segunda-feira, 28 de abril de 2008

Machado de Assis

Revista Imprensa - edição de 07-08/2003

Colunista Fernando Jorge
Machado de Assis também cometeu muitos erros de português

Segundo me informaram vários estudantes dos cursos de jornalismo, os seus professores têm o hábito de dizer:

- Leiam os livros de Machado de Assis, para que vocês possam escrever bem. Ele é um escritor sutil, perfeito, incomparável, e nunca errou ao manejar o nosso idioma.

A afirmativa desses professores é desprovida de fundamento. Machado de Assis, em tal sentido, errou não apenas pouco, mas bastante. Não existe no planeta Terra , e nunca existiu, um escritor perfeito. Todos erram, inclusive eu, o autor destas linhas. Aliás, o único escritor perfeito é Deus, que entregou a Moisés, no cume do Monte Sinai, os dez mandamentos da sua lei, gravados em dois pedaços de pedra...

Fui amigo e aluno do professor Silveira Bueno, catedrático de Filologia Portuguesa da Universidade de São Paulo. Certa vez ele me incumbiu de descobrir erros de português em qualquer obra de Machado de Assis. Escolhi o livro Crítica teatral, na edição de 1959 da Editora W. M. Jackson. Nesta obra estão reunidas as crônicas sobre peças de teatro que o autor de Quincas Borba escreveu para O Espelho, a Revista Brasileira, o Diário do Rio de Janeiro e outras publicações da imprensa carioca.

Li minuciosamente o livro e apresentei a Silveira Bueno o meu trabalho, acrescido depois com mais alguns erros de Machado de Assis, descobertos pelo professor.

Na página 27 há um erro na seguinte frase:

"Henriqueta Bernard é uma rapariga aldeã que vivia no regaço da paz em casa de seus pais, um honrado vendedor de trigos, e uma matrona respeitável, a Sra. Marta".

O plural trigos aí é incorreto, pois não se diz "vendedor de feijões" ou "vendedor de arrozes". Usamos o singular: "vendedor de trigo", "vendedor de feijão", "vendedor de arroz". E "uma matrona", no fim da frase, gerou o cacófato "mama".

Um erro de regência verbal foi cometido por Machado de Assis, conforme podemos ver na mesma página 27:

"Não tendo nada a perder, mas tudo a ganhar, este homem arrisca tudo, e não se lhe dá dos meios, visando o fim..."

Aqui, no sentido de pretender, de se propor, o verbo visar é transitivo indireto e é regido pela preposição a, quer o objeto seja constituído de substantivo, quer de infinitivo:

"Tinha anseios e desejos, mas anseios e desejos acentuados, visando a objetivo certo" (Júlio Ribeiro, A carne, página 95).

"A educação profissional visa aos interesses e exigências da vida" (Ernesto Carneiro Ribeiro, Páginas de língua e de educação, página 85).

Daí concluímos que Machado de Assis, em vez de escrever "visando o fim", deveria ter escrito "visando ao fim".

Em seguida, na página 28 do livro Crítica teatral, achei estes períodos:

"O estrangeiro é uma figura grave e circunspecta...A primeira vez que se encontrou só com Henriqueta na sala da cabana, exerceu ele a sua ação simpática sobre ela por intermédio do qual pôs-se em contato com ocorrências absolutamente estranhas ao drama".

Bem claro é o erro de Machado, porque na segunda frase não vemos a atração do pronome, exigida pelo relativo qual. Ficaria correto assim:

"...exerceu ele a sua ação simpática sobre ela, por intermédio da qual se pôs em contato com ocorrências..."

Melhorou? Sim, ficou inteligível, porque eu coloquei uma vírgula depois de ela e substitui o do qual por da qual. Vírgulas, em diversos textos, são os mal colocados sinais de trânsito do idioma, e por este motivo causam acidentes gramaticais.

Surge adiante, na página 36 do livro, um infinitivo pessoal errado:

"Os olhos da platéia já estão fatigados de oscilarem entre decorações gastas e importunas".

Um erro bem visível, porque o infinitivo pessoal correto é oscilar.

Percorrendo com cuidado o texto de Crítica teatral, vi na página 109 este erro de sintaxe:

"Agora, que o governo estenda a mão ao punhado de artistas que em tão larga empresa se deitam".

Vamos corrigir: o certo é "que a tão larga empresa se deitam", pois o verbo deitar, no sentido de se abalançar, de se aventurar, além de ser pronominal, exige a preposição a.

Logo depois, na página 110, Machado de Assis cometeu um erro primário:

"Há na moderna literatura dramática uma cabeça onde a faculdade produtiva levantou-se..."

Ele não seguiu esta regra bem simples: o advérbio onde atrai o pronome se. Portanto, o certo é "onde a faculdade produtiva se levantou".

Sempre munido de filosófica paciência, li na abertura de uma crônica, ao fixar os olhos na página 139:

"Estamos em festa e como que os teatros se apostaram para não nos darem novidade alguma".

Ora, o verbo apostar, como transitivo indireto, rege complemento com a preposição em. A frase de Machado de Assis seria correta, incriticável, se ele a tivesse escrito deste modo:

"Estamos em festa e como que os teatros se apostaram em não nos dar novidade alguma".

Fiz duas correções. Eliminei a preposição para e a substituí pela preposição em. Também pus o infinito dar, verbo augusto, no trono do horroroso darem, que joguei no lixo...

Ainda nessa crônica, na página 140, pude ler isto:

"Entretanto confesso que um egoísmo puramente físico, ou por outra, um instinto de conservação faz-me ver um céu de coisas velhas."

Machado de Assis, no trecho acima, devia ter deixado a conjunção que, embora distante, atrair o pronome do verbo fazer, imitando o exemplo fornecido por Rui Barbosa numa conferência:

"Verdadeiramente semidivina só veio a ser a mocidade, depois que, pela transfiguração cristã e científica do homem, se fez alegria, generosidade e esperança" (Conferência pronunciada em 24 de maio de 1897 no Politeama Baiano).

Analise agora, prezado leitor, estas linhas da página 144 do livro Crítica teatral:

"Então, a crítica aplaudida ontem, é hoje ludibriada, o crítico vendeu-se, ou por outra, não passa de um ignorante a quem por compaixão se deu algumas migalhas de aplauso".

Novo erro de Machado de Assis, e erro grave. Como o verbo precisa concordar com o sujeito, atrevi-me a corrigir a sua frase: "...não passa de um ignorante a que por compaixão se deram algumas medalhas de aplauso".

O autor de A mão e a luva, na página 155, cometeu dois erros de português. Eis o primeiro: "...amor casto e honesto para sufocar-lhe as aspirações..."

A preposição para atrai o pronome lhe: "para lhe sufocar".

Eis o segundo erro, idêntico ao da página 27, quando ele empregou o verbo visar: "Não visa o ouro do opulento..."

Que a sua alma gentil me perdoe, mas tão severo como o mais intransigente dos gramáticos, eu quis logo corrigi-lo:

"Não visa ao ouro do opulento..."

Descobri outro erro de sintaxe, como o da página 109, na página 175:

"Não se contrarie as disposições naturais da vida..."

O verbo, nesta frase, deixou de concordar com o sujeito. É assim que Machado deveria ter escrito:

"Não se contrariem as disposições naturais da vida..."

Voltarei ao assunto. O sociólogo inglês Samuel Smiles (1812 - 1904) estava certo quando declarou na sua obra Self - Help:

"Mais sabedoria nos ensina o erro do que o êxito".

("We learn wisdom from failure much more than from success").

sábado, 26 de abril de 2008

33 dicAS Língua e Literatura

etimologia
APERREAR
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“NOVINHA, JEITOSINHA e cheiro doce, foi perdendo no aperreio dos anos a boniteza. O viço, não. O fogo era tanto que carregaram, ainda brochota, as garantias de moça. Se deitava com todos. Mas por ter os ovários emborcados, não botava cria no mundo. Menos mal. Caso não, ia ter de fazer lotação.”

Trecho do artigo “ Nem tanga , nem fumo” do jornalista Dimitri Túlio, jornal O Povo, 29/03/08.
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DICI ONÁRIO
De perro `cachorro´fazer parar; atrapalhar, dificultar, impedir
Hoje amanheci aperreado
Eu sou como lima doce, mas se me aperrearem eu amargo.
Fazer perseguir por cães ou perros.

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NÃO POUCAS VEZES
fazemos chacotas do povo do sertão por acharmos que fala “errado”. Temos na ponta da língua afiado bordão - “É o novo!”- e outros mangações.

NO ENTANTO,
não precisa muito esmero para perceber o poliglota que existe por trás dos trajes rústicos e pele encarquilhada. “O sertanejo é antes de tudo um forte", sobretudo, na defesa natural das nossas raízes lingüísticas.

Airton Soares
PHD - Poeta, Humorista e Didata
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32 dicAS Língua e Literatura

Airton Soares

DICI ONÁRIO que...

ar-condicionado = aparelho
ar condicionado = ar dependente de, ou imposto por condição
condicionado = embalado

DISSE LUSTOSA DA COSTA, hoje, no DN*

“medo muito

COSTUMO DIZER
que só tenho obrigação, perante a família, de viver 70 anos. De que não quero cansar os outros com minha presença. Tudo muito bem. Mas esta é atitude literária.

PORQUE QUANDO VOCÊ TEME
esteja chegando a hora, pensa e age de maneira muito diferente. Estava eu no Hotel do Visconde, em Sobral, dormindo os sonos dos justos quando acordei com calafrios.

PENSEI QUE ERA
do ar-condicionado e me protegi, devidamente. Não resolveu. Desliguei o ar-condicionado e o mal-estar persistiu. Aí, de repente, comecei a ficar com medo. Muito medo.” (...)

*Diário do Nordeste
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31 dicAS Língua e Lietratura

Airton Soares

PUXÃO DE ORELHAS DO PAULO
“O Dia Internacional Do Livro - comemorado ontem (23), lamentavelmente passou em branco, pelo menos no site da AFAI, que é compartilhado com a AILCA. Fiquei durante todo o dia de ontem, esperando que algum poeta”(...)
.
.
Gostei do puxão por duas razões: 1) quando o cliente reclama é porque gosta da loja e/ou da mercadoria. 2) no esquentar das minhas orelhas tomei para mim a sentença abaixo. Valeu, Paulo!

Disse Santo Agostinho: “A verdade é doce e amarga. Quando é doce, perdoa; quando é amarga, cura”.
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sexta-feira, 25 de abril de 2008

07 proverbiando

Airton Soares

All are not thieves that dogs bark at.
Nem todos são ladrões para quem os cães ladram.
Os cães não ladram só para os ladrões.
As aparências enganam.

Não é porque me viu nadando que você pode me tachar de peixe; Aquele que julga pelo que ouve, não é juiz é orelha; Eu tô na feijoada, mas num sou feijão.


Estas frases eu as li por aí e faz um tempão que as cito em meus cursos e palestras. Mais precisamente quando falo sobre inferência – um dos obstáculos à comunicação humana.

06 proverbiando

After a storm comes a calm.
Depois de uma tempestade vem uma calmaria.
Depois da tempestade vem a bonança.


hoje
amanheci `mêi´ preguiçoso
pra escrever
pra... quase tudo
melhor dizer.

tem nada não
amanhã `comes a storm´
afinal,
a vida é fuxico,*
sacolejo,
confusão,
caos.

o quieto é fim de linha.
ah, ia esque...: me lembrei
que estou com morrinha...
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*O meu `fuxico´ está no sentido de urdidura* (trama) de uma obra literária. Por extensão, trama de vida.

*Urdir [entrelaçamento de fios) = primeira etapa do trabalho de um tecelão.

- Ô, seu ”AS”, o Sr. não tem jeito. Deixe o leitor descobrir, `home de Deus´; deixe-o construir o seu próprio texto.

- Viixe, é mesmo. Foi mal, ó!

05 proverbiando - se conselho fosse...

Advice when most needed is least heeded.*
Dá-se menos atenção ao conselho onde ele é mais necessitado.
Quem mais precisa de conselho não quer ouvi-lo.
Se conselho fosse bom ninguém dava, vendia.
Dici Onário que *HEED[hid] = atender, prestar atenção; considerar. Ah, além de verbo, pode ser substantivo <> cuidado, cautela.

Pessoas envolvidas demais no `problema´, lá no íntimo, sabem que precisam afastar - se para ter uma maior amplitude perceptiva do fato e tomar a decisão acertada, mas não conseguem, pois ao rejeitar um conselho geralmente passam por um estado emocional muito intenso.

Sua opinião, leitor, será bem-vinda. AS.


04 Proverbiando - água - cerveja

Adam`s ale* is the best brew.
A cerveja de Adão é a melhor bebida.
Água é a melhor bebida.

Vocabulário
* ale = brew = beer

`Beer´ é mais coloquial do que `ale´ e `brew´.
Neste contexto, a palavra ALE significa preparo,
bebida.

Quando o assunto é cerveja, dificilmente deixo passar o cabimento de mencionar a trova do nosso irmão trovador Batista Soares:

“Não vejo nenhum desdouro
em se beber raramente,
algo de um líquido louro
que afoga as mágoas da gente.”

Li por aí

quarta-feira, 23 de abril de 2008

21 a 30 dicAS de Língua e Literatura

dicAS Língua e Literatura 30

Os limites de minha linguagem
são os limites do meu mundo
. . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . .Ludwig Wittergenstein
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TELEFONEMAS E LINGUAGEM

Telefonemas quase sempre têm uma linguagem redundante. Sua natureza oral faz com que o assunto tenha retomadas. Os lingüistas já observaram que é “problemático” terminar um telefonema.

Então, o que fazer para não se perder um precioso tempo? Usar o bom senso e escolher uma desculpa convincente e elegante para não melindrar o interlocutor.


Sexo Patriarcal

A escritora e antropóloga pernambucana Fátima Quintas lança, no sábado, 26/04/2008, às 19 horas, na Livraria Cultura do Recife, o livro Sexo à moda patriarcal: o feminino e o masculino na obra de Gilberto Freyre.

Via : Consultexto - Ano 08 - nº 395 - 22/04/2008



Assunto: dicAS - Língua e Literatura 29

etimologia
MUNDO

Airton Soares

Duvido haver como este
Um ditado mais profundo:
Dinheiro e mulher bonita
É quem governa o mundo.
. . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .Via Adagiário de Leonardo Mota

A PALAVRA
mundo vem do verbo latino mundare que significa arejar, purificar, limpar.

CONTA-SE QUE NO INÍCIO,
os romanos habitavam o alto das colinas, porque o vargedo era imundo. Com o passar do tempo, eles foram descendo... descendo... e pacientemente limpando, criando espaços habitáveis e condições para uma vida mais digna, ou seja, transformavam o imundo em mundo.

POIS BEM
de acordo com o relato acima podemos dizer com toda segurança que, mesmo na era do conhecimento e da cibernética, nós os humanos, vivemos mais num imundo do que num mundo.

NÃO À TOA
e longe de modismo - o nosso desespero para salvar o Planeta via desenvolvimento sustentável.


dicAS - Língua e Literatura nº 28

escritores e revisores
HISTÓRIA RICA E PITORESCA
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01
DICI ONÁRIO
:: que atilar é fazer com cuidado e atenção;
“Atilou a redação até que não tivesse um só erro.” (Houaiss)

:: tornar(-se) esperto, hábil
“A ganância dos comerciantes atila os consumidores.” (Idem)

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02
A LITERATURA E A MÃO INVISÍVEL DA REVISÃO
A revisão de textos literários requer cuidados especiais, sobretudo porque, enquanto criações artísticas, têm licença para transgredir a gramática e o senso comum em prol da semântica, da criatividade e do estilo.

NEM SEMPRE PACÍFICA, a convivência de escritores com revisores tem uma história rica e pitoresca. No exame das provas, muitos escritores — para aflição dos revisores — terminam por acrescentar novos textos. O francês Marcel Proust é um exemplo clássico.

NO BRASIL, OS LIVROS
de José Lins do Rego, além de revisão, passavam por uma indispensável edição de texto.

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01 - Dicionário eletrônico Houaiss
02 - Consultexto, nº 394 – 14/04/2008


dicAS Língua e Literatura 27

João Guimaraes Rosa
A GENTE MORRE PARA PROVAR QUE VIVEU.

Virgílio
A MORTE ME PUXA A ORELHA. “VIVE”, diz ela, “ESTOU CHEGANDO.”

Willian Shakespeare
MORRER, dormir... dormir? Talvez sonhar.


dicAS - Língua e Literatura nº 26

etimologia
TAUTOLOGIA

APROVEITANDO O FRETE
do Português do dia-a-dia
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A TAUTOLOGIA É,
na retórica,( a arte de convencer e persuadir pelo discurso) um termo ou texto redundante, que repete a mesma idéia. Como um vício de linguagem pode ser considerada um sinônimo de pleonasmo ou redundância.


A ORIGEM DO TERMO
vem de do grego tautó, que significa "o mesmo", mais logos, que significa "assunto". Portanto, tautologia é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes.

EM FILOSOFIA E
outras áreas das ciências humanas, diz-se que um argumento é tautológico quando se explica por ele próprio, às vezes redundantemente ou falaciosamente. Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a cor do céu e o céu é azul por causa do mar" é uma afirmativa tautológica.

UM OUTRO EXEMPLO
é exige-se de um trabalhador que tenha curso universitário para ser empregado, mas ele precisa ter um emprego para receber salário e assim custear as despesas do curso universitário.

Texto extraído da Wikipédia, adaptado por Airton Soares


dicAS - Língua e Literatura nº 25

etimologia
DEMONSTRAR
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“Durante o curso, o orientador insistia em DEMONSTRAR que não se pode andar com pneus carecas, em alta velocidade (...)
Data: 12/04/2008
Nome: JULIO GOMES MARTINS
Assunto: EDUCAÇÃO DE IMPACTO

“No outro dia o diretor juntou o bando de meninas e o Zelador no banheiro, e pediu ao zelador para DEMONSTRAR a dificuldade do trabalho (...)
Data: 12/04/2008
Nome: TITO STONE
Assunto: Há professores e há educadores
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TODOS NÓS PASSAMOS BOA
parte do nosso tempo tentando demonstrar alguma coisa para alguém. A maioria de suas demonstrações resultam em nada e ficamos frustrados.

O VERBO DEMONSTRAR VEIO DO LATIM
que se divide em duas palavras. DE= inicial significa tirar e o MONSTRAR = era um verbo latino que se traduzi como aquilo que se vê.

A MAIORIA DAS PESSOAS COSTUMA
ver as novidades e principalmente os problemas de uma maneira exagerada e quase todos nós tendemos a enxergar complicações onde elas não existem, por isso, não é de estranhar que o verbo latino monstrar tenha dado origem a uma outra palavra muito conhecida: monstro.

DESDE SEMPRE AS PESSOAS IMAGINAM que estão cercadas por monstros. O que um bom demonstrador faz é o que a própria palavra demonstração diz: tirar da cabeça das pessoas o monstro que elas pensam que estão enxergando.

E A MELHOR MANEIRA DE FAZER
isso é usar da empatia. Não explique o que você vê, explique o que as pessoas pensam que elas estão vendo. Evite termos técnicos e seja solidário com a ignorância dos outros.
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Artigo de Max Gehinger adaptado por Airton Soares
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dicAS - Língua e Literatura nº 24

Aproveito o cabimento da Amanda Melo para homenagear minha namorada-esposa, Corrinha.


socorro
só corro atrás de você
porque sinto segurança
nas curvas de seu coração


dicAS - Língua e Literatura nº 23

etimologia
CARISMA - GRAÇA

Airton Soares

HOJE FALO DA ORIGEM DO MEU NOME
Amanheci com a veia narcisística dilatada. Aliás, nem precisa do `dilatada´. Pela simples presença do adjetivo, já se pressupõe que a veia é dilatada. - E por que disse...?

AIRTON
Nome literário, sem significado claro, indica uma pessoa que aproveita intensamente cada momento da vida, mas sem se descuidar do futuro. Persegue com toda garra seus ideais e vive com verdadeira paixão cada uma das vitórias que alcança.

QUAL É MESMO A SUA GRAÇA?
Quando estive em Ipu (janeiro deste ano) ouvi, não amiúde como antigamente, essa abordagem que não tarda a “sumir do mapa,” e que é lastimável.

AO NASCERMOS
nos tornamos cristãos pela Graça de Deus. Isso é dito numa pia batismal. Daí a origem da expressão: qual é a sua graça. Li, há muito tempo, não sei por onde.

LI POR AI **
“Quando você vai nos dar o ar da sua graça? É o mesmo que dizer: “Quando poderemos contar com a sua presença?” Presença é o mesmo que graça. Graça é o mesmo que carisma.

OUTRA EXPRESSÃO POPULAR INTERESSANTE É: “Qual é mesmo a sua graça?” Que significa dizer: “Qual é mesmo o seu nome?” Graça é nome. Nome na cultura bíblica é o mesmo que identidade íntima... o mais verdadeiro de mim mesmo.

PORTANTO A CULTURA POPULAR acerta em gênero, número e caso, quando utiliza o termo graça, derivado de carisma para expressar a identidade pessoal: “Qual é mesmo o seu carisma, sua identidade, seu nome?”

** Carisma: em Busca da Graça Pessoal
(notas da conferência proferida no Seminário Internacional Cristianismo, Filosofia, Educação e Arte IV – Fac. de Educação da Universidade de São Paulo, 11-9-02)
João Carlos Almeida
Diretor da Faculdade Dehoniana-Taubaté”
Matéria completa disponível no site :
http://www.hottopos.com/videtur18/joaozinho.htm

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dicAS - Língua e Literatura nº 22

etimologia
NICOTINA
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LI PO AÍ
- O fumo não acalma, acama!
- A Souza Cruz faz e desfaz no Brasil: faz a caixa do governo e desfaz o pulmão dos fumantes.
- Deixar de fumar é a coisa mais fácil do mundo. Sei muito bem do que se trata, já o fiz cinquenta vezes.( Twain , Mark )

A NICOTINA
aumenta a produção do neurotransmissor serotonina, que é responsável pela sensação de prazer. Esta é a razão da dependência. Prazer barato e imediato, rimou e é verdade. – as-
JEAN NICOT
Embaixador francês em Portugal no século XVI, Jean Nicot, levou o tabaco para a França. Só 200 anos depois a droga presente nas folhas do tabaco foi isolada e recebeu seu nome: nicotina. O que durante um século foi uma homenagem, hoje parece ser um castigo.
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Matéria relacionada publicada neste Fórum.
08/04/2008
Nome: JOÃO PEREIRA MOURÃO
Assunto: Pesquisa
FUMAÇA DE CIGARRO
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dicAS
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Compartilhar conhecimento é "conduta ética positiva"e chave para o sucesso permanente.
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dicAS - Língua e Literatura nº 21

etimologia
TÁCITA
Psiu!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~É FUNÇÃO TÁCITA DA ROUPA
preparar o instante de nudez (Drummond)

Por Airton Soares


ENQUANTO O LEITOR SE ENTRETÉM

com o insinuante aforismo, do mestre Drummond, é tempo suficiente para que eu teça algumas linhas sobre a palavra tácita.

( TRÊS MINUTOS DEPOIS...)

Na mitologia grega, tácita é a deusa do silêncio. Do latim tacitus = onde não há som, ruído, rumor.

EXEMPLOS

- Acordo tácito (sem alarde, discreto);

- Os amores tácitos das estátuas de mármores ( não traduzidos por palavras). Lembrar a cena da novela Esperança. O personagem Toni e sua Maria (estátua);

- Amanheceu taciturno (triste, calado)...e por aí vai...


MAIS DRUMMOND

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão TACITURNOS mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
.................................................Trecho da poesia “Mãos dadas.”

segunda-feira, 7 de abril de 2008

dicAS - Língua e Literatura nº 20


.............................................Inflação
TROVA

.............................................economia
`EVOLUÇÃO´- Julio Gomes Martins


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Airton Soares

De nada vale a inflação
é pagode o tempo inteiro
mulher, samba e seleção,
eis o credo brasileiro.

A TROVA ACIMA FOI
escrita por mim no carnaval de 1987, - Era Sarney - Funaro.

NESTE MÊS A INFLAÇÃO ATINGIA
um patamar de 365,7% anuais. Em janeiro de 1989, um terceiro programa econômico foi anunciado pelo governo, batizado de Plano Verão, porém o ano encerrou-se com a taxa anual de inflação de 1.764,86%.

TIRANTE O PRIMEIRO VERSO,
essa quadra continua no "top de linha" E como diz a música: "A Capital do Equador é Quito. Nada mudou, é sempre Quito..."


TUDO ISTO ME VEIO À MEMÓRIA AO LER
no dia 01/04/2008, neste Fórum, o assunto “Evolução” de Julio Gomes Martins.`Veja´ abaixo trecho do artigo:


“POR IMPERATIVO DE JUSTIÇA
não se pode olvidar que o Brasil, nos últimos 10 anos, obteve um acentuado crescimento econômico e social. Todavia, também é bom repararmos ( e nem precisa ser especialista em economia), que tal procedimento foi muito em virtude do controle da INFLAÇÃO que redundou na geração de empregos e por conseguinte na de consumo.” (...)

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dicAS - Língua e Literatura nº 19

. . . . . . . . . . .. . .lançamento
“EM BRASÍLIA, 19 HORAS”

. . . . . . . . . . . . .cantoria
GERALDO AMÂNCIO

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lançamento
DURANTE TODO O PRIMEIRO
mandato de lula, o jornalista Eugênio Bucci travou uma luta para que a Radiobrás, que presidia, fizesse jornalismo e não propaganda do governo. A história desse confronto, recheada de revelações de bastidores, está no livro "Em Brasília, 19 horas", que Bucci lança esta semana. (págs. 1 e segundo caderno). O Globo 05/04/2008.

cantoria
“AOS 62 ANOS, 45 DEDICADOS
à cantoria e ao cordel, Geraldo Amâncio participa esta semana de um festival na Espanha.

Eu vou pedir a Jesus
Pra ver se ele me acompanha
Agora a nossa cultura
Vai ser vista em terra estranha
E eu espero não ser preso
Ao chegar lá na Espanha. (*)

Os versos em sete sílabas, conforme a cartilha dos modos, vêm em tom de brincadeira, a pedido do repórter.” - Diário do Nordeste 01/04/2008.


(*) ENTENDA O CASO
http://busca.uol.com.br/www/index.html?ref=homeuol&ad=on&q=brasileiros+barrados+na+espanha

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dicAS - Língua e Literatura nº 18

etimologia
CALCANHAR- DE- AQUILES
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Opinião - O povo 020408
EDITORIAL
"Calcanhar-de-Aquiles" dos presídios
Dar segurança máxima aos agentes penitenciários é a condição básica para o sucesso do controle do crime organizado nos presídios.”

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CALCANHAR- DE- AQUILES

Airton Soares

VOCÊS SE LEMBRAM DAQUELE HERÓI
grego, principal personagem da Ilíada de Homero, que quando menino, sua mãe o “timbungou” no rio Estige para torná-lo invulnerável, segurando - o pelo calcanhar, que assim não teve contato com as águas.?

POIS BEM.
este valoroso combatente na guerra de tróia chamava-se Aquiles. Quando seu amigo Pátrocolo (isso é nome de gente!) foi morto pelo troiano Heitor, voltou ao combate, matou Heitor e arrastou seu corpo em torno de Tróia; mas uma fecha atirada por Páris, irmão de Heitor, atingiu-lhe o calcanhar, e o matou.

DAÍ SE DIZER QUE TODOS NÓS,
por mais forte que sejamos, temos um ponto mole na cabeça,“calcanhar de Aquiles”, isto é, um ponto fraco ou vulnerável. Para finalizar e enfatizar este artigo, aqui vai a poesia Castelo de areia, do poeta Gonçalo de Barros, bastante sugestiva à curiosidade que ora expomos.

CASTELOS DE AREIA

Eu conheço a engenharia e a arquitetura
de fazê-los uns atrás dos outros
conheço a estratégia e a logística de entendê-los
e sei todos os modos de assaltá-los,
mas contra a chuva e o mar e o vento
só sei recomeçar.
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dicAS - Língua e Literatura nº 17

novo
ENDEREÇO ELETRÔNICO – AFAI
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Av(f)ai, o que está havendo, meu Deus?
“Agora eu sei...sei... agora eu sei”....
....
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“O sorriso não é uma simples contração muscular. O sorriso é a escova que consegue tirar as teias de aranha do coração.”
- - - - - - - -- - - - - - - - - - - - -- --Biury ( Boca Linda)


Parabéns, Tobias. Seja bem-vindo ao mundo dos blogs.


SORRIA

Por Tobias Sampaio

Sorria...
Sorria lindo,
Sorria você que vem vindo,
Sorria para o dia que está lindo,
Sorria para ser feliz.

Sorria...
Sorria aberto,
Sorria você que está perto,
Sorria que o sorriso é certo
De quem é muito feliz.

Via blog
UM DEDO DE PROSA
IPU-Ceará – Tobias
Vi...site
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dicAS - Língua e Literatura nº 16

Hoje, de camarote... só curtindo a belíssima e contundente poesia do poeta Afonso Romano.

Boa leitura
AS
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POESIA SEMPRE
a implosão da mentira (Por Afonso Romano de Sant´Anna)

"Mentiram-me.
Mentiram-me ontem
e hoje mentem novamente.
Mentem de corpo e alma completamente.
E mentem de maneira tão pungente
que acho que mentem sinceramente.

Mentem sobretudo impunemente.
Não mentem tristes,
alegremente mentem.
Mentem tão nacionalmente
que acho que mentindo história a fora
vão enganar a morte eternamente.

Mentem, mentem e calam
mas nas frases falam e desfilam de tal modo nuas
que mesmo o cego pode ver a verdade em trapos pelas ruas.
Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura,
mas não se chega à verdade pela mentira
nem à democracia pela ditadura.

Evidentemente crer que uma flor nasceu em Hiroshima
e em Auschwitz havia um circo permanentemente.

Mentem, mentem caricaturalmente,
mentem como a careca mente ao pente,
mentem como a dentadura mente ao dente
mentem como a carroça à besta em frente,
mentem como a doença ao doente,
mentem como o espelho transparente
mentem deslavadamente como nenhuma lavadeira mente ao ver a nódoa sobre o rio
mentem com a cara limpa e na mão o sangue quente,
mentem ardentemente como doente nos seus instantes de febre,
mentem fabulosamente como o caçador que quer passar gato por lebre
e nessa pilha de mentiras a caça é que caça o caçador
e assim cada qual mente indubitavelmente.

Mentem partidariamente,
mentem incrivelmente,
mentem tropicalmente,
mentem hereditariamente,
mentem, mentem e de tanto mentir tão bravamente
constróem um país de mentiras diariamente."
(Afonso Romano de Sant'Anna é mineiro-carioca. O poema acima tem como título "A implosão da mentira".)

Do blog Antena Paranóica do Nonato Albuquerque
Sexta-feira, Julho 22, 2005
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