se forem mexer vai piorar ainda mais.
VEJA - O que há de mais aberrante na acentuação do português?
ALMEIDA - Tome-se, por exemplo, a palavra auxílio. No idioma espanhol existe essa mesma palavra, com o mesmo significado, mas ao contrário do que ocorre no português ela leva acento na forma verbal, auxilío. O motivo é simples: de cada dez vezes que essa palavra aparece corriqueiramente, talvez apenas uma seja na forma de verbo, nas demais ela aparece como substantivo. Então, nada mais lógico que se deixe o acento para diferenciar o verbo. Há mais bom senso na ortografia espanhola nesse aspecto.
VEJA - O acordo prevê também a volta das letras k, w e y ao alfabeto, assim como a eliminação do trema no u. O que acha dessas propostas?
ALMEIDA - As três letras em questão nunca deveriam ter saído do alfabeto. Precisamos delas no dia-a-dia, na matemática, por exemplo, e também na escrita comum. Quanto ao trema, é inútil, ninguém precisa dele. Na verdade, quem deve ensinar a pronúncia certa é a escola. Eu mesmo não uso acentos quando escrevo meus rascunhos. Para quê? Eu sei ler. Mas para acrescentar o k, o w e o y ao alfabeto, assim como para eliminar o trema, não é preciso fazer uma grande reforma ortográfica. Basta um decretozinho, uma lei que regule o assunto".


Depois de falecido Houaiss, depois de corrida muita tinta, afinal é a reforma de Houaiss, ao que parece com alguns abrandamentos ocasionados pela necessidade de facilitar a aceitação do acordo por parte dos portugueses, que está em vias de entrar em vigor.

Não vamos expor aqui, em pormenor, quais são as mudanças que introduz a presente reforma, pois a grande imprensa as tem noticiado e divulgado amplamente.
Estava previsto que a reforma entraria em vigor no dia 1° de janeiro do corrente ano, mas essa data foi postergada, pois as autoridades lusas não a aprovaram em tempo hábil. Somente agora, no corrente mês de maio de 2008, as autoridades portuguesas, depois de prolongados estudos, a aceitaram. Resta somente agora fixar a data para sua entrada em vigor.

Nossa opinião

Nossa opinião é francamente contrária à mudança, pelas seguintes razões:
- Toda mudança em costumes bem estabelecidos, ainda que para melhor, sempre traz perturbações. A mudança só deve ser feita, em princípio, se as vantagens que trouxer superarem largamente os inconvenientes do status quo. Ora, isso manifestamente não acontece no caso concreto, porque todos os seus adeptos, portugueses e brasileiros, se dizem insatisfeitos com ela, vendo-a como parcial e provisória, apenas como um passo para outras mais completas a serem estudadas no futuro.
- A introdução da nova ortografia, sobretudo com a perspectiva de ser ela provisória, trará enormes transtornos no sistema editorial das várias nações envolvidas, exigindo a reformulação de incontáveis obras já em circulação, e trará problemas que se estenderão por, pelo menos, toda uma geração. Esses problemas serão mais sentidos pelas pessoas de mais idade, já formadas e acostumadas ao sistema anterior. Vantagens, sem dúvida, haverá, e polpudas, apenas para os interesses econômicos de editoras que lucrarão com isso. Nesse particular, o saudoso mestre Napoleão Mendes de Almeida tinha inteira razão.
- A idéia de que a nova ortografia constitui um passo para a constituição de um dicionário único do idioma português falado no mundo inteiro não se sustenta. Ela é utópica e, se fosse realizável, seria indesejável. Isso porque o idioma português, diferentemente de outros idiomas, se caracteriza pela extrema receptividade em relação a neologismos. No castelhano, por exemplo, a utilização de uma palavra não existente no dicionário da Real Academia de Madri é considerada erro, de acordo com a norma culta vigente na Espanha e em todos os países da Hispano-América. Já no português, a facilidade com que se criam palavras novas constitui uma das riquezas do nosso idioma. No século XVIII, quando foi publicada na Espanha a primeira versão do dicionário da Real Academia de Madri, o rei de Portugal encarregou a Real Academia de Lisboa de fazer um dicionário português, para não ficarem nossos patrícios atrás dos vizinhos espanhóis. Os filólogos portugueses penaram durante muitos anos e, afinal, publicaram apenas o primeiro volume do dicionário, referente à letra A, desistindo do empreendimento porque, quando concluíram a redação, deram-se conta de que já haviam surgido muitas palavras novas iniciadas coma letra A, durante os muitos anos de seu intenso labor...
Esse fato cômico serviu a Alexandre Herculano para, em “Lendas e Narrativas”, referir-se a certo jumento que se pôs a azurrar, dizendo que ele “começou por onde, às vezes, academias acabam”. Aludia assim ao último verbete do dicionário inacabado, que era AZURRAR, sinônimo de zurrar...
- Acresce que a unificação do idioma no mundo inteiro, além de ser utópica e indesejável, é também perfeitamente desnecessária. O signatário deste trabalho trabalha com editoras brasileiras e portuguesas e pode atestar que qualquer brasileiro letrado, lendo um livro português, o entende perfeitamente, apesar de uma ou outra diferença semântica, ortográfica ou de sintaxe. E, em sentido recíproco, qualquer português letrado lê o que se publica no Brasil sem dificuldades. O mesmo vale para as outras nações lusófonas, com as particularidades de cada qual, regionalismos etc. A idéia, pois, de que a nova ortografia vai proporcionar um intercâmbio editorial muito mais intenso entre os vários países lusófonos, não procede. Ou melhor, é apenas pretexto a serviço de interesses econômicos de grandes editoras.
- Resumindo: as modificações impostas pela presente reforma são insuficientes para atingir o fim a que se propõem, de unificar o idioma no mundo inteiro, e são mais do que suficientes para produzir muita confusão... e dar muito lucro a alguns interessados.

Concluímos lembrando que uma das línguas mais complicadas do mundo, o francês, não tem reformas ortográficas há séculos. Sua ortografia é considerada, até pelos franceses, extremamente difícil, tendo algumas palavras até três acentos. Isso não impediu, entretanto de ser o francês a língua da diplomacia universal durante séculos, conhecida e falada até hoje por pessoas cultas de todo o mundo.
Quanto ao inglês, não tem acentos, mas tem uma grafia complicadíssima. Aqui no Brasil, costumamos exibir a letra x como o auge da complicação, porque corresponde a cinco sons diferentes. É verdade, mas é caso único. Já no inglês, há letras e dígrafos que se pronunciam até de cinco formas diferentes, e há numerosos sons que se escrevem de até cinco formas diversas. No inglês, só sabe pronunciar quem conhece a palavra. A mera leitura das letras não é suficiente para se conhecer a pronúncia. Isso, entretanto, não impediu o inglês, que também há séculos não reforma sua ortografia, de ser o idioma internacional de nossos dias.
Por que, então, essa mania de reformar nossa língua? Por que maltratá-la tanto?
A esse respeito, só cabe citar, de memória, a oportuna afirmação de Francisco Rodrigues Lobo, em “A Corte na Aldeia”: depois de elogiar as belezas da Língua Portuguesa, lamenta-se ele de que seus falantes "trazem-na mais remendada que capa de pedinte".

Principais fontes consultadas:

Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica da Língua Portuguesa, 24ª ed., Saraiva, S. Paulo, 1973, 575 pp.
F. J. Caldas Aulete, Diccionario Contemporaneo da Lingua Portugueza, Lisboa, 1888, vol. I, 914 pp.
Candido de Figueiredo, Novo Diccionário da Língua Portuguesa, 3ª. ed., Lisboa, vol. I, 1102 pp.
Revista “Veja”, edição de 24-2-1993.
“Jornal da ABI”, edição de janeiro de 2008.
“Folha de São Paulo”, edição de 28-8-2007.

Armando Alexandre dos Santos é escritor e jornalista profissional, diretor de publicações do Instituto Histórico e Geográfico de S.Paulo.

E-mail: aasantos@uol.com.br

Procura-se imortal

Jornal do Brasil - 15/06/2008 - por Bolívar Torres

Está aberta oficialmente a dança das cadeiras. Não é fácil vencê-la. Nunca uma vaga na Academia Brasileira de Letras foi tão cobiçada. Desde a morte de Zélia Gattai, em maio, aos 91 anos, a disputa pelo assento 23 da instituição está acirrada, com um número recorde de candidatos. A uma semana do fim das inscrições, 20 escritores já oficializaram a intenção de ocupar a cadeira emblemática, que pertenceu a Machado de Assis, o primeiro presidente da casa.

A eleição, prevista para 21 de agosto, é uma incógnita: não há favoritos neste momento e os apoios estão fragmentados. "Estou muito satisfeito com o alto número de pretendentes", exulta o presidente Cícero Sandroni. "Isso comprova o prestígio da nossa instituição. Além do prestígio da Academia nos últimos anos, outros fatores podem ter contribuído para inflacionar as candidaturas. "Há muito tempo que não se abria uma vaga e os pretendentes se acumularam", avalia a pesquisadora cearense Isabel Lustosa, autora de História dos escravos, e uma das candidatas lançadas oficialmente à cadeira. Ler mais: Jornal do Brasil

Autran Dourado ganha prêmio Machado de Assis

Academia Brasileira de Letras anuncia vencedor do Prêmio Machado de Assis 2008
O romancista mineiro Autran Dourado é o vencedor do Prêmio Machado de Assis 2008 da Academia Brasileira de Letras.

O escritor receberá R$ 100 mil pelo conjunto da obra. A instituição também anunciou os ganhadores dos outros prêmios deste ano, como o ABL de Ficção, ABL de Poesia, ABL de Tradução, ABL de Literatura Infanto-Juvenil, no valor de R$ 50 mil, e o Prêmio Francisco Alves.

SANHA...

Língua e Literatura nº 76


numa fria manhã

free firme...

... muita manha

se assume

se assanha

e some

numa

suma manhã.


AS - manhã de maio de 2008

SIMBIOSE RIMANTE

Língua e Literatura nº 75

SIMBIOSE RIMANTE

Por Airton Soares

Enquanto o sono não vinha 1

peguei um livro na estante. 2

O tema era sobre vinha, 3

como fiquei estonteante! 4

Não pelo assunto que tinha, 5

mas pela simbiose rimante 6

do jogo que sobrevinha 7

às rimas `inha´e `ante´ 8

que as fiz agorinhazinha 9

agoora!... neste instante. 10

- - - - -- - - - - - - -
ESTUDE COMIGO:


No vocábulo `vinha´ observa-se a presença de homonimia (Relação entre formas lingüísticas que, com significados diferentes, têm a mesma forma gráfica e fônica ou apenas fônica).

:: vinha (verso 1) = forma verbal.
:: vinha (verso 3) = terreno plantado de videiras.

:: sobre vinha (verso 3) X sobrevinha (verso 7) = trocadilho ( no frigir dos ovos o trocadilho é gêmeo´ da homonimia.

:: agorinhazinha (verso 9 ) = advérbio. O professor Tomé Cabral averba, em seu Dicionário de Termos e Expressões Populares, o vocábulo AGORINHA e INDAGORINHA (ainda há pouco, há pouco tempo.) Outras variações, a exemplo da nossa `agorinhazinha´ , podem ser encontradas em outros dicionários que versam sobre o assunto em tela.

:: funções da linguagem:

Além da função POÉTICA ( quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e impresvista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas), constata-se a pre função METALINGÜÍSTICA ( quando a mensagem se orienta para os elementos do código (língua).

Observe que a ênfase da poesia não recai sobre o tema insônia, como insinua o autor nos primeiros versos, mas no prazer estonteante ao conseguir `fechar´simbioticamente as rimas `inha´e `ante´. Dai a função predominante do texto, que ora se analisa, ter a função metalingüística.

Agorinha mesmo, graças à minha veia poética, o sono... veio

O Salpicão

Língua e Literatura nº 74

Segunda, 16 de junho de 2008 :: 23h10min


Por Airton Soares

= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Encantos feminis!
Ô negócio pra tirar o juízo da gente.
Tira e num bota mais no lugar e
quando bota num fica
mais do mesmo jeito.
Fica fora de esquadro, fora de prumo.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =


O salpicão fumegava, nas mesas, rodeado de ervilhas e olhares pidões. Ao meu lado, um par de fartos e opulentos seios, vitrinicamente exibido, roubava a cena da venerada e salivante iguaria.
.
.
Cuidei em dissimular minhas inquietudes. Nestas circunstâncias não é fácil administrá-las, mas engrandece quem aceita o desafio. Na verdade, a tarefa se abranda e nos torna menos vulneráveis e muito mais afoitos quando esse formigamento animal surge das profundezas do inconsciente. Daí leitor, não existir no Código Civil Brasileiro nenhum Artigo que condene os apetites do subconsciente. Não sei se a justificativa atende, mas foi a única que me veio à mente.
.
.
O fato é que, especificamente nesta situação, entre um olhar pidão e uma carícia oftálmica venceu, folgadamente, o segundo impulso. Viajei no tempo. Criei cenários. Tornei-me amante, virei poeta!
.
.
“Muito embora não se esgote,

todo `assunto’ que é você,

mas pelo “V” do seu decote

quanta coisa a gente vê”!
.
.

Encantos feminis! Ô negócio pra tirar o juízo da gente. Tira e num bota mais no lugar e quando bota num fica mais do mesmo jeito. Fica fora de esquadro, fora de prumo. Balancear, alinhar direção,virar o pescoço, fazer de conta que não tá vendo.

Como? Me explique! Se a `estrada’ continua lá com suas sinuosas e insinuantes curvas?
.
.


- “Se eu fosse você”.

- “Olhe, tome tento.”

- “Tu num sabe onde tá se metendo!”

.
.
Também, de pouca serventia são esses conselhos, reprimendas, ou coisa parecida. Saiba doutor Superego que a libido detesta ouvir razões! Ah, e nem desconfia, o mais vocacionado e apoteótico conselheiro familiar de que numa mulher, a vulcanidade dos gestos; um cruzar de pernas; um só riso; um trejeito inocente, a mais sutil lascívia, enfim toda essa gama de sortilégio feminil que a torna fêmea, fina e flor, pode num átimo de tempo, acordar em nós, os impulsos da animalidade, da amizade e do amor.
.
.
Por isso, leitor, tem cabimento a feliz frase do poeta Dante Milano: “No mundo, tirando a mulher, o resto é paisagem”.

indexado

ETIMOLOGIA e LANÇAMENTO

Língua e Literatura nº 73

- - Segunda, 16 de junho de 2008 :: 10h15min
- - - - - - - - - - -aTERRisAram

1899 - Dante Milano, poeta brasileiro
1927 - Ariano Suassuna, dramaturgo, romancista e poeta brasileiro.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --
"Você JÁ imaginou cada
acadêmico ipuense escrevendo
alguma coisa sobre o Ipu,
sobre sua profissão (...)

jpMOURÃO
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
JÁ: . . . . . . . . . .. .. . . . . . . . . DE SITE.... para PORTAL AFAI
= = = = = = = = = = = = = = = = =

DISSE ONÁRIO
Diálogo = Através do logos (palavra, conhecimento) e não conversa entre duas pessoas como se costuma pensar. Em sendo assim, posso dialogar (conversar) com uma, duas ou mais pessoas. Continua sendo diálogo.


LANÇAMENTO. . .
.
.
AFASTAR JOVENS HOMOSSEXUAIS
dos seminários não é a saída para lidar com a homossexualidade na Igreja Católica.

O CAMINHO,
segundo dom Aloísio Lorscheider, é o DIÁLOGO. "Tem que discutir, mesmo que não se chegue a uma conclusão. Na discussão aparece muita luz. Na igreja há sempre um receio de discutir os problemas".

- - - - - - -

SERVIÇO:
O lançamento do livro Mantenha as Lâmpadas Acesas - revisitando caminho, recriando a caminhada (Edições UFC) será às 19 horas, no auditório do Seminário da Prainha (entrada pela Tenente Benévolo).

No lançamento, o livro custará R$ 15,00. A partir de terça-feira, R$ 20,00 nas livrarias Vozes, Paulinas, Paulus, Ave Maria, UFC e Livro Técnico. Contato:
ogrupo2@yahoo.com.br e 9984 7854 / 3263 2730

- - - - - - - -

Trechos do artigo DOM ALOÍSIO E A IGREJA DO DIÁLOGO
Autoria: Demitri Túlio
Jornal O Povo - domingo, 15/06/2008.

AFAIJOADA

Língua e Literatura nº 72

Domingo, 15 de junho de 2008 :: 17h40min

Comi uma pratada de feijão
com lingüiça e rapadura
misturei com o pirão
que cá pra nós tava `quintura´
o torresmo tirei pra tira-gosto
isso foi só na abertura
aí, me sentindo bem- disposto
dancei com uma criatura
colando rosto-a-rosto
e arrochando sua cintura.

E no meio do salão
não vi o tempo passar
esqueci até que ele existia
e no meu mundo-fantasia
vi que a vida de alegria
é vida se saber dançar...... conforme a música!


Já é hora de findar
essa minha versejada
pensando no mês de julho
na segunda AFAIjoada
em nosso querido Ipu
da serra de Ibiapaba.

Parabéns AFAI!
Parabéns Ricardo e sua equipe!

AFAIJOADA

Domingo, 15 de junho de 2008 :: 17h40min



Comi pratada de feijão
com lingüiça e rapadura
misturei com o pirão
que cá pra nós tava `quintura´
o torresmo tirei pra tira-gosto
isso foi só na abertura
aí, me sentindo bem- disposto
dancei com uma criatura
colando rosto-a-rosto
e arrochando sua cintura.

E no meio do salão
não vi o tempo passar
esqueci até que ele existia
e no meu mundo-fantasia
vi que a vida de alegria
é vida se saber dançar...... conforme a música!


Já é hora de findar
essa minha versejada
pensando no mês de julho
na segunda AFAIjoada
em nosso querido Ipu
da serra de Ibiapaba.

Parabéns AFAI!
Parabéns Ricardo e sua equipe!

A vida se Resume em Texto

Língua e Literatura nº 71

Domingo, 15 de junho de 2008 :: 14h23min

. . . . . . .. . DIA DO PALEONTÓLOGO É uma pena manchar de instrução uma estupidez tão autenticamente pura como a desse rapaz, pois vive num primitivismo possuindo noções estritamente tribais. (AS)

- - - - - - - -
`CANTEI´
paródia
- - - - - - -

A PARÓDIA
que ora reproduzo – atendendo a pedidos- , fez parte da palestra “A VIDA SE RESUME EM TEXTO”, ministrada por mim, ontem, no final da reunião da Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes (AILCA), na ACL, na Rua do Rosário, Fortaleza, Ceará.

AQUECIMENTO
Antes da dramatização da paródia tive o apoio de todos os circunstantes - sobretudo da nossa confreira e acadêmica Ana Lucila - que cantaram comigo a música parodiada`Olha pro céu meu amor´.

"E QUEM FALTOU À PALESTRA (...)
PERDEU UM TEXTO DA VIDA."
.
.
Agradeço as palavras elogiosas – neste Fórum - do, também, acadêmico João Pereira Mourão.

APÓS POLIMENTO
publicarei, aqui, trechos da palestra acima mencionada.

SOM NA `CAXA´ ...!

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - --

Prometo o céu eleitor
Que as eleições estão vindo

Vote em nós / como sempre votou
Que nós continuaremos rindo

Rindo de quem / nos elegeu
Pra garantir / nosso “impreguin.”

Prometo a terra / prometo o céu
Tudo fazer / prometemos sim.

Vamos lutar por vocês
Mas, não esqueça também.

Se não nos reelegem / nessa eleição
Ficamos sem emprego ano que vem!

Lairará.......
Prometo o céu eleitor...
- - - - - - - - - -- - -- - ----

Paródia: Política
Música junina: Olha pro céu meu amor
Fonte: Canal 12 Jangadeiro - Programa: TV Encrenca
Personagens: O boneco * Seu Encrenca* e Iramiza Serra.
Gravada em fita K7 em:03 jun 2004 sábado

domingo, 15 de junho de 2008

Brincando com as plavavras.. Hillaryante

Língua e Literatura - 70

Dia do OFTALMOLOGISTA <>07 de junho de 2008 - 21h15min

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
BRINCANDO COM AS PALAVRAS
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Li, hoje, no site UOL: "Hillary deixou muito clara sua posição de apoio a Barack Obama, que enfrentará o republicano John McCain na eleição de novembro."

Ontem
Caim matou ABel

Em novembro
McCain `mata´ OBama? Você acha esta frase Hillaryante?

:: Encontre um motivo;
:: Procure se interessar;
:: Dê um significado. ( Ex.: `brincar´ com as palavras..)

Resultado: APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ou... aessítica (AS) rsrsrs..

Ah, sim, ia esquecendo: `AFAIJOADA´ já é parte integrante do meu glossário de palavras e expressões neologizadas.
- - - - - - - - -
Sábado, 14
:: Palestra do AS - ( Ailca - reunião / Fortaleza).
:: Afaijoada - Náutico.

Cultura popular

Língua e Literatura - 69

"Não há mestre que não possa ser aluno"

Quinta - feira, 05 de junho de 2008 :: 19:20

- - - - - - - - - POR QUE JOGAMOS NA LOTERIA?
É o destaque de hoje do blog do AS. Endereço, como de praxe, no final desta coluna. Agradeço antecipadamente sua visita.
.
.

CONVERSA VAI... MEV ASREVNOC

CULTURA POPULAR
Adivinhação Antiga
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para melhor entendimento, leia Língua e Literatura - 68 (aqui neste Fórum)


CHICO PARNAIBANO MEV ASREVNOC

Mestre Airton
Lá se vai outro padadin pra vc completar:

"com uma lasca da pau santo assei e comi..."


CONVERSA VAI AIRTON SOARES

Atirei no que vi acertei o que não vi
com a lasca de pau santo assei e comi.
Voltei pro meu recanto bocejei e dormi...

...mas a história é outra. Atendendo mais uma “provocação” (eu acho é bom!) do poeta Chico Parnaibano, pesquisei na internet e encontrei este texto.

= = = = = = = == =

O que é o que é ?

Atirei no que vi, matei o que não vi.
Da lasca do pau santo assei e comi.
Na beira de um rio admirei do que eu vi.
Um morto carregando um vivo coisa que nunca vi.
.
.
Esta é uma estória de criança, muito antiga.
Um rapaz muito humilde, mas esperto, saiu para conquistar uma princesa, filha do rei, que descobria todas as charadas.

O candidato, para se casar com ela, devia fazer uma pergunta que ela não conseguisse responder ou então morreria.
Na viagem para o castelo aconteceram várias aventuras que ele aproveitou e colocou na pergunta à princesa. Ela não conseguiu responder e ele casou-se com ela.

Quando saiu de casa, a madrasta lhe deu um pão com veneno para matá-lo. Ele não sabia e deu para a sua cachorrinha pita, que morreu (Saí de casa com massa e pita. Massa matou pita e pita matou sete (soldados).

Atirou num pássaro e matou outro pássaro.
Pegou uma cruz para assar o que matou e saciar a fome.
E viu um cadáver de animal, sendo levado pelo rio e em cima dele um urubu.
.
.
Disponível neste endereço
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070218172505AA3Xyph
Acessado em 05/06/2008, às 19h07min

. . . . . . . . . . . . . . . . . . .vi... site
http://airton.soares.zip.net
. . . . . . . . . . . . . . .É diFÉrente

Tudo bem...viva o computador, mas...

Língua e Lietratura nº 68

Quarta - feira, 04 de junho de 2008 :: 20h25min

FORMATO DO CAMPO MENSAGEM - SITE - AFAI - FORUM
Valho-me do dito velho e empoeirado, mas dando conta do recado - atirei no que vi e acertei o que não vi.
.
.
Foi assim: sondava a capacidade de caracteres do campo ASSUNTO. Pensei. Vou teclar “leia +” até dizer chega pra ver o que dá. Pois num é que deu uma coisa boa. Otimizei o espaço... O texto ficou mais respirante de vista e de leitura. Se, daqui de minha cabine, pude espichá-lo é porque é espichável. Tanto é que nada alterou. A não ser a tela na qual digitava.

APROVEITO
O “QUASE” do Dr. Lambari para citar um caso do livro QUASE do jornalista Hélio passos.

“Tudo bem. Viva o computador, a internet. Mas nenhuma coleção de disquete e CDs ornamentará uma sala como o calor e a dignidade de uma estante de livros.” E... como diria aquele blogueiro em final de expediente exausto e sem assunto: FALOU E DISSE!

vi...site
http://airton.soares.zip.net

terça-feira, 3 de junho de 2008

Alçou Alcides

LÍNGUA E LITERATURA nº 67

Destaques do blog Li por Aí

1. Centenário à vista! – Mestre `Aurélio´
2. Hoje é o Dia do sol...Merece um haikai.
3. Alçou Alcides.
4. O Encanto De Ter Um (A) Amante – Um pouco de Eça.


1.
1 910 - `Inauguração´ do Mestre Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, lexicógrafo, filólogo e ensaísta brasileiro (m. 1989)

2.
Um hakai em homenagem ao Dia Internacional do sol.

É domingo sono (5)
Sol há muito se acordou (7)
Cama se espreguiça (5)
---------------
O primeiro haikai, a gente nunca esquece... 17/09/2007


3.
ADEUS AO NOSSO POETA MALDITO

José Alcides Pinto (Santana do Acaraú - 1923 – Fortaleza - 2008 ): com uma vasta obra em prosa e verso, o escritor ficou conhecido por encarnar com perfeição a figura do poeta maldito.

O ESCRITOR DE OBRAS TRANSGRESSORAS
a. O Relicário Pornô
b. O Dragão”
c. Os Verdes Abutres da Colina
d. João Pinto de Maria
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .(b+ c + d = trologia da madição )
Nos últimos anos, crescia seu interesse pela temática mística.

4.
O ENCANTO DE TER UM (A) AMANTE
Eça de Queirós

“Para a generalidade das mulheres, - ter um amante significa - ter uma quantidade de ocupações, de factos, de circunstâncias a que, pelo seu organismo e pela sua educação, acham um encanto inefável. Ter um amante - não é para elas abrir de noite a porta... (leia mais acessando o blog do AS ( http://airton.soares.zip.net )

Peleja sobre o tabaco

Confira abaixo duas poesias de Dalinha Catunda, poeta, cordelista,
nascida e criada em Ipueiras-Ce.


. . . . . . . . . . . . . . .. .
“ Sou Aragão com
parentes na cidade
de Ipu, Dr Célio, Boris...”
. . . . . . . . . . . . . . .. . LÍNGUA E LITERATURA nº 66

. . . . . . . . . . . . . . . . .
01. Precipício de um cidadão.
02. A bica do Ipu.
03. Comentário de António Inglês (sobre poesia -02 )
04. Dalinha Catunda. Pequena biografia
. . . . . . . . . . . . . . . . . .

01
PRECIPÍCIO DE UM CIDADÃO

Por Dalinha Catunda (*)

Em matéria de tabaco,
Airton foi competente.
Difícil ler estes versos,
e ficar indiferente.
Mas foi Chico Parnaibano,
que de fato arrumou pano,
pras mangas desse repente.
Se o tabaco é da flora,
ou de quem o deflora.
Não importa, meu irmão.
Tudo que vira vício, na certa é precipício,
na vida de um cidadão.


02
A BICA DO IPU

Por Dalinha Catunda


O Riacho Ipuçaba

Vem com sua correnteza

Descendo a Ibiapaba

Revelando sua beleza.

Por entre jatos e chuviscos

Despenca do precipício

Nas tramas da natureza.



Molhando a serra azulada

Serenando sobre a mata

Que brilha ao raio solar.

Tudo isso é a cascata

Onde a mais bela nativa

Que do branco foi cativa

Gostava de se banhar.



Um véu branco esvoaçante

Sai rasgando a serra azul.

Este encanto da natureza,

É a famosa Bica do Ipu

Cartão postal consagrado

O véu de noiva tão falado

Que a linda cidade faz jus.


COMENTADO NO BLOG CANTINHO DA DALINHA
www.cantinhodadalinha.blogspot.com
(...)
"quero agradecer-lhe esta lindíssima foto que nos mostra um local que eu desconhecia por completo. Esta "Bica do Ipu" é simplesmente fabulosa. A natureza brinda-nos com imagens como esta e fico a pensar como é que o homem tem coragem de cometer verdadeiros atentados contra ela. Há que estarmos alerta para que o ambiente que nos rodeia seja
preservado, para nosso bem e dos nossos vindouros.

Um grande abraço.

António Inglês (*)

(*) António é Português

03
(*) Maria de Lourdes Aragão Catunda
Ipueiras, Ceará, Brazil
Poeta, cordelista, nascida e criada em Ipueiras-Ce. Filha de Espedito Catunda de Pinho e Maria Neuza Aragão Catunda.

Recebi por e-mail em 29 de maio de 2008

“Airton,
Bom-Dia!!!!
Postei no meu www.cantinhodadalinha.blogspot.com uma poesia sobre a Bica do Ipu.

Meu Avó é Ximenes Aragão, Sou Aragão com parentes na cidade de Ipu, Dr Célio, Boris... Tenho uma irmã casada com um filho do Ipu, e além das afinidades, vou muito ao Ceará e um dos meus passeios favoritos é um banho na bica.
Confere lá no meu espaço o que escrevi.
Saudações cearense,
Dalinha Catunda”


vi...site
http://airton.soares.zip.net
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é diFÉrente!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Vetor, formigas e baratas

- - - - - - - - - - - LÍNGUA & LITERATURA nº 65
Ninguém prega melhor
do que as formigas,
e elas não dizem nada!
Li por Aí
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

DISSE ONÁRIO
que VETOR é um segmento de reta orientado; elemento de um espaço vetorial. Vote! Vexame! Valha! Vermelho de novo: "zero". Mexe com meus nervos. Minha adrenalina dispara lá `pras ponta dos cabelo´.

Ah, que dessaudade
do tempo em que
fazia
Economia!
Rimou e é verdade.

Ainda bem que o vocábulo vetor tem outras acepções. Siga-me e leia o que diz mestre `Houaiss´ na rubrica infectologia:

VETOR. Todo ser vivo capaz de transmitir de forma ativa (estando ele mesmo infectado) ou passiva um agente infeccioso (parasita, bactéria ou vírus).

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - -- -
"As formigas representam um dos principais
VETORES de infecções hospitalares. Nas UTIs,
as formigas são atraídas fortemente
pelo soro gligosado.

. . . . . . ..E como dizem lá no interior:
. . . . . . . "QUEM É QUE FAZ O ENTERRO DA BARATA?"
. . . . . . .. Muitas vezes, quando matamos uma barata
. . . . . .. . e não a retiramos logo do lugar, pouco
. . . . ... . tempo depois, vêm as formigas e a levam.
. . . . . . . .O pior é que todo mundo pensa . . .
. . . . . . .que as baratas são mais sujas
. . . . . . . .por causa da sua aparência
. . . . . . . e daquele aspecto nojento e repugnante. "

Trecho do artigo O Enterro da Barata de Cláudio Lima, engenheiro de alimentos, no jornal O Povo (Ceará) - Caderno ciência & saúde, pág. 2 - domingo, 01/06/2008.

Adaptado por este blogueiro que vos digita.
.