sexta-feira, 27 de maio de 2011

Armadilhas dos supermercados

Lista é a principal maneira de fugir das armadilhas dos supermercados


Perkins/ProTeste

Armadilhas dos supermercados

Conheça as técnicas mais usadas para fazer com que você gaste mais nos supermercados

Carlos Iavelberg
Do UOL Economia, em São Paulo

Faz tempo que ir ao supermercado deixou de ser a simples ação de comprar comida e produtos de limpeza. Ao pisar no local, o consumidor é bombardeado por cores, promoções, cheiros e produtos que vão desde um pacote de macarrão até um televisor LCD de última geração.

Diante de tantas opções e estímulos, como fazer para manter o foco e levar apenas o necessário, evitando assim os gastos desnecessários em um momento de pressão inflacionária?

A principal dica é ir ao supermercado com uma lista com todos os produtos que você precisa comprar.

“Se o consumidor já vai com uma lista, ele já vai pré-definido, sabendo o que é realmente necessário. A gente sabe que os supérfluos muitas vezes levados têm um custo mais elevado e acabam encarecendo o valor final da compra”, afirma Polyanna Carlos Silva, supervisora institucional da ProTeste Associação de Consumidores.

Outra dica é evitar ir às compras com fome. Com o estômago vazio, o consumidor fica mais suscetível ao impulso de comprar alimentos necessários naquele momento para matar a fome, mas desnecessários em casa.

Polyanna Silva também orienta o consumidor a ficar atento às ofertas, principalmente as famosas “pague dois, leve três”. Segundo ela, é sempre importante confirmar se o valor unitário do produto não é o mesmo na suposta promoção e na compra avulsa.

A supervisora da ProTeste também orienta as pessoas a não comprarem alguma coisa apenas porque está em oferta, mas, sim, por necessidade.

Outro aspecto importante sobre as ofertas, de acordo com ela, é ficar atento à data de vencimento dos produtos. Alguns estabelecimentos diminuem o preço de alimentos que estão perto de vencer. Neste caso, é importante o comprador ver se realmente vai consumir a mercadoria antes do prazo limite.

Uma dica antiga, porém muitas vezes esquecida pelos consumidores, é comparar os preços em diferentes lugares.

Sobre as “armadilhas” dos supermercados que consistem em fazer com que o consumidor se sinta bem e, assim, fique mais tempo no local, Polyanna Silva aconselha as pessoas a irem focadas.

“A gente orienta o consumidor a ir com objetividade ao supermercado, que ele vá sabendo o que vai comprar e usufrua de todo esse conforto que hoje existe”, afirma.

Não é da minha conta não, mas....

Fofoca e colegas desagradáveis são a principal razão para o estresse nas empresas brasileiras

Para as mulheres esse fator ganha um peso ainda mais forte em comparação aos homens
Por Rafael Farias Teixeira

Pesquisa feita pela empresa de recrutamento Robert Half com 2.525 executivos das áreas de finanças e recursos humanos de 10 países revelou que para 60% dos brasileiros consultados a fofoca e os colegas desagradáveis representam a principal razão para o estresse nas corporações do país. Esse fator tem peso ainda maior entre as mulheres, já que esta foi a escolha de 66% delas versus 49% dos homens. “Isso mostra que o bullying pode acontecer dentro do ambiente empresarial”, afirma Ricardo Bevilacqua, diretor da Robert Half para a América Latina.

Na média global, metade dos entrevistados aponta aumento da carga de trabalho como a principal origem do estresse no trabalho, lembrando que mais de uma opção pôde ser escolhida. Para 47% dos brasileiros este é o segundo fator a ser levado em consideração, seguido por pressões desnecessárias do chefe, com 44%. Um dado curioso é que o Brasil é o único país em que 100% dos entrevistados possuem estresse no trabalho. Aproximadamente um quinto dos participantes da Áustria, República Checa e Dubai, por exemplo, não têm estresse no ambiente corporativo.

Qualidade de vida e desenvolvimento pessoal
Mesmo com situações de estresse no ambiente de trabalho, 36% dos entrevistados do Brasil acreditam que a qualidade de vida é boa. No Brasil, quando somadas as alternativas “boa” e “balanceada” o resultado é de 92%.

Na média global, a qualidade de vida é o fator mais importante quando os profissionais avaliam uma possível mudança de emprego, no caso de ser necessário escolher entre duas propostas com mesma remuneração e pacote de benefícios. Essa foi a resposta de 37% das pessoas. O brasileiro diverge do resto do mundo nesse item. Aqui, a principal motivação para a transição de emprego é o desenvolvimento de carreira e maiores responsabilidades (34% ). Em seguida, aparecem qualidade de vida (32%), apoio à formação e aprendizagem (10%) e reputação/marca da empresa (10%).

via

http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI236141-17180,00-FOFOCA+E+COLEGAS+DESAGRADAVEIS+SAO+A+PRINCIPAL+RAZAO+PARA+O+ESTRESSE+NAS+EM.html

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A Ambição Superada

Millôr Fernandes

Millôr Fernandes Brasil n. 1923 Escritor

Certo dia uma rica senhora viu, num antiquário, uma cadeira que era uma beleza. Negra, feita de mogno e cedro, custava uma fortuna. Era, porém, tão bela, que a mulher não titubeou - entrou, pagou, levou para casa.

A cadeira era tão bonita que os outros móveis, antes tão lindos, começaram a parecer insuportáveis à simpática senhora. (Era simpática).

Ela então resolveu vender todos os móveis e comprar outros que pudessem se equiparar à maravilhosa cadeira. E vendeu-os e comprou outros.

Mas, então a casa que antes parecia tão bonita, ficou tão bem mobilada que se estabeleceu uma desarmonia flagrante entre casa e móveis. E a senhora começou a achar a casa horrível.

E vendeu a casa e comprou uma outra maravilhosa.

Mas dentro daquela casa magnífica, mobilada de maneira esplendorosa, a mulher começou, pouco a pouco, a achar seu marido mesquinho. E trocou de marido.

Mas mesmo assim não conseguia ser feliz. Pois naquela casa magnífica, com aqueles móveis admiráveis e aquele marido fabuloso, todo mundo começou a achá-la extremamente vulgar.


Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"

via CITADOR

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Será que dá pra ler 100 preconceito?

O último pensamento na mente da maioria das pessoas que morre é o sexo, nada mais. É inevitável que seja, porque foi o mais reprimido. Quando elas estão morrendo, elas se apegam ao sexo, é justamente o contrário da morte. Com o sexo a vida começa; com a morte ela termina. As freiras sonhavam com Jesus acariciando seus seios e também sonhavam sendo engravidadas por Jesus. A igreja mudou. Dizendo que isso era responsabilidade do diabo. Idade Média. O celibado foi imposto às freiras cristãs. E o que aconteceu? As freiras começaram a ter alucinações. Jesus vinha acariciar os seios delas. Jesus vinha fazer amor com elas durante a noite; pior que isso, as freiras começaram a inventar falsos casos de gravidez. Era apenas ar quente, mas o ventre delas inchava. A igreja ficou preocupada. O desejo natural foi reprimido... Nada mais eficaz do que botar a culpa no diabo.

Osho – vá com calma. Pág. - 97

domingo, 22 de maio de 2011

Rir é a grande dificuldade do mundo adulto

via blog ALMA LAVADA

Por que será que uma simples risada é tão difícil para a maioria das pessoas? Ver graça nas coisas, rir de si mesmo, brincar?

Já reparou?

Eu, por gostar de rir, já fui considerada infantil por muita gente.

E percebi que, em algum momento da nossa existência, o riso torna-se pejorativo, como se ter bom humor fosse sinal de imaturidade, de não levar a vida a sério, de ser irresponsável. Deixar de rir e brincar é como um ritual de passagem para a vida adulta.

Mas desde quando que, para “levar a vida a sério”, a gente precisa ser sisudo, estampar um ar de preocupação no rosto, de preferência andar pela rua olhando para baixo, não perder tempo com coisa tão fútil como uma brincadeira?

Isso me lembra a educação ideal nos tempos da minha avó, quando gargalhar era coisa de gente vulgar, ser feliz em público era falta de educação, demonstrar afeto era quase pecado e – horror! – um arroubo de paixão era a passagem sem escalas para a casa do Cruz Credo!

Sei que diante da multidão de infelizes que há por aí, a alegria alheia arde nos olhos igualzinho a luz na retina da vampirada. O bom-humor ofende, é quase pornográfico, e chega aos ouvidos desse povo com o tom malévolo da ironia, como se fosse um deboche ao seu jeito amargo de vegetar.

Para eles, a alegria é uma afronta: como se estar feliz, hoje em dia, num mundo tão corrupto e mal, fosse displicência, egoísmo ou maluquice.
Pois olha... falta de educação é viver como se a vida fosse um eterno sermão de missa: a seriedade do começo ao fim. Ou um problema de física quântica. Ou um velório, onde tudo é só tristeza e saudade...

O caso é que as pessoas, no decorrer do tempo, se esquecem de rir e de brincar, e acabam acreditando que isso seja coisa da infância. Quando se dão conta, já não sabem mais como é, se esqueceram e precisam mesmo reaprender, fazer o caminho de volta às pequenas alegrias da vida, que são, no fim das contas, as mais importantes.

Se você faz uma brincadeira, elas não entendem e respondem com sua habitual seriedade adulta, e por quê? Uma piada pode virar tese de mestrado ou, na pior das hipóteses, de promotor de justiça. E por quê?

Porque as pessoas levam a vida a sério demais.

O máximo que conseguem é rir dos outros, fazer do próximo um bode expiatório e jogar sobre ele seu sarcasmo... e acreditam, em sua ignorância, que isso seja brincar. Crêem que esse riso, que é de escárnio, seja de alegria. Quando já nem sabem, quase, o que é a alegria.

Cuidado! Não se torne um deles... se tem andado sério demais, agarre-se à lembrança de quando era jovem de alma, e tinha um coração leve e cheio de esperança. De quando seu raciocínio era limpo de julgamentos e de certezas irredutíveis. De quando seu dia era aberto aos novos amigos e aos novos acontecimentos, e rir era tão natural quanto conversar. De quando a diversão era tão simples, que não precisava ser planejada.

Sua infância passou, mas sua alegria pode ser cultivada e florescer a vida inteira. Isso é ser jovem, o que é bem diferente de ser infantil ou idiota.

Sustentabilidade


No Brasil, 70% das companhias relataram estar sofrendo pressão do governo para desenvolverem iniciativas sustentáveis, mas ainda fazem pouco. Para começar a mudar esse quadro, um conselho formado por lideranças empresariais que juntas são responsáveis por metade do Produto Interno Bruto brasileiro (que, em 2010, foi de R$ 3,675 trilhões) vão auxiliar o Governo Federal a elaborar e implantar ações sustentáveis.

Você sabia que tem gente por aqui que usa raspa de pneu velho e até sobra de fibra de coco para fazer asfalto dos bons? E mais: que tem gente construindo casa arejada com entulho de construção e até produzindo biodiesel a partir do óleo de cozinha?

Enquanto o mundo exige cada vez mais sustentabilidade e, na crista da onda, o Brasil inicia empreitada para ser uma grande economia verde, em Fortaleza já despontam tímidas ações de reciclagem e reaproveitamento de resíduos que, em grande escala, podem gerar renda, movimentar mercados milionários e, principalmente, evitar a extração de recursos naturais. Mas os consumidores dessas bandas ainda têm relutado em vestir a camisa.


Vender essas ações, claro, moldou-se como fator crucial para a construção de marcas e de força de competitividade, até porque a sociedade consumidora tem exigido isso. De acordo com pesquisa da consultoria Endelman, 81% dos brasileiros mostram-se mais propensos a comprar produtos de marcas que apoiam causas.


Lá fora, algumas das grandes multinacionais já implantaram a meta “zero lixo” em seus negócios. Um exemplo é o da gigante General Motors que, em dezembro de 2010, anunciou que mais da metade de suas 146 indústrias já reciclam 100% do descarte gerado em sua produção.


A Starbucks também prometeu reciclar 100% dos seus copos até 2015. O Walmart investiu no ano passado US$ 1 milhão em pequenos e médios fazendeiros para que eles produzissem de forma sustentável e a Unilever colocou em seus planos reduzir pela metade o impacto ambiental de sua produção até 2020.


O grupo foi criado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável junto com o Ministério do Meio Ambiente. Segundo a ministra da pasta, Izabella Teixeira, o Brasil tem vantagens para alcançar o posto de economia verde. “Somos o país com mais vantagens competitivas. Temos várias iniciativas na área de economia verde e uma matriz energética limpa”, disse. Sabe as ideias citadas no começo desta matéria? Elas entram na lista da ministra, mas pouco espaço têm tido para serem ampliadas e constituirem-se como grandes projetos de sustentabilidade. Nas próximas páginas, O POVO vai contar a história de quem está por trás dessas iniciativas.

Luar Maria Brandão
luar@opovo.com.br


Veja as notícias relacionadas. Óleo de cozinha pode virar biocombustívelEntulho sem destino se transforma em casa nova

sábado, 21 de maio de 2011

MOTIVAÇÃO AUTOESTIMA - POTENCIAL

Ler notícias na Internet é espetacular, mas caminhar até o jornaleiro ainda é legal... Mostrar nosso potencial pela tela do notebook ao cliente é sofisticado, mas convencê-lo pelas nossas palavras é um delicioso desafio... Entregar flores pelo iG é ser virtual, mas comprá-las na floricultura e colocá-las na mão da pessoa é fenomenal...

Alie as novas tendências de mercado e tecnologias às suas competências, mas nunca sepulte as suas competências em função das tendências de mercado e tecnologias. Navegar é preciso e importante, mas sobreviver como pessoa neste mar de mudanças e avanços é fundamental à nossa essência de seres agregados e emocionados.


Cear Romão, escritor e conferencista- www.cesarromao.com.br - Texto extraído da revista VendaMais, janeiro de 2001. p. 9

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sacolas plásticas

"Cinquenta anos atrás o uso único de uma sacola plástica era quase inexistente. Agora, nós a usamos por alguns minutos e poluímos o ambiente por décadas",

Blogger Dalinha Catunda disse...

Olá Airton,

Fora os sacos plásticos e viva as velhas e lindas cestas e bolsas artesanais de palhas.
Bjs
Dalinha

O SACO E A CESTA

A terra de saco cheio
Sofre e pede clemência.
Vamos pensar direito,
Pôr a mão na consciência
Pois o que estamos fazendo
É burrice e imprudência.
***
Saudades dos cestos e cestas
Também do velho surrão...
Feitos de palhas e cipós
Um trabalho do artesão,
Que ganhava seu dinheiro
Sem causar poluição.

18 de julho de 2010 19:49


Se vai às compras ou a passeio

Saco de plástico evitar

A Terra de “saco cheio”

Já deu o que tinha de dar. [AS]

terça-feira, 17 de maio de 2011

A TV Como Instrumento Redutor

Por que é que a TV foi essa «caixinha que revolucionou o mundo»? Faço a pergunta e as respostas vêm em turbilhão. Fez de tudo um espectáculo, fez do longe o mais perto, promoveu o analfabetismo e o atraso mental. De um modo geral, desnaturou o homem. E sobretudo miniaturizou-o, fazendo de tudo um pormenor, misturado ao quotidiano doméstico. Porque mesmo um filme ou peça de teatro ou até um espectáculo desportivo perdem a grandeza e metafísica de um largo espaço de uma comunidade humana.

Já um acto religioso é muito diferente ao ar livre ou no interior de uma catedral. Mas a TV é algo de minúsculo e trivial como o sofá donde a presenciamos. Diremos assim e em resumo que a TV é um instrumento redutor. Porque tudo o que passa por lá chega até nós diminuído e desvalorizado no que lhe é essencial. E a maior razão disso não está nas reduzidas dimensões do ecran, mas no facto de a «caixa revolucionadora» ser um objecto entre os objectos de uma sala.

Mas por sobre todos os males que nos infligiu, ergue-se o da promoção do analfabetismo. Ser é um acto difícil e olhar o boneco não dá trabalho nenhum. Ler exige a colaboração da memória, do entendimento e da imaginação.

A TV dispensa tudo. Uma simples frase como «o homem subiu a escada» exige a decifração de cada palavra, a relação das anteriores até se ler a última e a figuração do seu sentido e imagem correspondente. Mas na TV dá-se tudo de uma vez sem nós termos de trabalhar. Mas cada nossa faculdade, posta em desuso, chega ao desuso maior que é deixar de existir. Mas ser homem simplesmente é muito trabalhoso. E o mais cómodo é ser suíno..


Vergílio Ferreira, in "Escrever" Tema(s): Comunicação Ler outros pensamentos de Vergílio António Ferreira

segunda-feira, 16 de maio de 2011

||| CAFÉ E FILOSOFIA|||

QUINTA [19] às 18h no SESC- Fortaleza - Centro, rua 24 de Maio, ministro palestra abordando o tema CONHECIMENTO DO EU: BUSCA SEM LIMITES. Dê uma chegadinha por lá! Entrada franca

Airton Soares


Fiquei sabendo...

GIBI...de giga byte? n. o. ~ . não. `NadasAver´.

Gibi era uma revista destinada à publicação de histórias em quadrinhos e levava o nome da mais famosa revista de HQ do Brasil, nos anos quarenta. A palavra significa “menino preto, negrinho”, tal qual o personagem que figurava nas capas da revista. Foi tão grande... tão grande a sua popularidade, que o nome gibi passou a designar qualquer revista do gênero.

[Airton Soares]

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Verdade

Saber Transmitir a Verdade É bem possível dizer a verdade e não ser verdadeiro ou não ter uma relação verdadeira. E isto acontece mais do que se pensa. Quando não atendo à condição do outro, à sua sensibilidade, linguagem, idade, etc., posso dizer tudo certo e o outro ficar mais longe e mais desconfiado, e a relação não ser humana e verdadeira. A verdade humana é ser construtivo na relação. Da verdade lógica também os computadores são capazes...


(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"

Felicidade segundo Flaubert

Gustave Flaubert Gustave Flaubert França 1821 // 1880 Escritor
"Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido." Tema: - Felicidade Ver mais citações de - Flaubert , Gustave

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Coleta de sangue

Por Airton Soares

A entrega dos exames atrasou. Reivindico sem xingar. Moça da recepção... só faltou verbalizar... o corpo já dizia tudo!

Nem escuto da zuada da mutuca...”

Nem escuto da zuada da mutuca [ batuta]...”


Durante meu desabafo [ reivindicação] ameaço não mais trazer exames para o tal laboratório. Novamente sinto a moça pensando: “se vai trazer ou não trazer pra mim tanto faz, como tanto fez.....contanto que no final do mês tenha o meu salário garantido...além do mais o problema não é meu...AZAR DO PEBA!”

Haja losartana potássica pra abaixar a pressão, urra!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Beleza Maior é a que não se Vê

- Hoje, durante o meu passeio matinal, vi uma linda mulher... Meu Deus, que linda que ela era! (...)
- Sério, sr. Spinell? Descreva-ma então.
- Não, não posso! Dar-lhe-ia uma imagem imperfeita dela. Ao passar, mal a vi; na verdade, não a vi. Apercebi-me, porém, da sua sombra esfumada, e isso bastou para me excitar a imaginação e guardar dela uma imagem de beleza. Meu Deus, que linda imagem!
A mulher do sr. Klöterjahn sorriu.
- É essa a sua maneira de olhar para as mulheres bonitas, senhor Spinell?
- Sim, minha senhora, é; é muito melhor do que olhá-las fixamente na cara, com uma grosseira avidez da realidade, para no fim ficarmos com uma impressão falsa...

Thomas Mann, in "Tristão"

via CITADOR

terça-feira, 10 de maio de 2011

CCJ aprova projeto que obriga alerta sobre câncer em roupa íntima


LARISSA GUIMARÃES - FolhaOnline
DE BRASÍLIA

Roupas íntimas terão de ser vendidas com etiquetas que alertarão contra câncer de mama, de colo de útero e de próstata. O projeto de lei que prevê a nova regra foi aprovado de forma conclusiva pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira.

Como o projeto já havia passado pelo Senado, o texto seguirá para a sanção presidencial, caso não haja recursos no prazo de cinco dias.

O projeto foi apresentado pelo ex-deputado Barbosa Neto (PMDB-GO) e tramita no Congresso desde março de 1999.

Pela proposta, as cuecas de tamanho adulto terão de trazer uma etiqueta com advertência sobre a importância do exame de câncer de próstata para os homens com mais de 40 anos de idade.

Também será obrigatória a fixação de mensagem em calcinhas no tamanho adulto sobre "a importância do uso de preservativos como forma de prevenção do câncer de colo de útero e da realização periódica, por todas as mulheres com vida sexual ativa, de exames de detecção precoce dessa doença".

Nos sutiãs, a etiqueta deverá alertar sobre a importância do auto-exame dos seios para detecção precoce de câncer de mama, além de informações sobre como fazer o exame.

O projeto prevê ainda uma série de punições para as empresas que descumprirem a regra, como apreensão do produto, suspensão da venda ou da fabricação do produto, cancelamento de autorização de funcionamento da empresa e proibição de propaganda.

O Ministério da Saúde irá definir como será a aplicação e a fiscalização da nova regra. Após a sanção presidencial, fabricantes e comerciantes terão 180 dias para se adaptar à novidade.

ETERNA CEIA...

Remexer nas gavetas é procurar o que se esconde... O que se foi pra nunca mais voltar... E quando se vê novamente surge, ressurge... Como fênix, das cinzas, mais forte... E então se percebe que sempre estivera lá, guardado, como que inerte, hiberno sentimento que de novo aflora... É a poesia que latente ficou e mumificada se conservou... E como deixar de ser sentimento quando inteiro de sentimento é feito? Não há como fugir da origem, do gene, do gênesis... Do principio de tudo, do verbo, da Ceia... Da eterna Ceia... Ceia de Língua e Literatura... Literária Ceia!


Valdemiro - Ceista

http://ceialiteraria.blogspot.com/

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Saudade!

Saudade! um lenço branco me acenando...
Uma vontade de chorar sorrindo,
Uma vontade de sorrir chorando.
"

- Antologia da nova poesia brasileira‎ - Página 78, de José Guilherme de Araújo Jorge - Publicado por Vecchi, 1948.

sábado, 7 de maio de 2011

Fabiana Guimarães lança, na Livraria Cultura, seu mais recente livro: Poemas de sopro e pássaro



E/D palestrantes: Airton Soares, Érico Bayma e Carlos Vazconcelos

Quando do lançamento de Poemas de sopro e pássaro, de autoria da escritora e poetisa Fabiana Guimarães, ontem na livraria cultura, lá estavam prestigiando este evento, as representantes das Edições Paulinas [ Roseane e Irmã Eliete], o escritor Flávio Paiva, Flávio - da Editora Conhecimento e outros mais. A apresentação do livro, num clima bastante descontraído, coube aos palestrantes Airton Soares [ator], Carlos Vazconcelos [escritor] e Érico Bayma [produtor cultural]. O evento contou, também, com a participação especial do cantor Luis Axé.


Galeria de fotos:


E/D A escritora Fabiana Guimarães, Irmã Eliete e Roseane [ambas representantes das Edições Paulinas]

Flávio, da Editora Conhecimento, ladeado por seu filho e autora Fabiana Guimarães


O escritor Pedro Salgueiro e Fabiana Guimarães

Cantor Luiz Axé

Fabiana e poetisa Marina Fernandes

E/D - Aloísio, Marina Fernandes, Flávio, Bento, Carlos Vazconcelos, Eudismar Mendes, Fabiana Guimarães e Érico Bayma

Fabiana Guimarães e Airton Soares

Fabiana & Família


DisseMillôr

Eu aqui, no computador, posso garantir a vocês que nunca minha redação foi tão brilhante. O sol da manhã se levantando joga luz diretamente sobre o meu papel.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

O professor de hoje não pode só reproduzir sua formação

Por Içami Tiba

É como um médico cirurgião que não poderia nem deveria operar ninguém se não tivesse competências específicas como conhecimento (não conhece as técnicas cirúrgicas mais adequadas e atualizadas, a patologia a ser operada, etc.), comprometimento (não se incomodar com a vida do paciente, largar todo o material cirúrgico na barriga da pessoa que está sendo atendida, tirar as luvas e avental e jogar sobre a mesa cirúrgica e sair correndo porque está na hora da sua saída), responsabilidade (de ter consciência da cirurgia que faz), disciplina (terminar o que começou), ética (respeitar tanto o paciente quanto a si mesmo) etc.

Assim também, de um professor espera-se competências específicas para que seus alunos sejam bem sucedidos no aprendizado. Tomo a liberdade de listar aqui as seis características que o docente ideal para o século 21 deve ter, segundo texto publicado na revista Nova Escola, da editora Abril:

  • ter uma boa formação;
  • usar novas tecnologias a favor dos conteúdos;
  • atualizar-se em novas técnicas de ensinar;
  • trabalhar bem em equipe;
  • planejar e avaliar sempre: observar para reorientar o trabalho;
  • ter atitudes e posturas profissionais: todo aluno pode aprender.

Aponto, abaixo, mais exemplos de como melhorar a performance do professor com os alunos em sala de aula:

  • 7. aquecer o aluno para receber a aula. Um aluno raramente tem sua mente aquecida para receber a aula e frequentemente está totalmente desligado. Cabe ao professor fazer um warming up, aquecimento, como qualquer esporte ou aperitivo que prepara o corpo para a ginástica ou refeição, basta que o professor pergunte: quem se lembra da última aula? Quem responder ganha um ponto, pois este aluno favorece o aquecimento de outras mentes, até as respostas começarem a pipocar. Pronto: as mentes estão aquecidas!
  • 8. mental-breaks: alunos não mais suportam ficar 50 minutos em aula. Até adultos precisam de coffee-breaks. Em uma aula pesada, o professor poderia abrir mental-break oferecendo 5 minutos para os alunos trocarem ideias entre si sobre o que foi dado ou, melhor ainda, um aluno pergunta e outro responde, numa competição de somar pontos quem mais souber.
  • 9. um aluno escolhido ou voluntário faz um resumo final da aula, também ganhando um ponto. A aula não termina sem o resumo.
  • 10. o professor deve fazer um teaser (recurso do marketing para estimular o “comprador” através de ofertas interessantes fazendo o aluno interessar-se pela matéria da próxima aula). É como as cenas do próximo capítulo das novelas e seriados de TV ou trailler dos filmes que chegarão aos cinemas.
  • 11. o professor tem que ensinar os pais a cobrarem diariamente as lições de casa. Os filhos têm que fazer um resumo de cada aula assistida, usando 150 palavras do próprio vocabulário e enviar aos pais como conseguirem: seja via mensagens de computador, torpedo, e-mail etc. Tiveram três aulas? Os pais têm que receber três resumos. Caso contrário, estarão sustentando a ignorância que custa muito mais caro do que o conhecimento.

Os itens 7, 8, 9, 10 e 11 já constam do meu novo livro “Pais e Educadores de Alta Performance”, a ser lançado em julho de 2011 pela Integrare Editora.

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fonte: UOL - Educação

Posta-restante

Ano 11 - nº 546 - 05/05/2011
POSTA-RESTANTE

Embora não empregado habitualmente, o termo posta também significa correio (o estabelecimento). A posta-restante é, literalmente, o correio — por extensão, a correspondência — que resta, ou seja, que permanece à espera de nos dirigirmos a ele, em suas instalações ou nas dependências próprias de uma instituição. Dependências que, por extensão, passaram igualmente a se chamar posta-restante. Daí se falar, por exemplo, "a posta-restante de um jornal" para se dizer o lugar exato e conveniente em que certos tipos de correspondência são recebidos. é, literalmente, o correio — por extensão, a correspondência — que

DISSE ONÁRIO: LICENÇA-PRÊMIO

Palavra do dia do Caldas Aulete digital


Tema da semana: Trabalho.

Licença-prêmio por assiduidade era uma licença concedida ao trabalhador, a título de prêmio por assiduidade, após cada período de cinco anos ininterruptos de exercício do cargo. Ou seja, o funcionário, a cada cinco anos no mesmo emprego, tinha o direito de gozar três meses de licença, numa espécie de férias, sendo remunerados normalmente. O direito a essa licença foi extinto em 15 de outubro de 1996 (em face da nova redação dada ao Art. 87 da Lei no 8.112/90), tendo sido transformado na atual ‘Licença para Capacitação’. A ‘Licença para Capacitação’ garante que após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá afastar-se, por até três meses, do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar de curso de capacitação profissional.


No dicionário

(li.cen.ça-prê.mi:o)

sf.

1. Bras. Afastamento do trabalho a que têm direito certos trabalhadores após algum tempo de serviço.

[Pl.: licenças-prêmios e licenças-prêmio.]

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Felicidade com Poucos Bens

Embora a experiência me tenha ensinado que se descobrem homens felizes em maior proporção nos desertos, nos mosteiros e no sacrifício do que entre os sedentários dos oásis férteis ou das ilhas ditas afortunadas, nem por isso cometi a asneira de concluir que a qualidade do alimento se opusesse à natureza da felicidade. Acontece simplesmente que, onde os bens são em maior número, oferecem-se aos homens mais possibilidades de se enganarem quanto à natureza das suas alegrias: elas, efectivamente, parecem provir das coisas, quando eles as recebem do sentido que essas coisas assumem em tal império ou em tal morada ou em tal propriedade. Para já, pode acontecer que eles, na abastança, se enganem com maior facilidade e façam circular mais vezes riquezas vãs. Como os homens do deserto ou do mosteiro não possuem nada, sabem muito bem donde lhes vêm as alegrias e é-lhes assim mais fácil salvarem a própria fonte do seu fervor.

Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela"

via CITADOR

Remédio para o tédio!

"O REMÉDIO PARA O TÉDIO É A CURIOSIDADE...E NÃO EXISTE REMÉDIO PARA A CURIOSIDADE"
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Li por Aí

Dispositivo armazena tudo o que for teclado no computador

Via blog do jPMourão

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Se você for a um cibercafé ou lanhouse, ou usar o computador em hotéis, veja bem se encontra este aparelho instalado na traseira da máquina.


Repare nesse aparelhinho. Veja-o muito bem !



Novo dispositivo ligado no final do cabo do teclado do PC.

Este dispositivo guarda todas as suas senhas inseridas com as teclas quando utiliza o equipamento. Pode ser usado em: cibercafés, exposições, hoteis e aeroportos, especialmente onde se utiliza Internet para entrar em contas bancárias.

Este dispositivo armazena tudo o que for teclado.

Assim, examine o PC que você utilizar em sítios ou lugares públicos,
e procure qualquer peça suspeita instalada por detrás dele, antes de utilizá-lo.

SEM ALARIDOS, ANTES DE QUALQUER RECLAMAÇÃO, CHAME DE IMEDIATO AS AUTORIDADES, pois a peça é facilmente removida.

Por favor, envie este link: http://www.blogdojpmourao.com/2011/05/dispositivo-armazena-tudo-o-que-for.html , a todos os seus parentes, amigos e conhecidos, para eles tomarem conhecimento dessa fraude.

Ora, direis, gozar com carros?

Via blog OUTRAS PALAVRAS


Maria Rita Kehl decifra, a partir de um comercial na TV, as estranhas noções que a publicidade difunde sobre consumo, exclusão, desejo e mercado. No Blog da Boitempo

O casal jovem está sentado frente a frente na mesa de um restaurante caro. A cena reproduz o tipo de encontro que já está configurado no imaginário romântico de nossa época. É nas mesas de bares e restaurantes, frente a frente, que as pessoas flertam, se declaram, se encontram para conversar e namorar. Sabemos que o encontro amoroso, assim como todas as relações humanas, é atravessado por alguns objetos: a decoração da sala, a comida e as bebidas, as roupas e adereços dela e dele. O encontro amoroso não acontece entre dois; ele é mediado pela linguagem, que se faz presente também na forma de objetos que a cultura e a classe social consideram adequados para a ocasião. Assim o vinho, os talheres, a música ambiente, a comida e o preço da comida participam do encontro, demarcando e ao mesmo tempo preenchendo um intervalo entre os parceiros. Este intervalo, esta descontinuidade entre um e outro é que permite a circulação do desejo, como se fosse – mas não é – o puro desejo de um pelo outro.

Na cena que descrevo, o rapaz está tentando dizer algo à moça. Começa timidamente, hesita – o espectador percebe que ele esboça um pedido de casamento. Mas o olhar da moça é distante. Custamos a interpretar seu sorriso de polida indiferença, até que a câmera faz um giro e conduz nosso olhar para fora da janela, para onde o olhar da moça se dirige. Lá está um carro novinho, de cuja marca não me lembro (mas sei que é vermelho). Quando o noivo, cada vez mais embaraçado, termina seu pedido, ela cai em si e pergunta: “desculpe, o que você dizia…?” A ironia é confirmada pela voz do locutor que alerta os espectadores para o objeto que realmente interessa às moças casadoiras. Se o rapaz não puder oferecer a ela o carro x, desista da empreitada.

O carro introduz-se entre os dois namorados não como um objeto a mais entre os outros – vinho, talheres, cardápio, preço – uma série cujos elementos podem sempre ser substituído por outros. Nessa propaganda, o carro não é um entre os muitos objetos mediadores do desejo (sexual); é ele, este artefato mecânico revestido de lata e tinta brilhante, que se instala no lugar de um dos parceiros como se fosse o próprio objeto do desejo. Se os outros acessórios fálicos recortam o lugar da falta a partir do qual o desejo circula, o carro x, que desvia a atenção da mulher no momento em que o homem lhe pede que seja sua esposa, está no lugar (imaginário) do objeto (simbólico) do desejo. Agora, o homem é que ocupa o lugar acessório; casar-se com ele seria, para ela, apenas um meio de acesso ao gozo/carro. O homem tornou-se supérfluo diante do único bem que interessa à moça de maneira absoluta. O carro é o objeto irrecusável do desejo, tanto dela quanto do espectador, convocado a identificar-se não com o olhar ingênuo do moço, que ignora o que sua noiva vê, mas com o olhar indiferente e sonhador dela, focando o carro zero estacionado do lado de fora. Ao contrário da mulher freudiana, esta personagem publicitária sabe exatamente o que quer; diante disso o pretendente, que lhe oferece o pobre substituto de um compromisso de amor, faz papel de otário.

Como bem lembrou Eugênio Bucci em vários de seus artigos sobre televisão para a Folha de São Paulo e o Jornal do Brasil, o apelo psicológico comum a todas as formas de publicidade visa à dinâmica da inclusão e da exclusão. A publicidade, escreve Bucci, vende sempre a mesma coisa: a proposta de uma inclusão do sujeito às custas da exclusão do outro. A identificação do espectador como consumidor do produto que se apresenta como capaz de agregar valor à sua personalidade promove sua inclusão imaginária no sistema de gosto, na composição de estilos, que move a sociedade de consumo. Goza-se com isso: não tanto da própria inclusão (que pode não passar de uma fantasia), mas da exclusão do outro. O que a publicidade vende, portanto, é exclusão. Não é imprescindível que a exclusão seja de classe, como ocorre em outro anúncio em que os meninos de rua que pedem para tomar conta e limpar os carros ao preço de um real brigam pelo privilégio de polir o modelo top de linha de um feliz playboy que acabou de estacionar. A exclusão pode ser de estilo. Durante a copa, um comercial de cerveja mostrava um torcedor que errou ao oferecer uísque em vez de Skol aos amigos que foram assistir ao jogo em sua casa. Diante da gafe imperdoável, foram todos tomar a cerveja certa no bar ao lado, excluindo o anfitrião da alegria coletiva. Não foi uma troca de produto – a cerveja pelo uísque – mas de companhia. O uísque, bebida errada na hora errada, desqualificou o anfitrião perante seus amigos. Este mostrou-se tão otário quanto o pretendente da moça do primeiro comercial que não entendeu qual seria o verdadeiro objeto da sua paixão. É óbvio que a relação que se estabelece é entre as pessoas e as coisas. Ou entre as próprias coisas, que se relacionam, se avaliam e se atribuem significações na medida em que as pessoas (reduzidas a consumidores) se perfilam diante de suas marcas.

Aquela mulher que sabe o que quer, no entanto, não é o mestre do gozo na pequena peça publicitária que escolhi para abrir esse artigo. Se ela sabe que quer é porque um outro, em posição de mestria, lhe apresentou um objeto imperativo da satisfação garantida. Para nós, espectadores, o mestre é o publicitário. É ele quem dirige nosso olhar para o objeto que atrai o olhar dela. É ele quem promove a iniciação dos sujeitos desejantes, convocados desde o lugar de consumidores, em relação às possibilidades de gozo em circulação no mercado. Mas para a personagem do filme de propaganda, no qual a autoria do publicitário está elidida, o objeto do desejo se apresenta por conta própria, como por obra dos deuses do acaso. Ele entra em cena através de um giro da câmera que conduz, “naturalmente”, o nosso olhar; está ali, na calçada fora do restaurante, para que a moça reconheça em suas formas, em sua cor vermelha, mas acima de tudo na marca de fabricação, o objeto inquestionável do desejo.

Os deuses do acaso dispõem as mercadorias em circulação no mundo contemporâneo como o antigo Deus cristão dispunha das forças da natureza para abençoar ou castigar seus fiéis. Uma nova versão imaginária do Outro ocupa o lugar – lugar de um Ser onipresente, onisciente e onipotente – deixado vazio quando parte da humanidade deixou de orientar suas escolhas a partir da crença no Deus judaico-cristão. Um Outro que enuncia o que deseja de nós e promete suas bênçãos para aqueles que melhor se dispuserem a atender suas demandas. Este Outro pode ser, simbolicamente, o Mercado, filho enviado à terra por seu Pai, o Capital – abstrações sem nome e sem rosto que determinam nosso destino e, de um lugar simbólico fora do nosso alcance, nos submetem às leis inflexíveis do Seu gozo.

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Maria Rita Kehl é psicanalista, doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, poeta e ensaísta. É autora de vários livros, entre os quais se destacam Videologias – Ensaios sobre televisão (Boitempo, 2004), escrito em parceria com Eugênio Bucci, e O tempo e o cão (Boitempo, 2009), ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Não-Ficção 2010. Colabora para o Blog da Boitempo mensalmente, sempre na primeira segunda-feira do mês.

domingo, 1 de maio de 2011

Eu Simplesmente Amo-te

Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se.

Pablo Neruda, in "Cem Sonetos de Amor"