terça-feira, 25 de setembro de 2007

Engolindo Sapo e a GRAMÁTICA


Airton Soares

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”Os respingos da tua ignorância não passam pelo meu guarda-chuva de sabedoria.`”

A frase de pára-choque de caminhão, acima, me fez lembrar um desabafo que eu escrevera há bastante tempo.

No final do expediente, num certo dia, numa certa empresa, o chefe chegara e soltara (*) os cachorros em cima de mim, na frente de todos meus colegas.

Engoli o sapo!

Meu consolo: Em casa, pego meu diário e escrevo em letras graúdas e de cor vermelha.

Ligue pra isso não, cara! Quanto mais atenção a gente dá a um fato, mais ele cresce de importância. Além do que, trata-se de um sujeito `brucutúlico´, com atitudes e comportamentos estritamente tribais. Perca sua noite de sono, não! E, cá pra nós, mesmo após a digestão do sapo, é desperdício manchar de instrução uma estupidez tão autenticamente pura. Fique na sua!

Fechei o diário e dormi numa boa, a noite toda!

Inventei essa história há pouco, mas bem que poderia ter sido verdade. E, sabe-se lá, se não foi ou é a sua verdade, leitor? Barris Steven, em seu livro Não apresse o rio, ele corre sozinho, tem uma passagem assim: Fantasia, diz o homem que lê fatos ao homem que lê ficção, desconhecendo que os fatos são fantasias e, mesmo que não o fossem na hora em que são escritos, passam a ser na hora em que são lidos´. É por essas e outras que me amarro em literatura!
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(*)" o chefe chegou e soltou..." é muito mais musical, gostoso de pronunciar. Escrevi assim, mas meu revisor, que entende do assunto, alterou para "o chefe chegara e soltara". Horrível! Perdeu o requebrado da frase. O que eu queria mesmo era provocar chiado na frase. Só isso, mas a gramática não permitiu. Vote!

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