terça-feira, 29 de julho de 2008

José lira

Livro de Lira

O escritor José Lira, que só pensa grande, vai lançar seu novo livro “Brasileiro com alma africana: Antônio Olinto”, a ser editado pelo Itamaraty.

Dois lançamentos já estão agendados. Um no Prédio Itamaraty, sede primeira da Presidência da República, depois, do Ministério das Relações Exteriores, no Rio de Janeiro, dia 4 de agosto; o outro, na Academia Mineira de Letras, no dia 7 de agosto.

Lustosa da Costa, hoje no Diário do Nordeste

Livro: O Mundo dos LIVROS

(22/7/2008)
Diário do Nordeste


Batista de Lima
Assombroso Mundo dos vivos

Houve um tempo em que tínhamos medo dos mortos. As almas penadas viviam zanzando à noite nas encruzilhadas, nas portas dos cemitérios, nas casas velhas e em qualquer lugar onde a escuridão trevasse. Quem não tinha medo dessas almas, é porque estava armado com as famosas palavras: ´Quem pode mais que Deus?´ Isso era o bastante para a alma responder: ´Ninguém!´. Muitas vezes esse era o começo de um diálogo que terminava com o pedido da alma para o desenterro de uma botija, ou o paga de uma promessa não cumprida. Hoje o medo das pessoas não é mais dos mortos, e sim dos vivos. Hoje se vive preso por conta dos vivos que andam soltos.

Atento a esse fenômeno, Carlos Roberto Vazconcelos intitulou seu livro de contos de Mundo dos Vivos, já que suas narrativas giram em torno de peripécias periculosas praticadas por aqueles que nos circundam. A publicação é da Expressão Gráfica e Editora, neste 2008, que em 115 páginas, deixa escorrer 32 histórias curtas que trazem à tona mistérios e escombros deste nosso mundo dos vivos.

Dos escombros desse mundo depauperado, emergem ´seres aflitos, vivendo a sensação da impossibilidade, no limite extremo e terrível entre o chão e o pulo´, conforme afirma Juarez Leitão, nas orelhas do livro. Já no prefácio, o saudoso Alcides Pinto prospecta nos contos, ´um sensualismo por vezes mórbido, por vezes dramático a percorrer a epiderme das personagens´. Não foi pois sem razão que essa coletânea de narrativas de Carlos Roberto ganhou o Prêmio Osmundo Pontes de Literatura, em 2007. Esse, no entanto, não é o primeiro prêmio literário ganho pelo autor. Afinal, desde o tempo de estudante, em sua terra natal, Tianguá, que ele vem ganhando certames literários, com suas narrativas que já pontificaram publicadas em antologias, revistas e jornais de nossa terra.

As narrativas desse primeiro livro de Carlos Roberto Vazconcelos são curtas, à moda Dalton Trevisan, mas carregadas de momentos inusitados, como armadilhas, tocaias e demais surpresas que surpreendem o leitor, como inclusive seu próprio sobrenome que é um ´Vazconcelos´ com ´Z´ e não com ´S´. Das tocaias da escritura às da pistolagem explícita dos nossos sertões , o autor trafega sem tropeços, mostrando seu conhecimento da arte de narrar em sintonia com os conheceres do grande sertão que nunca desgruda dos costados de quem nele nasceu.


Interessante é a epígrafe do livro, retirada de Máximo Gorki, que fiz: ´O que é pena é a vida mostrar-se pelo pior lado´. Coerentes com esse dizer, os contos vão mostrando do que são capazes certos viventes que nos cercam e que maculam muitas vezes o que há de belo e romântico em nossas vidas. Vivemos hoje sitiados nesse mundo dos vivos onde a inocência se enclausura em verdadeiras trincheiras para sobreviver à maledicência que impera nas ruas. Carlos Roberto atento a esse paradoxo mostra as entranhas de um cotidiano submerso em violências.

Esse cotidiano de violência possui razões sociais como a má distribuição da renda, mas há também razões familiares, desajustes que começam na falta de convívio harmonioso entre casais. Em ´Perdas e danos´ está uma das razões: ´Meu pai nunca fumou. Um belo dia, saiu para comprar cigarro e nunca mais voltou´. Esse é o primeiro episódio de que se lembra o personagem que termina por se tornar um frio matador. Mata as pessoas com uma frieza que cresce à proporção que vai fazendo vítimas. Lá pelas tantas, no entanto, ele conclui: ´... em minha vida tudo foi sempre tarde demais. Tarde demais para ser criança, tarde demais para ser família´.
Outros tipos de violência vão sendo tratados no livro. Assim é o caso de ´Em nome do Pai... e do Coronel´. O pistoleiro é instado a fazer sua última missão, e vacila. A serenidade da idade madura é o que move o interesse do pistoleiro aposentado a uma tentativa de não se envolver mais com tocaias. Essa violência é a mesma que leva o marido a sacrificar a esposa quando descobre que ela está grávida, mesmo sendo ele um homem estéril. E assim vão desfilando histórias sempre marcadas pela presença de tânatos, como a do personagem descrevendo sua própria morte em ´A inescrutável face da morte´.

Essa morte é ´um escorregão idiota num dia de sol´. Essa morte está sempre se contrapondo a uma vida que teima em vingar. É um jogo de contrastes que se torna uma das marcas do estilo do autor. Por exemplo: ´Nunca me senti tão pequeno. Jamais chorei tão grande (...) Saí do sono como quem entra num pesadelo´. ´Minha mãe perdia peso e eu ganhava nome (...) Perdi também um irmãozinho antes mesmo de ganhá-lo´.


Com relação ao perfil de seus personagens, Carlos Roberto sempre os surpreende em seus momentos culminantes. São criaturas que estão com um pé no abismo. Ou pelo envelhecimento, ou pelo risco de vida que a situação impõe. Quando não é essa culminância, é uma situação inusitada que põe o personagem num patamar diferente do senso comum. É o caso do escrevinhador que escreve cartas para si próprio. ´Não vejo a hora de postar esta carta e voltar imediatamente para recebê-la´. Ou ainda o personagem que emagrece ao ler Dom Quixote. Então a mãe começa por esconder livros grandes para preservar a saúde do filho. Essa situação nos remete ao próprio Dom Quixote, no episódio em que os delírios do cavaleiro da triste figura são atribuídos às suas leituras. Então queimam-lhe os livros.

Por fim chega-se ao final do livro de Carlos Roberto com aquela vontade de encontrar outras histórias a mais. O bom narrador tem essa característica, despertar no receptor a fome de mais querer histórias. Daí que fica o pedido para saciar essa ânsia, que venha logo o próximo livro.

Livro póstumo do jornalista Branchard Girão

"A invasão dos cabelos dourados" - Livro póstumo de Blanchard Girão

O livro é uma reportagem memorialística sobre a presença de soldados norte-americanos no Ceará, no período da II Guerra Mundial. Nele, Blanchard Girão reconstitui a atmosfera da época e recupera episódios do encontro entres os soldados do Tio Sam e a provinciana sociedade cearense dos anos 40 . . . Leia mais no blog EVALDO LIMA E AMIGOS. Blog pra lá de bom!

segunda-feira, 28 de julho de 2008

João Ubaldo ganha prêmio

LITERATURA BRASILEIRA

edição 2008 do Prêmio Camões - uol

Baiano autor de "A Casa dos Budas Ditosos" e "Sargento Getúlio" é o 8º brasileiro a receber o Prêmio Camões, criado em 1988
Lisboa, 26 jul (Lusa) - O escritor João Ubaldo Ribeiro é o vencedor do Prêmio Camões 2008, a mais importante homenagem atribuída a autores de língua portuguesa.

João Ubaldo é oitavo escritor brasileiro a ser distinguido com o prêmio, que na sua edição anterior foi para o português António Lobo Antunes.

O escritor baiano nasceu na ilha de Itaparica, em 23 de janeiro de 1941. Entre seus livros mais famosos estão "Setembro não faz sentido", "Sargento Getúlio", vencedor do Prêmio Jabuti em 1972, "Viva o povo brasileiro", "O Sorriso do lagarto" e "A Casa dos Budas Ditosos".

O escritor viveu em Lisboa em 1981, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, e ao longo da sua carreira recebeu vários prêmios e teve algumas obras adaptadas para televisão.

Iniciou a sua vida profissional como jornalista no Jornal da Bahia, em 1957, e no ano seguinte editou revistas e jornais culturais, tendo dado os primeiros passos na literatura com a participação na antologia "Panorama do Conto Baiano", organizada por Nelson de Araújo e Vasconcelos Maia, com "Lugar e Circunstância".

O escritor foi também responsável pela adaptação cinematográfica do romance de Jorge Amado "Tieta do Agreste", com a atriz brasileira Sônia Braga no papel principal.

Histórico

João Ubaldo Ribeiro foi eleito por um júri formado por professores de universidades brasileiras e portuguesas, além de dois escritores de Cabo Verde.

Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o prêmio distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural da língua portuguesa.

O escritor português Miguel Torga inaugurou em 1989, no primeiro ano da atribuição do prêmio, a lista dos vencedores.

Desde então, foram distinguidos nove autores portugueses, sete brasileiros, um moçambicano e dois angolanos. Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau não tiveram ainda nenhum autor premiado.

Qual é a felicidade possível

Leonardo Boff
teólogo


A felicidade é um dos bens mais ansiados pelo ser humano. Mas não pode ser comprada nem no mercado, nem bolsa, nem nos bancos. Apesar disso, ao redor dela se criou toda uma indústria que vem sob o nome de auto-ajuda. Com cacos de ciência e de psicologia, procura-se oferecer uma fórmula infalível para alcançar "a vida que você sempre sonhou". Confrontada, entretanto, com o curso irrefragável das coisas, ela se mostra insustentável e falaciosa.


Curiosamente, a maioria dos que buscam a felicidade intui que não pode encontrá-la na ciência pura ou nalgum centro tecnológico. Vai a um pai ou mãe-de- santo ou a um centro espírita ou freqüenta um grupo carismático, consulta um guru ou lê o horóscopo ou estuda o I-Ching da felicidade. Tem consciência de que a produção da felicidade não está na razão analítica e calculatória, mas na razão sensível e na inteligência emocional e cordial. Isso porque a felicidade deve vir de dentro, do coração e da sensibilidade.

Para dizer logo, sem outras mediações, não se pode ir direto à felicidade. Quem o faz, é quase sempre infeliz. A felicidade resulta de algo anterior: da essência do ser humano e de um sentido de justa medida em tudo.

A essência do ser humano reside na capacidade de relações. Ele é um nó de relações, uma espécie de rizoma, cujas raízes apontam para todas as direções. Só se realiza quando ativa continuamente sua panrelacionalidade, com o universo, com a natureza, com a sociedade, com as pessoas, com o seu próprio coração e com Deus. Essa relação com o diferente lhe permite a troca, o enriquecimento e a transformação. Deste jogo de relações, nasce a felicidade ou a infelicidade na proporção da qualidade destes relacionamentos. Fora da relação não há felicidade possível.

Mas isso não basta. Importa viver um sentido profundo de justa medida no quadro da concreta condição humana. Esta é feita de realizações e de frustrações, de violência e de carinho, de monotonia do cotidiano e de emergências surpreeendentes, de saúde, de doença e, por fim, de morte.

Ser feliz é encontrar a justa medida em relação a estas polarizações. Daí nasce um equilíbrio criativo: sem ser pessimista demais porque vê as sombras, nem otimista demais porque percebe as luzes. Ser concretamente realista, assumindo criativamente a incompletude da vida humana, tentando, dia a dia, escrever direito por linhas tortas.

A felicidade depende desta atitude, especialmente quando nos confrontamos com os limites incontornáveis, como, por exemplo, as frustrações e a morte. De nada adianta ser revoltado ou resignado. Mas tudo muda se formos criativos: fazer dos limites fontes de energia e de crescimento. É o que chamamos de resiliência: a arte de tirar vantagens das dificuldades e dos fracassos.

Aqui tem seu lugar um sentido espiritual da vida, sem o qual a felicidade não se sustenta a médio e a longo prazo. Então aparece que a morte não é inimiga da vida, mas um salto rumo a uma outra ordem mais alta. Se nos sentimos na palma das mãos de Deus, serenamos. Morrer é mergulhar na Fonte. Desta forma, como diz Pedro Demo, um pensador que no Brasil melhor estudou a "Dialética da Felicidade" (em três volumes, pela Vozes): "Se não dá para trazer o céu para terra, pelo menos podemos aproximar o céu da terra". Eis a singela e possível felicidade que podemos penosamente conquistar como filhos e filhas de Adão e Eva decaídos.

[ 21/07/2008 ] Jornal do Brasil

sábado, 26 de julho de 2008

. . . . . . . . . . . . . . Luiz Carlos Prates,

Tempo
Vivo me dizendo que ando sem tempo... Bobagens ditas por quem não se organizou para "melhorar" o tempo. Agora, abri um livrinho desses de ler na parada de ônibus e o autor dizia: "Relaxe por duas horas por dia, mudará a qualidade do seu trabalho e da sua vida". Das duas, uma: ou ele é louco ou eu sou burro.


Horror
Manchete do jornal: "Eleitor analfabeto é maioria em 17% das cidades do país". Santo Deus, qual pode ser o futuro de um país destes se o número de candidatos analfabetos é tão ou maior que esses eleitores? Explica-se por que tantos protestam contra a "lei seca" no trânsito.

Falta dizer
Às vezes, tenho pena do Papa, só às vezes. Pois não é que ele anda dizendo por aí que os jovens têm que deixar de lado a ganância e o cinismo? Não há como, senhor!
Os jovens seguem os pais, e os pais são hoje casos de polícia. As mães, vulgares; e os pais nada têm de homens, são, na regra, bobões ameninados. A gurizada está órfã de pais vivos.

fiapos de C O V E R S A

103. . . letr AS - sábado


: : TIN-TIN! (26 jul)

1885 - André Maurois, escritor francês (m. 1967).
1894 - Aldous Huxley, escritor (m. 1963)

: : "NÓS ESCRITORES, será que sou?, sabemos desta lembrança, mas é mais gostoso ver e ouvir alguém dizer algo, é um sinal de reconhecimento." (Tobias Sampaio. )

: : A PROPÓSITO da frase do confrade Tobias, acabo de receber um telegrama ..-..-. de Mark Twain, famoso escritor, humorista e romancista estadunidense: "Todos nós ansiamos por alguns salpicos de notoriedade." pt.

: : NO DIA 25 de julho de 1960, aconteceu o primeiro festival brasileiro de escritores. A partir desse dia o presidente João Peregrino Júnior e o vice Jorge Amado, também da união brasileira de escritores, juntos oficializaram depois do festival esta data.( Li por Aí.)

: : “NE SUTOR SUPRA CREPIDAM", ou seja, “Sapateiro, não subas além da sandália”, `como disse o pintor Apeles a um sapateiro que criticara uma parte de uma pintura sua que não a sandália.´ (Olívio martins). Obs.: para entender a citação leia em ARTIGOS E CRÔNICAS, aqui neste LdV, a Crônica ESTAÇÃO DE IPU - MEMÓRIAS.

: : “ OS ELEITORES enchem as urnas e os políticos enchem os bo lsos.” ( jpMourão )

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Faz de conta que a partir desta linha já é domingo, 27. Em sendo assim, ninguém pode dizer que o texto é longo. rsrsrsr
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: : POR FALAR EM ESPIRRO... Uma coisa é certa, amigo Paulo Rocha: o espirro é uma linguagem universal. Toda cristão entende.

: : ATCHIN!.

A vida é um livro aberto,

em forma de espiral,

um espirro,

uma página,

uma vida,

um capítulo,

Saúde. . . . . . . . . . . . . . blog do Gabriel


A braço S

Estou por aqui. Aguardo com prazer sua visita.


http://airton.soares.zip.net

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Rubem Alves - Seduzindo para o prazer de ler

DIA DO ESCRITOR
li, gostei e compartilho

101. . . . Letr AS - sex 25 jul


"O escritor não escreve com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta, ou são de vida longa e tediosa...

Parodiando as palavras de Jesus, "nem só de beijos e transas viverá o amor, mas de toda palavra que sai das mãos dos escritores...." RUBEM ALVES. Educação dos Sentidos. Campinas, SP: Veras, 2005. Título: Seduzindo para o prazer de ler."

Leon Tolstoi

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74

Gênio da literatura

Escreveu LEON TOLSTOI

O romance da bravura:

Guerra e Paz - obra de herói. :: Severino Fernandes Guerra

Juvenal galeno

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73

É de Juvenal galeno

Esta Casa de Cultura.

E nela o grande e o pequeno

São vistos na mesma altura. :: Severino Fernandes Guerra*

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Nasceu no dia 20 de agosto d 1937, na cidade de Antenor Navarro, Paraíba. Engenheiro Civil. Membro da UBC-Ce. Trova do seu livro Cantigas do meu sonhar...
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quarta-feira, 23 de julho de 2008

PISCAR DE OLHOS

Luiz Carlos Prates

Por que os casamentos - ou os "ajuntamentos", que é o que mais existe hoje - por que estão durando tão pouco? Já contei aqui que o casamento mais longevo do Brasil, segundo o IBGE, é o casamento gaúcho, está durando na média 12 anos. Na média. Um casamento que dura 12 anos, na verdade começou a ruir no segundo ou terceiro ano, se tanto. O resto do tempo foi um longo gemido até à separação.

Volto à pergunta: por que os casamentos estão durando tão pouco? No básico, por duas razões: pressa, urgência pela "posse" do outro, e leviandade dos parceiros, escolhas assentadas sobre tolices que não sustentam bons relacionamentos humanos. Vim até aqui, leitora, para dizer que ontem reli trechos que eu já havia sublinhado na primeira leitura do livro Blink. Blink em inglês é piscar dos olhos. É um livro que trata das percepções humanas em escassos segundos. No resumo, diz o autor do livro - Malcolm Gladwell - somos capazes de uma formidável percepção de realidades num abrir e fechar dos olhos, sem que isso signifique figura retórica, pura verdade.

Penso que também já contei aqui de uma experiência feita pelo autor e seus alunos e que comprova nossa magnífica capacidade de "enxergar" realidades em tempos de segundos ou menos que isso. Um dos exemplos mais significativos das experiências do autor foi reunir alguns pares de noivos, jovens que estavam se aprontando para o casamento, levá-los para um restaurante e oferecer-lhes um jantar. Em mesas ao lado das mesas dos jovens noivos, havia outras mesas, bem próximas.

Nessas mesas estavam observadores, mas ninguém sabia deles. Cabia a esses observadores, psicólogos muito bem treinados na área da percepção blink, isto é, num piscar de olhos, ouvir poucos segundos da conversa dos noivos. Desse tempinho, eles fariam prognósticos sobre quais casais ficariam casados por mais tempo e quem se separaria sem muita demora. O tempo passou, os jovens casaram, e os observadores os seguiram.

Acertaram em cheio sobre quem ia se separar ou separar-se por primeiro ou não se iam separar, acertaram direitinho. A pesquisa visava a exatamente isso, comprovar que é possível em poucos segundos fazer um prognóstico sobre o futuro conjugal ou profissional das pessoas.

Concordo, mas se esse apuro de percepção for levado para todos os namoros, acabarão os casamentos. Os casamentos só continuam a existir porque eles e elas ficam cegos e surdos durante o namoro. Quem quiser conhecer o outro, basta piscar os olhos... E sair correndo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Profissão do futuro

RUY CASTRO - Folha de São Paulo- 21/07/2008

RIO DE JANEIRO - Em Porto Amazonas (78 km de Curitiba), há uma semana, uma estudante de 21 anos foi morta pela PM paranaense com um tiro na cabeça, após o seu carro bater acidentalmente no da polícia, enquanto esta perseguia uma quadrilha em outro carro. Um dos policiais supôs que a batida fosse de propósito e já saiu disparando. A ação lembrou aquela acontecida na Tijuca, no Rio, dias antes, em que uma senhora teve o carro fuzilado pela polícia e um filho morto.


Na quarta-feira passada, em Bonsucesso, também no Rio, outro inocente -desta vez, um funcionário das Organizações Globo- foi seqüestrado em seu carro por um bandido, teve o carro perseguido e morreu baleado pelos PMs. Para a polícia, os dois ocupantes seriam bandidos. Para que não se diga que a PM só mata, dois policiais militares foram mortos a tiros na Fonte da Saudade, ainda no Rio, na manhã de quinta, e outro no Jardim Guanca, zona norte de São Paulo, na madrugada de sexta.

Na mesma sexta, de manhã, oito homens morreram numa favela em Realengo, no Rio, em confronto com a PM. À tarde, um assalto a banco em Jardim Peri-Peri, zona oeste de São Paulo, terminou com um policial civil e dois bandidos mortos a tiros, além de uma menina de sete anos, atropelada pelos criminosos em fuga.

É um perpétuo faroeste. Pela quantidade de fuzis, pistolas, balas e granadas em ação, imagino que a profissão de armeiro seja hoje uma das mais valorizadas do país. Serviço não falta -afinal, alguém tem de cuidar do armamento da polícia, dos bandidos e das milícias, alinhando as miras e azeitando os canos.

Pela intensidade do uso, pode ser até que falte armeiro no mercado. A ponto de, quem sabe, os melhores do ramo serem solicitados a prestar serviços para uma, duas ou mesmo as três partes.

sábado, 5 de julho de 2008

VOCABULÁRIO

85. . . . . . . . letr AS

Sábado, 05 de julho de 2008 - 9h31min
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sopro da vida - VIDA... VIDA SIMPLES


Nas curvas do desalento
quando a paixão ME CONVIDA
eu largo a velhice ao vento
e bebo o sopro da vida! - - - - - Eduardo toledo


Disse Hélio Schwartsman, na FolhaOnline em 7/8/03: Quem melhor captou esse sentimento falando das coisas simples da vida foi Virgílio: "Sed fugit interea, fugit inreparabile tempus, singula dum capti circumvectamur amore" ("Geórgicas", 3, 284).

Na bela, mas pouco literal tradução de António Feliciano de Castilho isso dá:

"Quisera abranger tudo,
e tudo ME CONVIDA;
mas o tempo é fugaz,
e curta e incerta a vida".

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MINHA DÚVIDA
Será que “Me convida”, neste contexto significa `me atrai,´ ` me fascina´?