quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Autofágico fogo


Airton Soares

CHAMAMOS DE FOGO
o resultado de um processo muito exotérmico de oxidação. Geralmente, um composto... Corta! Corta! Não é por aí, senhor "AS"! A crônica tem de ser leve, enxuta e que narre em poucas linhas o porquê da dificuldade na resolução eficaz das grandes mazelas sociais do nosso país!
- Mas, Senhor Juiz, a pergunta que faz Vossa Excelência requer um mínimo de fundamentação e não poderia discorrer em poucas...
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(O Juiz impaciente...)
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- Vá, vá... Mande brasa!

O FOGO FOI A MAIOR
conquista do homem pré-histórico. O fogo foi também, segundo a literatura “foguista”, o maior responsável pela sobrevivência do ser humano e pelo grau de desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da história, o fogo foi usado no desenvolvimento e criação de armas e como força destrutiva. Tanto “fogo foi” nesse parágrafo. Fica assim mesmo. A expressão “fogo foi” dá uma sugerência de sopro e fogo nasceu pra ser assoprado.

VIVEMOS SOB O
“amparo” de uma grande fogueira. Grande! `Gradonazona´, melhor dizendo. Por hipótese nenhuma pode faltar lenha, mas caso falte, incontinenti, o “foguista-mor” dá um jeito de arranjar graveto, cavaco, seja lá o que for. Importante é que seja “queimável”. Mas... se faltar? A fogueira continua. Como pode, se...? Pode, sim, sabe por quê? Porque essa fogueira é autofágica!

DIABEISSO?
Autofagia: é o sustento de um organismo à custa de sua própria substância. Diz respeito à autofagia que é a autodestruição de célula e de organelas citoplasmáticas pelas suas próprias enzimas hidrolisantes. Quer se amostrar, né? Por que num desembucha logo e finaliza essa crônica?

A FOGUEIRA A QUE EU
me refiro, de que você já desconfiava, é o sistema capitalista. Ele é fogo! Autodestruidor, autofágico. Daí a dificuldade na resolução eficaz das nossas mazelas sociais. Tudo que dá dinheiro entra na fornalha. Tudo! Prostituição infantil, tráfico de drogas... de influências, violência violenta, tudo é lenha. Tudo gera grana. Não consigo esquecer uma manchete que li nos jornais: “Depois de achar os fuzis, o exército saiu das favelas! Agora o tráfico volta ao normal no Rio.” Voltar ao normal, pode? Pior é que pode!

POR ISSO, NÃO ACREDITAR
nos “acrisolados” projetos que todos os dias são espirrados gabinete afora. Acredito até que, dentre os responsáveis pelas nossas políticas públicas, exista uma minoria cônscia do seu dever de casa, mas que no íntimo, reconhece que seu poder de fogo é... de artifício! Pronto, Juiz. Cheguei ao final. Mandei a brasa que Vossa Excelência queria? Tenho dito! Fortaleza, 03/10/07
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Um comentário:

Altiere Freitas disse...

Gostei da estrutura "psicodélica" desse seu texto..heheh.. tal assunto já tão saturado... acho que vc fala da necessidade agir.. e não prescrever receitinhas milagrosas..né?? heheh..
abç

Sou Estudante de Ciencias Sociais e escritor (hooo). qualquer dia dê o ar de sua graça lá no meu blog.

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