terça-feira, 18 de setembro de 2007

Sagrada Ojeriza ao Academicismo

21/03/07 - Quarta- Do diário do AS
“A vida é um rascunho que não pode ser passado a limpo.”

.................Rascunho

encaixar este texto de Rubem Alves - http://airton.soares.zip.net/arch2007-05-01_2007-05-31.html#2007_05-30_11_52_42-10408027-0

Airton Soares

Tenho uma sagrada ojeriza ao academicismo. Que contraste! Que horror! Se é dele que me valho; se é dele que me nutro. Rubem Alves, em Filosofia da Ciência (1) diz que o seu doutoramento em filosofia nos Estados Unidos, foi uma experiência de grande sofrimento. Já Nietzsche, dizia que para fazer um doutoramento é necessário cultivar a arte de se aborrecer.

Não poderia deixar de incluir, neste rol, o desabafo de uma das maiores autoridades no campo da mitologia, Joseph Campbell, citado no livro O Poder do Mito, pelo jornalista Bill Moyers; "Joseph afirmou a vida como aventura. `Para o inferno com isso´, ele exclamou, quando seu supervisor acadêmico tentou enquadrá-lo no estreito currículo universitário. Ele desistiu de trabalhar no seu projeto de doutoramento e preferiu recolher-se ao campo, para ler. E prosseguiu a vida toda a ler livros sobre quase tudo: antropologia, biologia, filosofia, arte, história, religião. E continuou a lembrar aos outros que um caminho seguro para atingir o mundo se descortina ao longo das páginas impressas." Imagine, se esse homem estivesse aqui navegando neste mundão cibernético/virtual!

Para mim, o academicismo é muito seco. Frio. Por ser Indiferente às idéias coloridas, multiformes; indiferente às fantasias e devaneios poéticos, tão indispensáveis a todos nós; tão indispensáveis quanto às mais nobres teorias.

Citar Morin

Por que não jogar no time do brasileiro Marcelo Gleiser. Ele é professor de Física do Dartmouth College, nos EUA, onde ministra a disciplina Física para poetas, um sucesso entre estudantes de várias áreas.

Sei que corro o risco - neste exíguo espaço de tempo - de não está sendo uma "Brastemp" no convencimento de minha atitude anti-acadêmica. O livro do poeta / filósofo e mais um montão de `coisa´, Rubem Alves, acima citado, será o meu principal argumento - mais do que respeitável testemunho autorizado - para verticalizar, em uma outra oportunidade, esse franco desabafo. Aí, sim, acredito não somente convencer, mas sobretudo, persuadir àqueles que acreditam ainda em academias hermeticamente fechadas.

Por fim, quero dizer que tenho pago um preço muito alto pela minha antipatia ao academicismo, por outro lado, não sei onde pôr tanta felicidade autodidática, sobretudo, neste momento em que sou acolhido tão carinhosamente pela jovem e sedutora AILCA.

~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~=~
(1) RUBEM ALVES. Filosofia da Ciência – Introdução ao jogo e a suas regras. São Paulo: Edições Loyola. 2000.





Nenhum comentário: