domingo, 15 de agosto de 2010

Memória - postagens deiversas

domingo, 14 de março de 2010

Metodo de Harry Lorayne - Baralhos

Muitos dos grandes atletas de memória são mágicos. Houdini em suas apresentações costumava pedir para sua platéia levar objetos para serem utilizados em um número muito interessante. As pessoas colocavam todos os objetos sobre uma mesa. Após todos os objetos estarem sobre a mesa, Houdini cobria a mesa com um pano e dizia a localização exata de todos os objetos. Provavelmente o grande mágico criou vínculos mentais entre as diversas partes da mesa e os objetos.

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Será que existem pessoas com memória fraca?

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“Eu tenho péssima memória”. Provavelmente, você já ouviu essa frase milhares de vezes. Aliás, grandes são as chances de que você já tenha dito essa frase várias vezes. Ao reclamarem da própria memória, as pessoas cometem dois erros: Leia Mais…

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Como melhorar sua memória permanentemente

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Você provavelmente já ouviu algum comentário preconceituoso acerca de cursos de memorização.

“Prefiro entender a memorizar”
“Oras, de que me adianta memorizar listas de objetos ou longas sequências de dígitos? Quero é memorizar leis e conceitos!”
“O curso era pura enganação! Não ensinaram como ler e memorizar tudo o que leio”.
“Cursos de memorização ensinam apenas truques que não possuem qualquer aplicabilidade prática”.

Esses comentários se originam de certo desconhecimento acerca da memória e de seu funcionamento. Veja a seguir como a memória funciona e os principais mitos envolvendo a memorização.
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Memorização de números - parte 2

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Para entender essa segunda parte, é preciso que você tenha lido a primeira parte. Agora que você compreendeu a substituição de números por letras, poderemos criar substitutos para os números baseados no alfabeto. Assim, se você quiser criar um substituto para o número 1, você deve escolher uma palavra que tenha somente uma consoante: T ou D. Seguindo o mesmo raciocínio, se quisermos uma palavra que substitua o número 43, teremos que criar uma palavra com dois sons consonantais: R e M respectivamente. Leia Mais…

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Memorização de números - parte 1

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Todos já passamos por alguma situação desagradável por esquecermos algum número importante: a senha do banco, o número do CPF, o telefone de um amigo ou até mesmo o CEP de nossa própria residência. Junte algumas letras adequadamente e você terá poesias, cartas de amor ou até mesmo um relatório bancário. Junte alguns números e você continuará a ter apenas números (e dor de cabeça). Hoje, abordaremos uma poderosa maneira de se criar imagens mentais com os números.

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Método das jornadas

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O método que vamos aprender a seguir é a base de todo meu sistema de memória. O método das jornadas se baseia na inserção de informações em jornadas que você conhece bem. Essas jornadas podem ser o caminho que você percorre diariamente para o trabalho pela manhã, a estrada que você usa para chegar até seu sítio, o percurso das suas caminhadas diárias ou até mesmo a rota que você faz na sua casa para sair da sua cama até o portão do seu prédio.
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Método John Place para memorizar textos

Amigos, favor comentar as postagens - essa é a única maneira que tenho para avaliar meu trabalho e receber críticas e sugestões de outros temas a serem debatidos.

Como estou dando um curso no RJ, decidi postar novamente um antigo artigo meu. Espero que gostem.

Em abril de 2007, escrevi um texto sobre o fenômeno da reminiscência. Na época, esse texto surgiu como uma resposta a uma pergunta frequente em meus cursos de memorização: "as técnicas de memória dispensam a memorização pela repetição?". É óbvio que não! A repetição é essencial durante qualquer processo de memorização, ainda que você seja um mentatleta.

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Memorização de nomes e rostos - PARTE II

Já conheço alguém com esse nome

Apesar de não ser uma técnica de fácil aplicação nos campeonatos de memória, é bastante útil em nosso dia-a-dia (aliás, muitos de nós já a utilizamos diariamente). Observe uma coisa: já reparou como dificilmente nos esquecemos do nome de pessoas que possuem o mesmo nome de pessoas muito próximas a nós? Por exemplo, suponha que você acaba de ser apresentado a alguém que possui o mesmo nome de sua mãe. Provavelmente, esse fato lhe chamará a atenção (você talvez até comente sobre isso em voz alta) e fará você recordar do nome dessa pessoa posteriormente.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Memorização de nomes e rostos - PARTE I

TÉCNICA BÁSICA

Muitas pessoas dizem esquecer facilmente os nomes das pessoas. Quantas vezes você já passou pelo constrangimento de estar conversando com uma pessoa que você convive diariamente e se esqueceu de seu nome? Em minhas palestras e seminários sobre memorização, frequentemente escuto a seguinte frase: “Comigo acontece algo engraçado: eu geralmente me lembro com clareza do rosto da pessoa. No entanto, o nome dificilmente vem à minha mente.” Isso acontece por alguns motivos:

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Memorização do Calendário

Transforme seu cérebro em um calendário ambulante

Existem dois objetos que nunca estão ao nosso alcance quando realmente precisamos: guarda-chuva e calendário. Incrível quantos compromissos importantes nós adiamos por não termos em nossas mãos um calendário. Aprender o calendário do ano atual, do ano passado e do próximo ano é uma tarefa bem simples. Duvida? Continue lendo e ao final do capítulo, com pouco esforço, você será capaz de dizer o dia da semana de qualquer data desse ano.

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sexta-feira, 9 de maio de 2008

O método de John Place para memorizar textos

Em abril de 2007, escrevi um texto sobre o fenômeno da reminiscência. Na época, esse texto surgiu como uma resposta a uma pergunta frequente em meus cursos de memorização: "as técnicas de memória dispensam a memorização pela repetição?". É óbvio que não! A repetição é essencial durante qualquer processo de memorização, ainda que você seja um mentatleta.

  1. Inicialmente, use um lápis ou processador de texto para anotar, em frases completas, qualquer fato que você julga que possa aparecer em sua prova.
  2. Leve suas anotações para uma sala silenciosa, feche a porta e elimine todas as distrações.
  3. Leia a primeira frase em voz alta. Em seguida, feche seus olhos e repita a frase sem olhar no papel.
  4. Repita o passo acima, agora lendo as 2 primeiras frases.
  5. Agora, repita o processo utilizando cada vez uma frase a mais. Repita as frases até que você seja capaz de repetí-las sem o uso do papel.

Após essa sessão de memorização, John recomenda que seus alunos tirem um pequeno cochilo. Segundo o autor, nesse momento, as memórias estão muito vulneráveis e precisam ainda de tempo para se consolidar. Após o cochilo, o professor recomenda que seus alunos repitam mais uma vez todo os 5 passos anteriores, para obter o máximo de retenção.

John se tornou tão bom em sua técnica que passou a ser capaz de aprender a matéria de qualquer prova (por mais difícil que fosse) em apenas 6 horas. Pode parecer muito tempo, mas não é, visto que o professor precisava de no máximo 6 horas para se preparar para qualquer prova, ainda que ele não tivesse nem ao menos aberto o livro durante todo o semestre.

John finaliza explicando que, no que tange técnicas de memória, é importante que você descubra alguma estratégia mnemônica que funcione para você, seja ela qual for. Quando se trata de técnicas de memória, não existem técnicas boas ou ruins: se funciona para você, ela é a técnica correta.

Aliás, John realmente foi o primeiro aluno a conseguir 100% de aproveitamento na prova do professor citado acima.

John está corretíssimo em sua abordagem. Ainda que eu prefira utilizar algum sistema mnemonico complexo para a memorização de textos a utilizar a força bruta (qualquer processo de memorização que não utiliza palavras-chave ou imagens), sua abordagem realmente funciona, visto que ela não apenas respeita o fenômeno da reminiscência, mas também respeita a sinestesia, intercalando os sentidos visuais e auditivos para a criação de códigos de memória mais eficientes.

Gostou desse artigo? Visite já o site http://www.supermemoria.com.br para fazer download de muitos outros artigos e programa para tornar sua memória tão boa quanto a minha!

Fonte: http://johnplaceonline.com/

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

TESTE SUA MEMÓRIA

Para cada item, escolha um número de 1 a 9 que mais se aproxime da freqüência com que você se deparou com a situação escrita. Ao final, some seus pontos e compare com a média no fim do teste. Quanto menos pontos fizer, melhor estará sua memória.


(1) Nenhuma vez nos últimos 6 meses.
(2) Mais ou menos uma vez nos últimos 6 meses.
(3) Mais do que uma vez nos últimos 6 meses, mas menos do que uma vez por mês.
(4) Mais ou menos uma vez por mês.
(5) Mais do que uma vez por mês, mas menos do que uma vez por semana.
(6) Mais ou menos uma vez por semana.
(7) Mais do que uma vez por semana, mas menos o que uma vez por dia.
(8) Mais ou menos uma vez por dia.
(9) Mais do que uma vez por dia.

1-____ Esquecer onde colocou um objeto. Perder objetos pela casa.
2-____ Não reconhecer lugares nos quais outras pessoas dizem que você já esteve várias vezes antes.
3-____ Achar um programa de televisão difícil de acompanhar.
4-____ Não se lembrar de uma mudança na rotina diária, tal como uma mudança de lugar em que um objeto era guardado, ou uma mudança da hora em que algo acontece. Seguir sua rotina anterior por engano.
5-____ Ter de voltar para checar se você fez ou não algo que pretendia fazer.
6-____ Esquecer quando algo aconteceu (se algo aconteceu ontem ou na semana passada).
7-____ Esquecer completamente de levar as coisas com você ou deixar coisas para trás e ter que voltar para buscá-las.
8-____ Esquecer que lhe contaram algo ontem ou alguns dias antes e, talvez, ter de ser relembrado sobre isso.
9-____ Começar a ler algo (um livro ou um artigo de jornal ou revista) sem perceber que você já havia lido isso.
10-____ Deixar-se divagar ao falar sobre coisas irrelevantes ou pouco importantes.
11-____ Não reconhecer parentes próximos ou amigos que você encontra freqüentemente.
12-____ Ter dificuldade para aprender alguma habilidade nova. Por exemplo, brincar com um jogo novo ou manipular um aparelho depois de ter praticado uma ou duas vezes.
13-____ Achar que uma palavra está “na ponta da língua” . Você sabe o que é, mas não consegue se encontrá-la.
14-____ Esquecer completamente de fazer coisas que você disse que faria e coisas que você planejou fazer.
15-____ Esquecer detalhes importantes sobre o que você fez ou sobre o que aconteceu com você no dia anterior.
16-____ Ao conversar com alguém, esquecer o que acabou de dizer. Talvez dizer: “Sobre o que eu estava falando mesmo?”
17-____ Ao ler um jornal ou revista, não conseguir acompanhar o fio da meada, perder a linha do assunto.
18-____ Esquecer de contar algo importante para alguém. Como passar um recado ou relembrar algo para uma pessoa.
19-____ Esquecer detalhes importantes sobre si mesmo, por exemplo, seu aniversário ou onde mora.
20-____ Confundir ou misturar os detalhes de algo contado por outra pessoa para você.
21-____ Contar uma história ou piada para alguém que você já contou antes.
22-____ Esquecer de detalhes coisas que você faz regularmente, em casa ou no trabalho. Por exemplo, esquecer de detalhes do que tem de fazer ou em que hora fazer.
23-____ Achar que o rosto de uma pessoa famosa, vista na televisão ou em fotografias, parece familiar.
24-____ Esquecer onde os objetos são normalmente guardados ou procurar por eles nos lugares errados.
25-____ (a) Perder-se ou virar na direção errada num trajeto, caminhada ou edifício que você já esteve freqüentemente antes. (b) Perder-se ou virar na direção errada num trajeto, caminhada ou edifício que você tenha ido uma dou duas vezes antes.
26-____ Fazer algo de sua rotina duas vezes por engano. Por exemplo, colocar dois saquinhos de chá no bule ou escovar/pentear o cabelo quando você acabou de fazê-lo.
27-____ Repetir para alguém o que você acabou de lhe contar ou fazer-lhe a mesma pergunta duas vezes.


Resposta: Se você fez mais do que 58 pontos, você precisa de uma avaliação mais detalhada. Procure um especialista (psicólogo, psiquiatra ou neurologista).

Fonte: Adaptado de “Everyday memory questionnaire” (questionário de memória do dia-a-dia), do livro Human Memory, Theory and Pratice (Memória Humana, Teoria e Pratica), de Alan Baddeley. Esse questionário foi elaborado por pesquisadores ingleses. Fatores culturais podem dificultar o uso em outras populações.

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sábado, 14 de julho de 2007

Informática para concursos

Há alguns anos me deparei com uma prova de informática para o concurso da Caixa Econômica Federal. Apesar de trabalhar com informática há alguns anos, eu não era capaz de resolver todas as questões. O motivo? A prova não cobrava desenvoltura com o computador, e sim a decoreba de diversas coisas inúteis, como as teclas de atalho para saltar parágrafos no word.

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segunda-feira, 4 de junho de 2007

Viva Mais

Segue abaixo a reportagem veiculada na revista Viva Mais, da editora Abril. Espero que gostem!


Já pensou em decorar tudo o que precisa? Um brasileiro de 27 anos, campeão em provas de memória,ensina segredos para você conseguira façanha num piscar de olhos


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terça-feira, 29 de maio de 2007

Correio da Paraíba

Amigos, segue abaixo a reportagem veiculada no jornal "Correio da Paraíba", no último domingo.

Melhor memória da América Latina dá dicas para vestibulandos

O mineiro Alberto dell’Isolla é a melhor memória da América Latina e vai representar o Brasil no Mundial de Memória, no Bahrein, de 31 de agosto a 2 de setembro. “No entanto, ainda dependo de patrocínio para poder ir”, destaca o mentatleta.

Ele garante que “malhar” a memória dá mais qualidade de vida. “Não preciso verificar minha agenda para saber compromissos ou telefones. Me lembro do nome das pessoas a quem sou apresentado e sou capaz de me preparar para qualquer prova de forma muito mais rápida”, diz. E recomenda: “Todas as técnicas de memória consistem em criar associações envolvendo o que se deseja memorizar”.

Uma técnica para cada caso

Alberto Dell’Isolla escreveu um livro com todas as técnicas criadas por ele. “Há técnicas específicas para o aprendizado de idiomas, fórmulas matemáticas ou qualquer outra coisa que os alunos precisem memorizar”.

O mentatleta brinca e diz que mesmo criando “concorrência” o livro ensina até mesmo as técnicas usadas no campeonato mundial de memória. “O livro foi lançado de maneira independente e é vendido apenas no meu site, http://wwwe.supermemoria.com.br”, disse Dell’Isolla.

SISTEMA MAIS EFICIENTE PARA CONCURSOS

Alberto Dell’Isolla destaca que memorizar e decorar não são a mesma coisa. “É impossível memorizar algo que você não tenha entendido. A decoreba é o uso das técnicas de memória como muletas para o aprendizado e não como ferramentas para o estudo”.

Há técnicas para o aprendizado de idiomas e matérias de vestibular e concursos, conforme o mentatleta, desde que o aluno tenha um bom sistema de estudos. “O sistema mais eficiente é o SQ3R. O nome é uma abreviação das cinco etapas da estratégia: Skim, Question, Read, Recite e Review”.

1. Skim (1 minuto): Antes de começar a ler, dê uma olhada por todo o capítulo. Dê uma olhada nos resumos (abstract) esquemas e conceitos a serem estudados. Analise rapidamente a relação de hierarquia entre cada tópico. Essa leitura prévia (muito ensinada em cursos de leitura dinâmica) é muito útil como preparação para o aprendizado.

2. Questões (menos de 1 minuto): Questione-se sobre a importância do capítulo. O que devo aprender ao ler esse capítulo? Do que ele se trata? Repita essa etapa sempre que for iniciar uma nova seção ou capítulo.

3. Read - leitura : Leia o capítulo inteiro de uma vez. Evite particionar o assunto a ser lido, pois você pode perder a idéia de conjunto (efeito ponta da língua). É importante que essa leitura seja feita com bastante atenção. Desse modo, evite um ambiente muito barulhento ou inadequado para o estudo.

4. Recitar/escrever: Anote pequenas palavras-chave (ou um mapa mental) que lhe façam lembrar de todo o texto e conte com suas próprias palavras o texto lido. É importante anotar suas visões sobre o texto (resumo pessoal) em vez de simplesmente copiar as frases do livro. Desse modo, consegue-se uma maior articulação sobre o texto lido. Uma outra estratégia interessante é a criação de novas perguntas e suas respectivas respostas sobre o assunto, como se você fosse o professor e o aluno ao mesmo tempo. Esse é o momento para fazer todos os exercícios que seu livro ou apostila contém sobre o assunto.

5. Revisão (menos de 5 minutos): É a hora de colocar seus estudos a prova. Tente falar sobre o assunto estudado sem utilizar qualquer material. Ainda está com algum a dúvida? Refaça os passos 2 a 4 novamente.

sábado, 19 de maio de 2007

A observação


A observação está por trás de qualquer código eficiente de memória. Infelizmente o ser humano não é observador por natureza. A prova disso é uma brincadeira proposta por Harry Lorayne em um de seus livros: Você possui um relógio de pulso analógico? Caso positivo, cubra-o e responda: O número 6 de seu relógio está escrito com algarismos arábicos ou romanos?

Descubra seu relógio e veja se você acertou. Caso você tenha errado, não se preocupe. Em todas minhas palestras pelo Brasil pouquíssimas são as pessoas que correspondem com convicção e de maneira correta (engraçado que muitos dizem com convicção a resposta errada). Agora que você sabe como é escrito o número 6 em seu relógio, cubra-o novamente. Que horas são nesse exato momento? Mais uma vez sua falta de observação provavelmente lhe enganou.

Criar o hábito de observarmos mais as coisas ao nosso redor irá tornar nossa memória bem melhor.

Testes de observação

1) Faça os cálculos a seguir rapidamente e utilizando apenas a cabeça. Seja honesto! Nada de usar lápis e papel ou calculadora.

Você tem 1000, acrescenta-lhe 40. Acrescenta mais 1000. Acrescenta mais 30 e novamente 1000. Acrescenta 20. Acrescenta 1000 e ainda 10. Qual é o total?

(veja abaixo a resposta)


















A resposta certa e 4100 !!!!

Se suas contas deram 5000 é por que sua atenção e observação falharam. O erro acontece devido por alternarmos somas de dezenas e milhares.


2)
Rápido e impressionante: conte, quantas letras "F" tem no texto abaixo sem usar o mouse:



FINISHED FILES ARE THE RESULT OF YEARS OF
SCIENTIFIC STUDY COMBINED WITH THE EXPERIENCE OF YEARS




Contou?


Somente leia abaixo após ter contado os "F".

OK?

Quantos??? 3??? Talvez 4???



Errado, são 6 (seis) - não é piada! Volte para cima e leia mais uma vez!

Um bom final de semana para todos!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Flash cards

Boa noite a todos! Anteriormente, postei sobre o fenômeno da reminiscência, onde explico por que é importante que façamos repetições espaçadas para o aprendizado. No entanto, recebi alguns e-mails questionando qual a melhor forma de fazer esse estudo espacejado. Apesar de existirem muitas formas de se utilizar a reminiscência para estudar, decidi escolher os flash cards como a primeira técnica a utilizar o descanso após cada repetição para os estudos.


Flash Cards

Flash card é um pedaço de papel (geralmente cartolina), utilizado como ferramenta para o aprendizado. O tamanho de cada flashcard é variável. Recomendo que o tamanho seja compatível com o tamanho de sua carteira ou bolso da calça.

Em cada cartão você escreve alguma pequena informação que você deseja aprender: leis, fórmulas ou até mesmo tabuada. Você deve guardar todos esses pequenos cartões em um local de fácil acesso (geralmente a carteira), para que você possa verificá-los durante todo o dia.

Os flashcards funcionam por dois grandes motivos:

a) Respeitam o fenômeno da reminiscência
b) Utiliza melhor seu tempo livre, visto que você pode dar uma pequena olhada em cada um deles no ponto de ônibus, sala de espera do dentista ou até mesmo no trabalho (se você não for piloto de avião, claro).

Os flashcards foram introduzidos na aprendizagem por um cientista alemão chamado Sebastian Leitner, nos anos 70. Essa é a forma como seu método funcionava: cada cartão continha uma pergunta de um lado e no verso a resposta. Ao ler a pergunta, o estudante verificava se sabia a resposta. Caso afirmativo, o cartão era movido para o bloco de cartões já estudados. Caso o estudante desconhecesse a resposta, o cartão era movido pro bloco de cartões a serem revistos posteriormente.

Espero que os ajudem! Qualquer dúvida, favor comentar logo abaixo, no espaço adequado, para que todos possam ler a resposta.

Abraços!

Alberto Dell'Isola

A Super-memória de Pedro de Ravena




Nos séculos passados o cultivo de uma boa memória era algo socialmente indispensável. Isso levou o homem à produção de diversos tratados sobre diferentes metodologias que visavam descrever e aperfeiçoar a memória humana. Dentre estas metodologias utilizadas para aperfeiçoar a memória, existiam técnicas tidas como naturais e artificiais; e dentre as artificiais existiam duas destas técnicas, ou metodologias, que eram as mais conhecidas: a utilização de determinadas drogas, e a arte da memória.


A utilização de determinadas drogas para ampliação da memória sempre foi muito criticada. O filósofo Raimundo Lúlio, por exemplo, que foi um dos grandes teóricos a falar sobre a memória, dizia que achava extremamente perigoso esta utilização de drogas para estimulo da memória, pois isto insultava o corpo humano, era capaz de secar o cérebro, capaz de levar a pessoa à loucura, e que também desagradava a Deus.


A outra forma artificial de se aperfeiçoar a memória era conhecida como ars memoriae - a arte da memória. A invenção da Arte da memória é atribuída aos gregos. No entanto, supõe-se que deva ter existido algo semelhante também no Egito, na China e na Índia. No mundo ocidental esta arte possuiu uma enorme repercussão na era medieval, vindo a quase desaparecer na renascença.


Pedro de Ravena foi outro dos grandes teóricos que discutiu e aprofundou os conceitos desta arte da memória. E é sobre a vida deste célebre autor que pretendemos tratar no transcorrer deste artigo.


PEDRO DE RAVENA E A ARTE DA MEMÓRIA

Pedro com apenas 20 anos, havia demonstrado frente a seu mestre de jurisprudência da universidade de Pávia, Alessandro Tartagni, ser capaz de recitar de memória totum codicem iuris civilis (o código civil completo), texto e até mesmo o número das páginas, e de repetir palavra por palavra as próprias lições de Alessandro. Anos mais tarde, em Pádua, havia impressionado o colégio de canônicos regulares ao recitar de memória algumas prédicas que havia escutado uma única vez. Assim foi que Pedro de Ravena iniciou sua notável carreira, vindo a tornar-se um dos mais conhecidos memoriões da história.

Pedro de Ravena foi professor de direito em Bolonha, Ferrara, Pávia, Pístola e Pádua. Ele contribuiu sem dúvida alguma a difundir o interesse pela ars memorativa em toda a Itália. A notoriedade deste personagem terá notáveis conseqüências. Em 1941 ele publica pela primeira vez o seu tratado de memória artificial: Phoenix seu artificiosa memória, obra que terá grandessíssima ressonância, e que influenciará nas obras de futuros grandes autores, como por exemplo, Giordano Bruno. A difusão desse seu escrito, publicado a primeira vez em Veneza, reeditado depois em Viena, Vicenza e Colônia, traduzido ao inglês (por volta da metade do século XVI) de uma edição anterior em francês, basta por si mesmo para mostrar o interesse que despertava a memória artificial em ambientes no solo italiano dos fins do século XVI e a primeira década de XVII. Pedro de Ravena exercerá uma amplíssima influencia na posterior produção de mnemotecnia, uma vez que todos os teóricos Italianos e Alemães dos séculos XVI e XVII se referirão a ele como sendo um excelso mestre nesta arte.

A pequena obra de Ravena se constrói de acordo com os conhecidos esquemas da tradição ciceroniana. Esta tradição da arte da memória tinha como um de seus livros básicos e fundamentais a obra Rethorica ad herennium. No entanto, convém observar que a autoria desta obra é atribuída a Cícero, mas cujo autor verdadeiro seria na verdade desconhecido.

A arte da memória consistia basicamente em fixar na imaginação um ambiente composto de uma série de lugares, para que posteriormente se pudesse distribuir por todos esses lugares diversas imagens referentes a tudo aquilo que se fosse lendo ou ouvindo. Depois, bastaria repassar mentalmente aqueles lugares por sua ordem, para fim de resgatar a lembrança das coisas que neles foram colocadas. Por fim, restaria apenas “decodificar” as imagens, transformá-las novamente em palavras ou sons.

A arte da memória era na verdade uma espécie de escritura mental, em que esses ambientes possuíam a mesma utilidade de uma folha de papel, e os demais lugares presentes neste ambiente: cômodos, estátuas, portas, mobílias, etc. eram como se fossem as pautas desta folha, nas quais, as imagens posteriormente adicionadas corresponderiam às letras, palavras ou frases.Para se poder usufruir desta técnica era necessário primeiramente definir ou preparar estes ambientes, os quais poderiam ser reais – algum lugar que a pessoa visitou e que lembra detalhadamente de memória - ou então, simplesmente inventados. E quanto a isso Pedro de Ravena afirmava que podia dispor de mais de 100.000 lugares (ou ambientes), os quais havia construído para dar conta de qualquer conhecimento referente ao direito e as sagradas escrituras. Dizia ele que toda vez que visitava uma nova cidade não deixava de construir novos lugares para a sua memória.

No que diz respeito às regras que se referem à busca de lugares, Pedro pôs sua atenção na função que exercem as imagens, as quais, segundo suas prescrições, para serem verdadeiramente eficazes devem ser verdadeiros “excitantes” para a imaginação:

“Normalmente coloco nos lugares jovens charmosíssimas as quais excitam muito minha memória... E acreditem-me: se me sirvo de jovens belíssimas como imagens, me ocorre que repito essas noções que havia fixado na memória com maior facilidade e regularidade. Revelarei-te agora um segredo muito útil para a memória artificial, um segredo que por pudor calei-me durante muito tempo. Se desejas recordar rápido, coloca virgens belíssimas nos lugares; de fato, a memória se excita de forma maravilhosa com a utilização das jovens... Este preceito não funcionará para aqueles que odeiam e depreciam as mulheres, os quais terão maior dificuldade em obter os frutos desta arte. Perdoem-me os homens castos e religiosos; tinha a obrigação de não calar uma regra que me tem concedido elogios e prestígio nesta arte, além do mais, também desejo com todas minhas forças deixar excelentes sucessores ”.

Uma característica marcante deste personagem será o seu empenho referente a sua autopropaganda, seu desejo manifesto de despertar admiração no ânimo de seus leitores. Em várias ocasiões, ele não deixa de falar sobre sua prodigiosa habilidade:

"A universidade de Pádua é meu testemunho: todos os dias eu sem necessidade de nenhum livro leciono minhas lições de direito canônico, exatamente como se as tivesse frente a meus olhos; recordo de memória o texto e as páginas e não omito a mais insignificante sílaba... Tenho posto 20.000 passagens de direito canônico e civil em 19 letras do alfabeto, e, na mesma ordem, também 7.000 passagens de livros sagrados, 1.000 poesias de Ovídio... 200 sentenças de Cícero, 300 ditos de filósofos, a maior parte da obra de Valério Máximo".


No prefácio de seu livro Phoenix seu artificiosa memória, podemos encontrar diversos relatos de Pedro de Ravena sobre alguns episódios de sua vida:

"Ensinei em Bolonha, Pavía e Ferrara, e meus ouvintes têm aprendido muitas coisas sobre memória, e ainda que minha memória artificial esteja comprovada pela autoridade de outros, não creio pecar se neste livro se lêem fatos meus que o provem admiravelmente. Quando era eu estudante de direito, que ainda não tinha cumprido vinte anos, disse na universidade de Pádua que podia recitar todo o Código Civil, pedi que me propusessem leis a capricho dos assistentes, e propostas me foram feitas, disse-lhes os sumários de Bártolo, recitei-lhes certas palavras do texto, expus-lhes o caso, as observações dos doutores as fui examinando, disse-lhes quantas páginas tinha aquela lei e lhes recordei sobre que palavras versavam, recitei-os de forma contrária e os resolvi. Os presentes pareciam ter visto um milagre; Alessandro de Imola ficou pasmado por longo momento, nem é fábula o que conto, que falava eu em público na universidade de Pádua, e se o dito de dois ou três testemunhas confirma um acerto, três tenho eu destas coisas, a saber, ao magnífico senhor Juan Francisco Pasqualico, senador veneziano e doutor excelentíssimo em ambos direitos, e agora legado ante o ilustríssimo duque de Milão; ao claríssimo doutor Sigismondo dei Capi, nobre cidadão de Pádua, cujo advogado era o mencionado Francisco, de agudíssimo talento; ao respeitável senhor Monaldino de Monaldini, residente em Veneza, varão em quem habita toda virtude.

As copiosíssimas lições que nos dava em Pádua Alessandro de Imola, retinha-las eu na memória, e se as punha por escrito, palavra por palavra, assim que as acabava, com grande cópia de ouvintes a quem também as recitava desde o princípio, e às vezes em sua escola, ouvida a lição, punha-a eu em verso, parte por parte, e em seguida as recitava, e se pasmavam quem isto viam; disto ponho por testemunha ao ilustre cavalheiro, doutor dom Sigismondo dei Capi dei Lista, e ao filho de Alessandro de Imola, atualmente celebérrimo jurisconsulto.

Ao religiosíssimo frade Miguel, de Milão, que ao amadurecimento pregava em Pádua, repeti-lhe de cor e prontamente as cento e quarenta e cinco autoridades que acabavam de abordar em prova da imortalidade da alma, e ele, abraçando-me, disse-me: vive longos anos, jóia única, que oxalá te visse entregar-te à religião. Testemunha foi toda a cidade de Pádua, mas eu ponho por tal ao magnífico senhor Juan Francisco Pasqualico e a dom Sigismondo dei Capi e a dom Monaldino de Monaldini. Já formado doutor na Universidade de Pádua, na cátedra pedi que algum dos ouvintes me desse o volume que quisesse de um dos três do Digesto e escolhesse o lugar sobre o que eu deveria dissertar, pois lhes tinha dito que sobre qualquer passagem que se me propusesse alegaria eu inumeráveis leis. Testemunhas o claríssimo doutor em ambos direitos dom Gaspar Arsato, que ensina em Pádua direito canônico e o doctíssimo dom Próspero de Cremona, residente em Pádua [...]

Jogava eu uma ocasião o xadrez e conforme se moviam às peças alguém ia anotando todas as jogadas, enquanto ditava eu ao mesmo tempo duas cartas sobre temas que se me tinham dado. Quando terminamos, disse-lhes todos os movimentos que se tinham feito na partida e, palavra por palavra, aquelas duas cartas, quatro séries de coisas, pois, simultâneas. Sejam-me testemunhas dom Pedro de Montagnano e Francisco Nevolino, nobres cidadãos de Pádua.

Estando em Placencia, entrei a ver o mosteiro dos monges negros, e passeando em companhia de um monge, observei duas vezes os nomes dos monges escritos nas portas das celas; e ao vê-los depois a eles congregados o fiz chamando a todos por seu nome, bem que não pudesse assinalar a nenhum dos nomeados. Admiraram-se os monges de que um forasteiro soubesse todos seus nomes, e não saindo eles de seu pasmo, disse-lhes: - Isto pode minha memória artificial. Um deles replicou: - Logo este é Pedro de Ravena, uma vez que nenhum outro haveria podido fazê-lo.

No capítulo geral dos canônicos regulares de Pádua, repeti o sermão de Adeodato Vincentini, diante dele mesmo, pela ordem com que ele o tinha pronunciado. Alguma vez me atraiu a sua contemplação Cassandra, excelentíssima donzela veneziana, e numa ocasião em que leu ante mim algumas cartas que a sereníssima esposa do rei Fernando lhe tinha mandado, memorizei-as e se as recitei; testemunha é disso a mesma doctíssima donzela; dom Pablo Raimusio, excelente doutor de Rímini e o ilustre senhor Angel Salernitano. De minha memória artificial é testemunha o ilustríssimo marquês Bonifácio e seu bellíssima esposa, que me fez uma enorme cortesia; testemunha é o ilustríssimo duque Hércules e sua ilustríssima esposa Leonor; testemunha toda Ferrara, pois que recitei dois sermões do celebérrimo pregador da palavra de Deus, Mariano o ermitão, ouvindo os quais ficou pasmado o douto maestro e disse:

"Ilustríssima duquesa, isto é obra divina e milagrosa"; testemunha a Universidade de Pádua, pois que todos os dias dou minhas lições de direito canônico, sempre sem livro, como se o tivesse ante os olhos, pronunciando texto e páginas de cor sem omitir uma sílaba, ao que parece. Gravei em minha memória, colocados por dezenove letras do alfabeto, vinte mil lugares de alegados de ambos direitos, pela mesma ordem, sete mil dos Sagrados Livros, mil versos de Ovídio, que encerram as coisas que sabiamente disse, duzentas autoridades de Cícero, trezentos ditos de filósofos, grande parte de Valério Máximo, estudos sobre a natureza de quase todos os animais, bípedes e quadrúpedes, palavra por palavra; e quando quero experimentar o poder da memória artificial, peço que me proponham uma daquelas letras do alfabeto, e proposta, começa sobre ela meus alegados, e para que claramente os entendas, tenho aqui um exemplo; se me propõe agora a letra A, em grande participação de doutos varões, e para começar com o direito, pronunciarei em seguida mil e mais alegados sobre alimentos, alienação, ausência, árbitros, apelações e restantes temas semelhantes de nosso direito que começam com dita letra A; depois, na Sagrada Escritura, do Anticristo, da adulação, e tantos outros temas que nela começam pela dita letra, nem omitirei poemas de Ovídio, autoridades de Cícero e de Valério, sobre o asno, o águia, o cordeiro [agnus], o gavião [accipitre], o javali [aper], o carneiro [áries]; e tudo poderei dizer de novo de trás para frente [...]".


A grandíssima fama de que gozava esta singular figura como Jurista na Itália e Europa, estava baseada tanto em seus indiscutíveis conhecimentos jurídicos, como no fato de que este se apresentava como a demonstração viva da validez de uma arte em que estavam postas as esperanças e aspirações de muitos".

Na primeira edição impressa de sua obra Phoenix seu artificiosa memória em 1491, Pedro de Ravena precedia o texto com algumas cartas de privilégio escritas pelo município de Pistola (12 de setembro 1480); por Bonifácio, marquês de Monferrato (24 de setembro de 1488) e por Leonor de Aragão, duquesa de Ferrara (10 de outubro de 1491). Ao acompanharmos uma dessas cartas, podemos adquirir uma breve noção do amplo prestigio que Pedro de Ravena dispunha em tal época:

"Leonor de Aragão, duquesa de Ferrara, etc. Porque Deus, doador imortal de todos os bens, quis concedê-lo ao gênero humano, desde a constituição do mundo até esta época, surgiram na órbita da terra numerosos excelentes varões, entre as quais temos, agora, ao distinto e condecorado militar, insigne jurisconsulto em ambos direitos, Pedro Tomás de Ravena, portador destas nossas letras, quem, além de outras qualidades de corpo e ânimo, destaca-se de tal modo por todo gênero de doutrina e por sua tenacíssima memória, que não só não parece ter quem o supere, senão nem sequer quem o iguale. E de que o comprovou com fatos muito recentemente, não somos testemunhas somente nós, senão toda nossa cidade. Daí que, com singular admiração e distinto afeto, tenhamo-lo recebido, com preferência a outros, entre nossos familiares e amigos. Pelo qual rogamos e suplicamos de todo coração a quaisquer sereníssimos reis, ilustres príncipes, excelentes repúblicas e quaisquer outros senhores, pais, amigos e pessoas que bem nos queiram, que por amor nosso, e mais do que nada em atendimento a aos merecimentos e virtudes tão grandes do portador, quantas vezes o dito dom Pedro se apresentar com seus criados e cavalos até em número de oito, com seus haveres e caixas, panos e vestidos, livros e louça de prata e quaisquer efeitos seus ou armas, dêem-lhe franco passe e o tenham por amplíssissimamente recomendado, e se sirvam de provê-lo da escolta conveniente, quando tiver necessidade e ele o pedir, libérrima e prontíssimamente, sem impor-lhe empecilho algum nem outro bloqueio qualquer, em suas cidades, praças, vilarejos, e demais lugares. Do qual receberemos muito contente e ficaremos agradecidos, dispostos como estamos em grande maneira a favorecer-lo quanto seja possível.

Mandamos, além disso, a todos e cada um dos magistrados de nossos lugares, e assinaladamente aos guardiões dos portos, e a todos nossos demais súbditos, que observem e façam observar inviolavelmente em nossos lugares e terras a cada uma das coisas sobreditas, sob pena de incorrer em nossa indignação e de qualquer outra mais grave do que segundo nosso arbítrio se lhe dever impor: para efeito e fé do qual mandamos fazer estas nossas letras patentes, registradas e autorizadas com nosso selo maior. Dado em Ferrara, em nosso palácio ducal, ano da Natividade do Senhor de 1491, indicação nona, a dez dias do mês de outubro. Severio".


Leonor de Aragão convidava toda a cidade de Ferrara para que fosse testemunha da prodigiosa memória deste Raveniano. Bonifácio Del Monferrato, depois de comprovar a extraordinária virtude de Pedro de Ravena, o recomendava efusivamente aos reis, aos príncipes, aos “magníficos capitães” e a todos os nobres cidadãos italianos. Destas feitas que o prestigio e a fama de Pedro de Ravena foi sendo disseminado por todas as partes, atingindo as mais diversas localidades do mundo, e fazendo dele mais uma das figuras imortais impressas para sempre na memória da história da humanidade.

***

Para quê seguir cantando das pirâmides, ou da Babilônia, de Júpiter ou do templo soberbo de Hécate e suas encruzilhadas? Já não admiraremos o imenso anfiteatro que coisas assim puderam sempre erigir as riquezas.

Não presuma já, mais exceção, pondo o seu nome as façanhas de todo um exército. Cante a fama a Pedro, que é a nobre glória de Ravena, que mais pode do que a douta Minerva.

Coisa admirável fizeram os deuses, pois, ainda que soe incrível, retém o que quer que seja na memória ao lê-lo uma única vez. O que um orador diz em três horas pode ele, sem mais, repeti-lo.

Parece que deu a luz a quinta das doutas irmãs, pois que lhe concedeu a musa, piedosa, recordar tudo.

Verso do Fray Egidio de Viterbo em honra de Ravena.


REFERÊNCIAS:

Cícero [???]. Ad C. Herennium de Ratione Dicendi Rhetorica ad Herennium, The Loeb Classical Library; Cambridge: Harvard University Press, 1954.
Lull, Ramon. A Book for Improving Your Memory. Manuscripts digitalized by the Ramon Llull Database - Llull DB. Disponível em: http://orbita.bib.ub.es/ramon/velec.asp.
Yates, Frances A. (1966). The Art of Memory. Chicago: University of Chicago Press, 1966.
Rossi, Paolo. Clavis Universalis. México: Fondo de Cultura Econômica, 1989.

http://memorizacao.blogspot.com/search/label/T%C3%A9cnicas%20de%20mem%C3%B3ria

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