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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MEDICINA

Recebi e Agradeço

Poesia enviado por João G
omes [copave]

Por Olavo Martins dos Guimarães Bilac

Rita Rosa, camponesa,
Tendo no dedo um tumor,
Foi consultar com tristeza
Padre Jacinto Prior.

O Padre, com gravidade
De um verdadeiro doutor,
Diz: "A sua enfermidade
Tem um remédio: o calor...

Traga o dedo sempre quente...
Sempre com muito calor...
E há-de ver que, finalmente,
Rebentará o tumor!"

Passa um dia. Volta a Rita,
Bela e cheia de rubor...
E, na alegria que a agita,
Cai aos pés do confessor:

"Meu padre! estou tão contente!...
Que grande coisa o calor!
Pus o dedo em lugar quente...
E rebentou o tumor..."

E o padre: "É feliz, menina!
Eu também tenho um tumor...
Tão grande, que me alucina,
Que me alucina de dor...

"Ó padre! mostre o dedo,
(Diz a Rita) por favor!
Mostre! porque há-de ter medo
De lhe aplicar o calor?

Deixe ver! eu sou tão quente!....
Que dedo grande! que horror!
Ai! padre... vá... lentamente...
Vá gozando... do calor...

Parabéns... padre Jacinto!
Eu... logo... vi... que o calor...
Parabéns, padre... Já sinto
Que rebentou o tumor..."
.
.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Eita, chuvinha gostosa

Cantando na chuva
Airton Soares

Enquanto chove chupo manga em mangas de camisa, sentado na varanda do meu monastério, no bonito e sossegado Centro de Fortaleza, sem me preocupar com os curiosos que passam, no outro lado da calçada, de pescoço erguido, olhando meu feliz e descontraído gesto.

Parecem que mangam de mim. Ora, eu é que mango deles. Quanta pressa! Sei, vão pro trabalho. Na verdade, mango de mim também ao lembrar do tempo em que, todos os dias, era sempre igual: acordar cedo / pegar ônibus lotado / bater ponto / Ah, só em pensar fico tonto.

Eita chuvinha gostosa.

Vale uma poesia. Se gostar ou se não gostar, diga alguma coisa leitor. Quem tá na chuva é pra se molhar. Quem se mete a escrever está sujeito a `tapas & beijos´. Chega de conversa.

Eita chuvinha gostosa!

Xô calor!

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Hoje de manhãzinha, bem `cedin´

Choveu.
Xô calor que
chocalha a
paciência.

E a ciência?
chuvida de
idéias
provida de
panacéias.

Chover não faz?
Faz. Mas não dá
pro pasto
pro gasto

É. Ainda por cima
xingamos
na maior
na música
na rima:

"Por favor chuva ruim
não molhe mais o meu amor assim..."

Assim, malhando
São Pedro, o Manda - Chuva,
não manda chuva.