domingo, 12 de setembro de 2010

Pela primeira vez classe C é mais da metade da população

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Pela primeira vez classe C é mais da metade da população


fonte: Jornal O POVO

Nova classe média, além de ter melhoria constante de renda média desde 2003, hoje abrange 50,5% da população, segundo estudo da FGV. Nesse cenário, melhoria pode ser durar até 30 anos

Tunay Peixoto - 11/09/2010 02:00

Uma nova classe média, determinante dos rumos da política e do mercado consumidor surgiu e se consolida no Brasil. Esse é o diagnóstico da pesquisa A nova classe média: o lado brilhante dos pobres, apresentada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).


Segundo o coordenador do Centro de Pesquisas Sociais (CPS) da FGV, Marcelo Neri, o Brasil tem crescido com sustentabilidade, diminuindo a concentração de renda. “O Brasil cresce bem menos que China e Índia por exemplo, mas vem distribuindo melhor a renda, temos hoje o menor nível de desigualdade da série histórica, iniciada na década de 1960”, afirma.


Em números, uma diminuição de 49% da classe E entre 2003 e 2009 e 35,6 milhões de pessoas incorporadas nas classes A, B e C, “uma ascenção de mais de meia França”, segundo Néri.


São 94,9 milhões de pessoas na classe C, ou 50,5% da população. “Temos uma despolarização, o miolo da pirâmide social cresceu mais que os extremos e a base vem achatando, mais pessoas estão ascendendo para a classe C. Isto é um crescimento sustentável, capaz de se manter neste quadro pelos próximos 30 anos.”, avalia Néri.


Para o economista, essa ascensão da classe C, detentora de 46,2% da renda, provoca uma mudança de cultura “ao passar a ser dominante em termos políticos e de poder de compra”, além de, caso fosse homogênea, “decidir sozinha uma eleição”.


Ainda assim, de acordo com o estudo, a classe C não deve crescer tanto em termos proporcionais nos próximos anos, sendo substituída pela A e B, que têm crescido a uma média anual de 3,14% desde 2006.


Classe D

“Um exército de pessoas da classe D prestes a entrar na C”, define Neri sobre o Nordeste. A região, mesmo tendo apresentado médias de crescimento de renda mais altas que a média do país, ainda tem renda familiar média de R$ 391,95 per capita. A renda média do País para a classe C é de R$ 578,63.

Ainda assim, a média de crescimento foi de 6,94% de 2003 a 2009, mais de dois pontos percentuais acima da média nacional: 4,72%; sendo 6,49% de renda do trabalho. No Ceará, a média foi de 7,12%, sendo 6,8% oriundos do trabalho. “É no Nordeste que a classe média vai crescer mais nos próximos anos”, espera Neri.

NÚMEROS

94,9

MILHÕES DE BRASILEIROS FORMAM A NOVA CLASSE MÉDIA

35,6

MILHÕES PASSARAM DAS CLASSES MAIS BAIXAS PARA AS CLASSES C, B E A

46,2

POR CENTO DA RENDA VEM DA CLASSE MÉDIA

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