terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Dicas de português

Dad Squarise: Adeus, 2014. Bem-vindo, 2015


Oba! 2014 acabou. Depois dos 7 X 1 da Alemanha, já vai tarde. Xô! Que venha 2015. Vamos recebê-lo com banda de música e tapete vermelho — fogos, champanhe e roupa bonita. Ano-novo significa algo mais que um dia novo no calendário. É um rito de passagem. Deixa-se para trás não o velho mas o estagnado: o que ocupa espaço físico ou psicológico sem dar vez ao novo.
Todos os povos o comemoram. Os chineses, em fevereiro. Os judeus, em setembro ou outubro. Os muçulmanos, em julho. Os cristãos, em 1º de janeiro. Entre eles, há um denominador comum. Uns e outros consideram a data o momento de dar costas ao passado e olhar para a frente. Em bom português: enterrar cadáveres. O ato tem significado simbólico. Trata-se de se livrar de tudo que se deve esquecer. É a faxina na alma. 


O bom fica melhor
Mais que abrir espaços externos (esvaziar armários, passar livros adiante), o ano-novo convida a expandir o espaço interior. Sugere abrir as portas ao desapego. Perdoar. Ódios, rancores, ressentimentos são cadáveres que clamam por sepultura.
Sem enterro, eles cobram preço alto. Paga-se com a saúde, o humor, a paz de espírito. E impedem que sentimentos saudáveis se instalem. Nenhum inimigo vale tanto. Perdoar faz bem a quem perdoa. Deus dá o exemplo. Perdoar é o único vício do Senhor. O diabo se contorce de ódio. 

Conselho
O dito é conhecido: "Se conselho fosse bom, a gente o vendia, não dava". A coluna respeita a sabedoria popular, mas não resiste a lembrar sabedorias que dão toques na alma. Vamos lá?

Dos chineses
Existem quatro coisas na vida que não se recuperam. Uma: a pedra depois de atirada. Duas: a palavra depois de proferida. A terceira: A ocasião depois de perdida. A última: o tempo depois de passado.

Dos neurolinguistas
Se você fica dizendo que as coisas vão melhorar, tem boa chance de se tornar um profeta.

Dos psicólogos
Quando lhe fizerem uma pergunta que você não quer responder, sorria e pergunte: "Por que deseja saber?"

Dos comunicadores
Harmonize a linguagem do corpo com as palavras. Ao falar, comunique-se por inteiro. A expressão do rosto, os gestos, o olhar, a respiração, a voz, a maneira de vestir-se, tudo conta. Segundo pesquisa da Universidade de Stanford, o corpo responde por 45% da mensagem; o tom da voz, 20%; as palavras, 35%.

Dos redatores
Escreva e fale com simplicidade. Pascal explica: "Quando descobrimos um estilo natural, ficamos espantados e satisfeitos. Esperávamos um autor e encontramos um ser humano". Ser simples é complicado. Mas é a melhor receita.

Dos monges
Torne a rotina prazerosa. Todos os dias leia um poema, ouça uma música, contemple um quadro, diga palavras bonitas.

Dos mestres
Leia muitas histórias para as crianças. Dê emoção à voz. Deixe-as tocar as ilustrações. Dê-lhes tempo para sonhar, viver outras vidas, soltar a imaginação, comentar. Assim nasce um leitor.

De Daniel Pennac
O leitor é dono e senhor. Ele manda. Da escolha da obra à leitura, Sua Excelência faz e acontece. Pode tudo. Eis os 10 mandamentos escritos por Daniel Pennac. Eles asseguram a adultos e crianças: o direito de não ler, o direito de pular páginas, o direito de não terminar um livro, o direito de reler, o direito de ler qualquer coisa, o direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível), o direito de ler em qualquer lugar, o direito de ler uma frase aqui e outra ali, o direito de ler em voz alta, o direito de calar.

Leitor pergunta

Tenho visto muito a palavra muçarela escrita "mussarela". Eu li que o certo é muçarela, mas raramente a vejo escrita assim. Afinal, qual é o certo?

Hélio Socolik, Brasília
O queijinho inseparável da pizza se chama muçarela sim, senhores. Escrever a delícia com ss dá indigestão. Valha-nos, Senhor!
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Créditos para
http://www.jcom.com.br/colunas/150933/Dad_Squarise_Adeus_2014_Bem-vindo_2015

domingo, 23 de novembro de 2014

A TERRA DE SACO CHEIO

Centro Cultural do Crea-CE

Criatividade é apontada como solução para “A Terra de Saco Cheio”
A noite da última quarta-feira (21) foi de intenso debate no Centro Cultural
do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE).
Aconteceu, na ocasião, a penúltima edição deste ano do Café Tecnológico, 
projeto desenvolvido pela Assessoria Cultural do Conselho que 
traz convidados para discutir assuntos diversos com o público a cada mês.

Em pauta “A Terra de Saco Cheio!”, tema desenvolvido pelo professor 
Airton Soares no livro homônimo, que foi distribuído aos participantes 
ao final do encontro de ontem. Apresentando poesias e casos práticos, 
Airton Soares destacou as relações de consumo, tão exacerbadas 
atualmente, como grandes motivadoras para o estado em que se 
encontra o planeta, marcado pelo egoísmo das pessoas, desperdício 
de recursos, poluição e desastres naturais.

Para o palestrante, o mundo está vivendo uma inversão de valores e, 
por isso, determinando os problemas que está enfrentando. 
“Hoje, o valor das pessoas está no consumir. 
É o valor utilitário em detrimento do valor ético”, explicou.

Para tentar solucionar as questões destacadas em sua fala, 
Airton Soares deu exemplos reais de alternativas e apontou a 
criatividade como grande aliada para superar crises.
“Não existe criatividade sem um bom problema”, considerou. 
Comprar roupas em bazares e reutilizar a água do banho para descarga 
de aparelhos sanitários são algumas das ações realizadas 
costumeiramente pelo professor.
 Encerrando o encontro, Airton Soares autografou os livros 
presenteados aos participantes.

Sobre o autor
Natural de Ipu, Airton Soares é palestrante e ministra
cursos e oficinas focados no desenvolvimento de competências, 
utilizando-se da metodologia do Teatro Empresarial. 
Autor de obras como "Cuide bem do se jardim" e "Fora de Esquadro". 
Atualmente é professor-palestrante do curso 
de MBA em Gestão Empresarial da Universidade de Fortaleza (Unifor).