terça-feira, 25 de setembro de 2007

"Enquanto uns choram outros vendem lenços"


Airton Soares

“Enquanto uns choram outros vendem lenços.” Iniciar uma crônica citando uma frase, um provérbio ou alguma coisa do gênero, não é muito bem recomendável, segundo os olheiros profissionais da área. Temos de fazer as citações, de preferência, a partir do segundo parágrafo em diante. Recomendam-nos.

Não me importo. Gosto de seguir as estradas proibidas. Mas... `Qual é a minha?´ É pura e simplesmente, nesta quase crônica, cotejar duas épocas; duas Artes; dois Artistas. Um mestre da representação pictórica; outro da expressão verbal.

- Tenha a bondade Machado de Assis. O que você diria sobre a tragédia do Vôo TAM 3054? Gostaria que a sua análise tivesse foco na frase acima e na charge do nosso Sinfrônio.

- Diria o seguinte: Duas famílias. Enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu jovem poeta; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.

Escrever não é tão difícil quando se está ladeado por duas feras passadas na casca do alho.

Ah, sim, leitor preciso dizer: O texto machadiano é parte integrante do livro Quincas Borba e adaptado por esse bloqueiro que acaba de vos digitar.

Que Deus nos proteja!

Um comentário:

Unknown disse...

Me interessei pelo título do livro " Enquanto Uns Choram , outros vendem lenço". Onde posso encontrá-lo? Qual é a editora?
Já assisti uma palestra de Mauricio Werner e é brilhante.

Fernanda Galland