quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Tá quente, né?

Airton Soares

A gente reclama tanto do tempo, mas sem ele parece que não saberíamos iniciar uma conversa... Na fila do ônibus, banco, consultório, reunião ou coisa parecida:

- Tudo bem? - Tudo bem! e você? - tudo bem!

(Alguns segundos depois )

- E aí tudo bem?
- Tudo bem.
- Tudo bem mesmo?
- Tudo beeem!

O clima é de muita ansiedade. Olhamos, concomitantemente, pro chão, teto, de lado, pra canto nenhum e... nada! o que vou falar meu Deus!

Ah! se o problema fosse somente esse. Além de não encontrar assunto, não lembramos do nome. Que tragédia! E tome esforço para lembrar do nome e arranjar assunto.

É chegada a hora. O clima, artifício escolhido para introduzir esta crônica, entra em ação refrescando, pelo menos, o vexame da falta de conversa.

- Ô calor! Tá quente, nê?
- É verdade. Muito quente. Aqui tá quente imagine em Sobral, e outras cidades labaredas. Hélio Passos diz que nesta época o calor é forte, tão forte que, lá para às 13 horas, até a sombra se defende - fica debaixo de nossos pés, bem abrigada. Mas, acho que vai chover.

- É... também acho.

De súbito, um dos interlocutores pega a "carona" e entra no "clima político" e vai "simbora"... Ufa!

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