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domingo, 6 de março de 2011

A Vida de um Livro

Acredito que a vida de um livro enquanto está nas mãos do autor não é mais importante do que quando está nas mãos do leitor. O leitor é quase sempre um autor ele próprio. É ele que dá significado às palavras e por isso até acho muito interessante quando as pessoas me vêm apontar coisas que não eram minha intenção, mas que de facto estão lá. E há muitas outras coisas que foram minhas intenções e que nunca ninguém me referiu, e no entanto também lá estão. Se calhar alguém reparou nelas ou ainda vai reparar. Tudo o que um leitor leia num livro é legítimo porque nessa fase o leitor é tudo, é ele que faz o livro.

José Luís Peixoto, in 'Diário de Notícias (2003)'

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Publicitária lança livro sobre letras de Chico Buarque

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A publicitária Cristina Couto lançará seu primeiro livro no próximo dia 25, a partir das 19h30min, no auditório da Câmara Municipal. Intitulado “As Cidades de Chico Buarque”, o livro é resultado de uma monografia que se apegou às letras desse grande compositor brasileiro.

“Nós procuramos discutir no que as cidades que ele abordou em letras se transformaram com a modernidade, levando em conta aspectos como poder, mercado, trabalho e publicidade”, diz para o Blog a autora que será apresentada pelo acadêmico Dimas Macedo.

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terça-feira, 22 de junho de 2010

Lançamento: AS QUATRO HERANÇAS DO HOMEM

AS QUATRO HERANÇAS DO HOMEM

Postado em 20 de junho de 2010 às 23:57 por Blog do Mourão

Dia 23, quarta-feira próxima, às 19 horas, será o lançamento do livro “AS QUATRO HERANÇAS DO HOMEM”, autoria do Prof. Gerardo da Frota Pinto, antigo catedrático de Psiquiatria da Faculdade de Medicina, hoje com 93 anos. Local - Universidade Sem Fronteiras (Rua Nunes Valente, 919). O livro leva o selo da Editora da UFC.

O convite é feito pela Faculdade de Medicina/UFC, Academia Cearense de Medicina e Sociedade Cearense de Psiquiatria.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

AILCAciências - EMPREGO E TECNOLOGIA

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16/04/2010 - 14h21

Para especialista, Geração Y lidará com empregos e tecnologias que ainda não existem

da Livraria da Folha

Divulgação
Jovens realizam várias tarefas ao mesmo tempo e buscam satisfação
Jovens realizam várias tarefas ao mesmo tempo e buscam satisfação

Trabalhar no computador, escrever um trabalho para a escola, conversar com amigos pelo MSN, ouvindo música e fazendo pesquisas no Google compõe a rotina da chamada Geração Y, grupo de jovens de 18 a 29 anos.

Em "Geração Y: O Nascimento de uma Nova Versão de Líderes", do consultor em gestão empresarial e desenvolvimento humano Sidnei Oliveira, o leitor entenderá como este grupo chega agora à vida adulta e ao mercado de trabalho. Marcados pela constante busca por desafios, os "Y" tendem a demonstrar maior produtividade quando colocados em desafios que demandem alta criatividade. São multitarefas --realizam várias atividades ao mesmo tempo--, buscam a satisfação imediata e o acesso irrestrito a qualquer tipo de informação.

O volume é dividido em sete capítulos --"Tudo tem um começo", "As gerações", "Comportamentos", "Limites", "Chamando a atenção", "Aqui e Agora" e "Dar um significado"-- que explicam como a Geração Y executa diversas tarefas com rapidez e habilidade.

Oliveira esclarece que eles precisam da experiência e da paciência das gerações anteriores --baby boomer (nascidos após a Segunda Guerra) e Geração X (entre 30 e 45 anos)--, porque assumirão empregos que ainda não existem e utilizarão tecnologias que ainda não foram criadas.

O livro será lançado em 19 de abril pela Integrare Editora.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Luta, Substantivo Feminino

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Lançamento do livro "Luta, Substantivo Feminino - mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura

APROPUC-SP 25.03.10
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domingo, 30 de agosto de 2009

lançamento: POEMAS DE MIL COMPASSOS

imagem com link
O mundo está preparado para os livros, está preparado para nós, escritores, e nós estamos preparados para ele, mas estamos órfãos, olhamos para todos os lados somente para ver a futilidade de um mercado que deveria nos agradecer por sermos tão persistentes em nossa vocação (Andréa C Migliacci) Saiba +
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quinta-feira, 27 de março de 2008

UNESCO comemorará o Dia do Livro com discussões sobre os idiomas

A última Assembléia Geral da ONU proclamou que, no Dia Mundial do Livro e dos Direitos do Autor, 23 de abril, serão discutidas as ligações entre livros e línguas.

De fato, 2008 foi consagrado como o Ano dos Idiomas. Sendo assim, a organização aproveitou o ensejo para dar início a um debate oportuno que englobe a literatura e as diversas formas de linguagem oral espalhadas pelo globo.

Várias atividades serão promovidas nesse sentido. O Dia Mundial do Livro foi instituído em 1995 e chega, hoje, a sua 13ª edição.

A data de 23 de abril foi escolhida por ser simbólica dentro do univero literário, posto que, no referido dia do ano de 1616, morreram Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Inca Garcilaso de la Vega.
Além disso, em alguns "23 de abril" dispersos pelos últimos séculos também nasceram Maurice Druon, K.Laxness, Vladimir Nabokov, Josep Pla e Manuel Mejía Vallejo.

Para saber mais, acesse o portal da Unesco.
Disponível no site

sábado, 22 de março de 2008

Saraiva compra a Siciliano

Veja Online - 06.03.2008 - Depois de uma negociação longa, que se arrastou por quase um ano, a Saraiva comprou a Siciliano, a maior rede de livrarias do país। Pagou 60 milhões de reais. São 63 lojas, em quatorze estados brasileiros - quase o dobro do número de lojas da Saraiva, que é dona de 36 lojas. Com a compra a Saraiva passa a ter 20% do mercado livreiro do país.

Fonte: http://www।amigosdolivro.com.br/home.php

sábado, 6 de outubro de 2007

FELICIDADE livro de Eduardo Gianetti - Sinopse





Eduardo GiannettiNasceu em Belo Horizonte, em 1957. É professor das Faculdades Ibmec de São Paulo e PhD pela Universidade de Cambridge. Já recebeu dois prêmios Jabuti, por Vícios privados, benefícios públicos? e As partes e o todo.


Os personagens são bem brasileiros e contemporâneos: uma jornalista estudiosa de ética clássica, um economista liberal, um roteirista de documentários que abandonou o marxismo pela filosofia analítica e um erudito desempregado. Em Felicidade, eles se encontram periodicamente para discutir um tema por eles determinado. Nessas reuniões, um deles faz uma breve exposição inicial seguida de um debate.

A forma do novo livro de Eduardo Giannetti casa-se perfeitamente aos propósitos do autor. Não se trata de defender um ponto de vista, mas de colocar determinadas questões em relevo - questões fundamentais, mas freqüentemente esquecidas pelos cadernos de economia.

O fio condutor é o Iluminismo - e suas promessas de felicidade -, que traria o progresso nas ciências e nas artes, permitindo aos homens exercer um amplo domínio sobre a natureza. Poderíamos, guiados pelo conhecimento, calcular com precisão os meios necessários para evitar a dor e alcançar o prazer. A razão iluminista nos permitiria aperfeiçoar nossa própria natureza. Dentro de pouco tempo, viveríamos num mundo mais justo, orientado por acordos racionais, gozando os benefícios de uma paz perpétua.

Vieram a ciência e a técnica, mas não veio a felicidade. O mundo nunca foi tão injusto, e a paz nunca esteve mais distante do que hoje. Os personagens de Felicidade querem saber por quê.

Para discutir esses temas, Giannetti faz uso de uma bibliografia variada e extensa, transposta na forma de um diálogo leve e fluente. Assim como os demais livros do autor, Felicidade é uma obra que transita nos limites entre o discurso econômico e a reflexão filosófica, sem fazer uso do jargão técnico de nenhum dos dois domínios.

Felicidade: reflexões de Eduardo Giannetti

Segunda-feira, 3/2/2003
Felicidade: reflexões de Eduardo Giannetti
Jardel Dias Cavalcanti

notAS: memorizar poesia

A vida é uma doença incurável (Abraham Cowley)


Há poucos dias o jornal O Estado de São Paulo publicou uma matéria com a seguinte chamada: A felicidade, numa fórmula matemática. Pesquisadores ingleses montam equação que mede o estado emocional. O artigo ainda dizia: se você é feliz e tem consciência disso, então seu estado de ânimo é o resultado de P+5E+3A. É a fórmula da felicidade. Havia um teste a responder e quanto mais pontos você fizesse, próximos de cem, mais feliz seria. Fiz o teste: 50 pontos, ou seja, estou no meio, mas longe de ser feliz.

O tema da felicidade é quase que abandonado por pensadores sérios da atualidade. Agora temos um que se aventurou no assunto. Eduardo Giannetti é um escritor corajoso. Quem ousaria, na atual conjuntura das excessivas e calhordas publicações de auto-ajuda, escrever um livro cujo tema seja a felicidade?

Outra questão interessante: quem ousaria comprar um livro cujo título, grafado em preto sobre um fundo abóbora, seja Felicidade? Fico imaginando uma legião de leitores mal-avisados, em busca de uma saída fácil para suas desgraçadas vidas cotidianas, comprando este livro e se decepcionando com sua leitura difícil para um leigo.

Pois bem... O livro existe e o que interessa é debater parte de seu conteúdo. Trata-se de Felicidade: diálogos sobre o bem-estar na civilização, de Eduardo Giannetti, publicado pela Companhia das Letras.

O livro é escrito em forma de diálogos. O termo Diálogo apresenta-se como uma forma literária na qual o autor procura transmitir idéias através de uma discussão de viva voz. Os exemplos mais antigos dessa forma são os diálogos de Platão, seguidos pelos de Xenofonte e mais tarde pelos de Aristóteles. No período tardio da literatura grega o escritor Luciano transformou essa forma literária num veículo para suas sátiras. Na literatura romana os melhores exemplos são os tratados de Cícero e Tácito (autor de Dialogus de Oratoribus, um diálogo sobre as causas do declínio da oratória).

No livro que ora tratamos, o autor reúne quatro ex-colegas de universidade que passam a se reunir para discutir questões relativas à problemática da felicidade no atual estágio de progresso civilizatório em que nos encontramos. São eles: Leila, estudiosa de ética clássica, militante do movimento ecológico, mãe de três filhos e professora universitária; Otto, economista liberal bem-sucedido, positivista e amante do golfe; Alex, filosófo analítico, ex-marxista que ganha a vida como roteirista; Melo, erudito historiador das idéias que leu demais e acha-se em dificuldade para acreditar em qualquer coisa, atualmente desempregado.

A partir de um primeiro encontro o grupo decide estabelecer uma regra básica para o debate: a cada encontro um dos participantes escreveria um texto e destribuiria uma bibliografia básica para ser discutida no próximo encontro. No cerne do conjunto dos debates firma-se basicamente a seguinte questão: até que ponto a civilização moderna tem promovido ou dificultado a busca da felicidade? Para resolver a questão (ou ao menos tensioná-la) é chamado um grupo de pensadores tais como Giordano Bruno, Baco, Kant, os iluministas, Freud, Nietzsche, Marx, Mill, Weber, entre tantos outros.

É simplesmente impossível resumir o livro em apenas poucas páginas, dado o grau e quantidade de questões que vão surgindo ao longo dos diálogos. Aos pensadores e suas idéias acrescenta-se, ao longo do livro, resultados de pesquisas sobre o que gera a felicidade ou o que a limita. Da realização profissional e amorosa à busca da felicidade pelo uso de drogas - todas tentativas meio que desesperadas - o livro discute o assunto de forma interessante e abrangente. Mas... para o leitor que busca encontrar qualquer espécie de discussão que o leve à uma solução segura, avisamos, pode tirar o cavalinho da chuva, pois o livro só aumenta nossas inquietudes.

As conclusões são variadas: nem a razão, nem o delírio podem nos leva à terra prometida; a riqueza, segundo pesquisas, também não é nenhuma tábua de salvação (embora proporcione alguma alegria, também gera mais incertezas e requer mais atenção - que por si inibe o prazer); os materiais tecnológicos ultramodernos também não proporcionam aumento da felicidade, não produzem o doce sentimento da existência. Ou seja, estamos perdidos no mundo que construímos. Nosso projeto civilizatório não pensou no essencial: a busca da felicidade humana. Se pensou, fracassou, pois estamos em meio a um mundo atroz, ainda perdidos nessa busca do mais elementar sentimento humano: a felicidade.

Aumentar o nível tecnológico do planeta resolveria nossa principal tensão existencial que é, afinal, vivermos em um constante bem-estar? Veja-se as seguintes questões colocadas pelo livro: I - será que os gostos e preferências dos consumidores não vêm sendo sistematicamente distorcidos por um bombardeio de estímulos e uma máquina de propaganda mais ferozes que qualquer poderio militar? II - a TV a cabo chegou ao Butão. De agora em diante, as crianças budistas estão expostas à radiação colorida da Cartoom Network e MTV. Em breve, os jovens butaneses estarão freqüentando shows de rock, comendo nos fast-foods e protestando contra a globalização - lutando com os jovens de todo o planeta por um mundo melhor. É patético.

Se você perguntar para um grupo razoável de pessoas o que traria felicidade, você obteria a resposta de que o dinheiro resolveria tudo, ou ao menos, ajudaria mais que tudo a trazer felicidade.

Segundo o livro de Giannetti, baseando-se em pesquisas e material filosófico, político e sociológico, a conclusão dessas pessoas está errada. Não é o dinheiro que traz felicidades. Atente para a grande questão: o comercio internacional de drogas movimenta cerca de 400 bilhões de dólares por ano, ou seja, oito por cento do fluxo mundial de comércio ou o equivalente do turismo e petróleo. Quem consome esta droga? Sabe-se que a maior parte desta droga é consumida por pessoas que têm um nível de vida acima do médio. Afinal, riqueza produz realmente felicidade? Se sim, porque essa busca desenfreada por uma evasão química auto-destrutiva? Quem recorre às drogas está buscando algum alívio ou paraíso artificial, ou seja, está em busca de meios químicos que proporcionem o que o seu ambiente social e os seus próprios recursos espirituais não são capazes de satisfazer. O sujeito toma a droga e pronto - não há mais do que reclamar. Resignação e êxtase. Ou seja, o pão e circo pós-moderno do novo império romano.

Segundo Adam Smith, para a maior parte das pessoas ricas a principal função da riqueza consiste em poder exibi-la. Ou seja, só interessa a posse do que pode despertar inveja. Então, se os pobres rissem e escarnecessem da riqueza e da ostentação dos ricos, o circo desabaria. Desse ponto de vista, se o rico não tiver seu expectador ele se tornará um frustrado permanente.

Para Smith, a verdadeira felicidade mora mais na imaginação das pessoas e na obtenção de uma certa tranqüilidade de espírito do que na satisfação ilusória da vaidade associada a níveis maiores de renda e consumo.

Esta é uma das afirmações do livro. Elas são variadas, esquentam o debate entre os personagens, fazem nossa cabeça refletir sobre o mundo que construímos, sobre a vida que construímos, sobre os desejos que achamos que podem nos levar a um tipo de satisfação perfeita. Não resolvem muito, não nos induzem a seguir uma trilha, mas produz a tensão essencial que precisamos para não nos deixar enganar por fáceis soluções.

Infelizmente a pesquisa sobre o tema a partir das tensões que a literatura e as artes em geral trazem não é feita, ficando essa dívida do autor para com seus leitores. Quem sabe num próximo volume o assunto não poderia ser discutido à luz da poesia, do romance, das temáticas musicais e operísticas?

De qualquer forma, vale a pena entrar em contato com o vasto universo de idéias sobre a felicidade, agrupadas de forma inteligente pelo livro de Giannetti.

Quando o assunto é felicidade, lembro-me sempre de uma frase do psicanalista Wilhelm Reich (aquele que afirmava que a função do orgasmo é produzir alegria, saúde psíquica e um contato com a energia cósmica). Ele dizia que viver na plenitude é abandonar-se plenamente ao que se faz, pouco importa que se estude, se ame, se dirija um carro, se faça um passeio ou plante um jardim. O que importa é o mergulho total no que se faz, mergulho apaixonado e, até, pode-se dizer, inconsciente.

Dessa forma, a felicidade existe somente e principalmente para aqueles que não sabem que são felizes. A máxima de Fernando Pessoa se aplica aqui: para ser feliz é preciso não saber-se feliz.

Vou terminar este texto com um poema do escrito Heinrich Heine, já que o autor nos deixou em falta nessa área. Trata-se de um poema que dá o que falar, intitulado FELICIDADE. Vamos a ele:

FELICIDADE

Oh, que dama fácil, a felicidade!
Mal se acostuma num lugar, ela já sai...
Afaga teu cabelo, cheia de vaidade,
beija-te às pressas, bate as asas e se vai.
Dona infelicidade, ao contrário,
te prende ao coração a ferro e corda.
Para ir embora, diz não ter horário,
senta-se contigo à cama e borda.

Para ir além

Disponível no site http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=924

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

LIVRO - lançamento - DAS ANTIGAS


Diretamente, sem cortes, do Antena Paranóica

O Livro
as coisas 'das antigas'
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Ontem conversei com o Demitri Túlio sobre o lançamento do livro "Das Antigas", cujo lançamento vai ser nesta quinta, na sala de Convivência da reitoria da UFC. São as crônicas da coluna que o jornalista tem aos sábados no O Povo.

Eu até ganhei um exemplar durante a conversa que tive com o autor no "Rádio Serviço" da AM DO POVO-CBN. E aí, a Maísa pediu-me emprestado para pautar no seu programa e dar dica no seu blog. Foi de lá que eu tirei a ilustração da capa. Tem apresentação de Adísia Sá e Eleuda de Carvalho. Não li ainda, mas já gostei.
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post de NONATO ALBUQUERQUE Blog Antena Paranóica
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terça-feira, 2 de outubro de 2007

As superfícies intactas


Por Carlos Roberto Vasconcelos

Hoje, depois de longos anos, revisito o Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará.
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Fico por ali, relembrando o tempo em que cursei Letras. Lentamente vou espiando pelos combogós das janelas: outros mestres, outros discípulos sob a mesmíssima arcádia. Fito lá de cima o pátio e, de memória, avisto minha geração, irrequieta, a circular pelos meandros do conhecimento e da dispersão própria da tenra idade.

Como não poderia deixar de ser, vou à biblioteca. O acervo continua em frangalhos como há dez anos. O governo não compra livros, é o que me parece. Mas a viagem não se perde de todo. Visitando a estante do Ceará, deparo-me com uma obra que só conhecia de ouvir falar. Por ser raríssima, nunca tive a oportunidade de folheá-la, mesmo sendo eu um incorrigível comprador e leitor de livros cearenses. Refiro-me a Finalidade do Mundo, do nosso Raimundo de Farias Brito, o primeiro e maior filósofo brasileiro (na opinião abalizada do professor Genuino Sales). Que felicidade folhear aquele livro pela primeira vez. Em verdade, é uma trilogia, acenando para um hipotético leitor. Às vezes desconfio de que os livros é que encontram os leitores.

De imediato, veio a decepção. Os cartões de autógrafo, datados de 2004, onde se registram manualmente os empréstimos (acredite, a biblioteca de Letras e Filosofia da UECE ainda não é informatizada), os cartões estão intactos, uma brancura impecável. Nenhum empréstimo. Em todos aqueles anos, ninguém quis saber de Farias Brito. Pus-me a refletir. Se numa faculdade de Letras e Filosofia ninguém se importa com livros, então para que livros? Olhei todo aquele velho acervo e angustiei-me. Serão cada vez mais inúteis os livros para as novas gerações?

Olhando mais atentamente, descubro outros exemplares do Finalidade do Mundo. Estes, mais surrados. Torno a olhar o cartão de autógrafos, já na expectativa de vê-los sem um carimbo, branquinhos como os outros (para um livro, não há destino mais trágico do que as superfícies intactas, sem uma digital, uma mancha de suor das mãos). Já pensava em indignar-me, desabafar meu constrangimento, decantar a ignorância dos outros e a apatia nacional pelos livros. Pronto, havia encontrado o assunto para uma crônica... Qual nada! O cartão de autógrafos arrolava inúmeras assinaturas de diferentes leitores. Pelo menos uma dúzia de estudantes havia lido a obra-prima do filósofo, se não toda, pelo menos trechos dela.

Os livros antes de tudo precisam ser abertos, folheados, e acabam nos fisgando. Nada mais inadmissível para um livro do que a indiferença. Eu disse uma dúzia de leitores? Não, não é muito, mas nem tudo estava perdido. Respirei aliviado. Um ufa, dois ufas aos deuses do Olimpo. Aprumei o passo, ergui o queixo e saí recompensado. Agora eu também já sabia onde encontrar o velho filósofo.


Carlos Roberto Vasconcelos
24/set/07

domingo, 30 de setembro de 2007

Ler por prazer


Diário do Nordeste - 30.09.2007
João Soares Neto

É bom que você goste de ler. Não são muitas as pessoas que compram jornais e revistas. Entre os que compram, há os que se interessam apenas por colunas sociais, política, esportes, diversões, polícia etc. Raro é o que lê de ponta-a-ponta. Livro então... Se você chegou até aqui, há indícios de que gosta de ler.

O problema das pessoas que não gostam de ler é que possam ter sido mal orientadas na alfabetização e primeiros anos escolares. Rousseau já dizia que ´a criança não deseja aperfeiçoar-se no instrumento com o qual é atormentada´. Isso vale tanto para Matemática como Português. Ler mais.
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LIVROS - Os mais vendidos

01 - SETEMBRO 2007

1. Cidade do Sol KhaIed Hosseini Nova Fronteira 39,90
2. A Menina que Roubava Livros Markus Zusak Intrínseca 39,90
3. O Caçador de Pipas Khaled Hosseini Nova Fronteira 39,90
4. O Guardião de Memórias Kim Edwards Sextante 39,90
5. A Montanha e o Rio Da Chen Nova Fronteira 49,90
6. A Sombra do Vento Carlos Ruiz Zafón Suma de Letras 39,90
7. Anjos e Demônios Dan Brown Sextante 19,90
8. Na Praia Ian McEwan Cia. das Letras 33,00
9. O Futuro da Humanidade - Marco Pólo Augusto Cury Sextante 24,90
10. Memória de Minhas Putas Tristes Gabriel García Márquez Record 26,00

NÃO-FICÇÃO

1. Deus, um Delírio Richard Dawkins Cia. das Letras 54,00
2. Marley & Eu John Grogan Prestígio 29,90
3. Sobre o Islã Ali Kamel Nova Fronteira 34,90
4. O Carrasco do Amor Irvin D. Yalom Ediouro 34,90
5. Código da Vida Saulo Ramos Planeta 44,90
6. As Cem Melhores Crônicas Brasileiras Vários autores Objetiva 48,90
7. O Príncipe Maldito Mary del Priore Objetiva 36,90
8. D. Pedro II José Murilo de Carvalho Cia. das Letras 37,00
9. O Mundo é Plano Thomas Friedman Objetiva 59,90
10. Muito Longe de Casa Ishmael Beah Ediouro 34,90

RECOMENDA

Igor Miranda

"O Futuro da Humanidade"
Augusto Cury
254 páginas
R$ 24,90
SEXTANTE

Marlen Danúsia

"O Caçador de Pipas"
Khaled Hosseini
368 páginas
R$ 39,90
NOVA FRONTEIRA
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Fonte: jornal Diário do Nordeste / 30/09/2007

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Velho que casa com moça

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Velho que casa com moça,
analfabeto quer ser...
- Este, quando compra livro
é sempre para outro ler!

Oliveira Mafra

sábado, 22 de setembro de 2007

LIVRO - O Mundo Fora de Esquadro

RECEBI & AGRADEÇO
Oi, Airton! Estou acabando de ler o livro. Simplesmente E-X-C-E-L-E-N-T-E!! Me fez pensar, me fez rir. Rsrsrsrs. A crônica sobre o ônibus e aquela que vc descreve os farofeiros foram as mais engraçadas. Mas o texto da minha paixão vc já sabe: Pa...lavras Preciosas. Ele é pequeno e tem tanto conteúdo que mesmo lendo três vezes ainda me remetia a novas associações e reflexões. Deus te abençôe.


Elane (Nane) de Freitas é psicóloga.


Nane faz referência à leitura do meu livro
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O Mundo Fora de Esquadro.
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`Mousei´ aqui e leia o artigo ...LAVRAS preciosas.

sábado, 15 de setembro de 2007

Leitura prazerosa

"O que é escrito sem esforço em geral é lido sem prazer"

(foto) Samuel Johnson (1709 - 1784) foi um escritor e lexicógrafo inglês.
É o autor de uma famosa frase:
"O patriotismo é o último refúgio de um canalha". (+) mais.

Airton Soares

A frase acima me transporta ao mestre do Realismo francês, Gustave Flaubert, que tanto influenciou Machado de Assis. Obra mais famosa: Madame Bovary, considerada obra execrável sob o ponto de vista moral. Deu processo! Essa obra fala da traição feminina no casamento.

Mas, juntemos as pontas. A frase do escritor inglês e Flaubert. Sua produção literária é um tiquinho de nada, pois era acometido de uma doentia perfeição.

Cada uma das suas obras era resultado de uma elaboração longa de anos. Conta-se que um crítico afirmara que ele “era pouco dotado para escrever.” Essa crítica não vingou. A história fixou o nome de Flaubert e esqueceu por completo o exigente crítico. Já pensou, se Flaubert tivesse nascido na era dos chips? Morreria de fome ou com fama? A lógica diz que ele seria menos esforçado. A lógica!
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P.S. Inverti as bolas. Dei mais ênfase em Flaubert. Essas coisas acontecem e pra não ficar um post muito "carregado" decidi não postar sua foto, mas, se o leitor tiver interesse, é só clicar aqui.
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Fonte de consulta: Wikipédia

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A frase de Rousseau


Jean-Jacques Rousseau (28 de Junho de 1712, Genebra - 2 de Julho de 1778, Ermenonville, perto de Paris) foi um filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês, Rousseau é também um precursor do romantismo.

Airton Soares
Manhãzinha. Primeira tarefa ao acessar a internet. Responder os comentários das postagens do dia anterior. Hoje foi diferente. Detive-me em matutar acerca da frase do filósofo Jacques Rousseau: "Odeio os livros; ensinam apenas a falar daquilo que não se sabe.”
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O que o pensador suíço quis dizer com isso? Em que contexto foi dita essa frase?
Não sei. Peço ajuda aos “universitários.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

LIVRO: O Mundo Fora de Esquadro - apresentação


Prof. Ednardo Gadelha

Às vezes, é preciso inverter a rota dos ponteiros do relógio para buscar compreender quem somos e que vem a ser o mundo que nós mesmos construímos, a partir do verbo proferido e de crenças elaboradas.

Então, desconfia-se de que o mundo seja tão redondo, ou uma bola em trajetória invariável.

Cerca de vinte anos, conheci na faculdade de Letras um executivo de banco que contabilizava “fiapos de conversa” e algumas coisas que “lia por aí”.

Entretanto, o relógio comandava sua vida. Agora, tempos mais tarde, reencontro esse amigo, feliz. Ele guadara como a um tesouro os fiapos de conversa – dos quais fez, com razão, a razão de sua vida. Despendindo-se do banco, passou a dar palestras usando um relógio sem ponteiros e vestimenta de pallhaço.


Este é Airton Soares(AS), que vem partilhar conosco algumas das observações e relatos sobre esse “Mundo fora de esquadro”, construído de fiapos de conversas e episódios da nossa trajetória cotidiana, com infinitas posssibilidaes de realização.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Sem ver-nem-pra-quê



Por Airton Soares

Acontece. Com mais ou menos freqüência, mas acontece. Tomemos como exemplo os livros. Para organizá-los, agendamos na categoria de alta prioridade e quanto maior a prioridade maior a postergação. De repente "sem ver-nem-pra quê" um cutucão inconsciente nos faz passar horas e horas organizando o que planejamos há meses.

E tem mais: quase sempre em momentos esdrúxulos. Quando desejamos concretizar algo, todo dia é dia, toda hora é hora... Não é nossa intenção analisar se este comportamento é certo ou errado, mas que é um fato é. E quanta satisfação ao concluir a tarefa! Tudo volta a fluir frouxamente como folha seca no ar...

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